Um olhar sobre a história de um dos maiores patrimônios da cultura brasileira: José Celso Martinez Corrêa e o Teatro Oficina. É esse mergulho que o documentário Máquina do Desejo, de Lucas Weglinski, nos propõe. O filme será exibido no dia 27 de novembro, sábado, às 19 horas, dentro da 11ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. A janela de exibição faz parte da programação do 28º Festival de Cinema de Vitória, que acontece entre os dias 23 e 28 de novembro, em formato on-line e gratuito, na plataforma Innsaei.tv.
O filme surge como um instrumento de preservação da história do grupo fundado por Zé Celso na década de 1960. “A ideia de realizar o filme nasce da urgência de digitalizar todo riquíssimo acervo audiovisual do Teatro Oficina que, como todo acervo brasileiro, corre o risco de desaparecer. E nossa memória é nossa história. Sem ela, como aprender a não cometer os mesmos erros e ficarmos presos num círculo vicioso e cruel? Ao mesmo tempo havia também essa data tão forte de 60 anos, seis décadas de trabalhos contínuos, revolucionando a cultura e a vida brasileiras, por onde passaram não apenas os principais artistas do teatro, cinema e televisão brasileiros, mas também técnicos, arquitetos, cenógrafos, diretores, músicos e, sim cineastas, que registraram em seus filmes momentos marcantes da história do Oficina: Zé do Caixão , Tizuka Yamazaki, Luiz Rosemberg Filho, Eryk e Ava Rocha, enfim diversas gerações do cinema e do vídeo”, afirma Lucas.
Além da história da companhia teatral, o filme também é uma homenagem a diversos profissionais que morreram durante o processo de pré-produção do longa-metragem. “Algo inusitado foi a morte de vários protagonistas deste filme, mesmo antes do Covid. Zé do Caixão e Luiz Rosemberg, logo após cederem seus filmes, fizeram a passagem. Assim como o Maestro Guilherme Vaz, responsável pela música do filme. E também Hélio Eichbauer, que revolucionou o teatro em O Rei da Vela e, cinquenta anos depois deste feito, se juntou novamente ao Zé Celso e Renato Borghi, para mais uma vez juntos colocarem o Rei em cena, com uma atualidade do texto do Oswald, que chega a ser incômoda de tão certeira, mesmo quase um século após sua escrita. Entre as atrizes, Etty Fraser, Elke Maravilha e Claudia Wonder são a prova da absoluta diversidade e liberdade que rege esse teatro sem palco nem molduras”.
Sobre a seleção para o 28º Festival de Cinema de Vitória, Lucas define como “uma alegria sem fim”. E complementa: “Nós somos imensos admiradores do Festival de Vitória, com sua curadoria brilhante, elegante e verdadeiramente democrática, livre de certos panelismos que tendem a vigorar nos festivais em geral. E mais, um festival frequentado pelo povo e não apenas pela classe cinematográfica. Isso vai de encontro total aos nossos valores pessoais de vida e arte. Então nos sentimos muito agradecidos e honrados de poder fazer parte e contribuir para este inspirado encontro de fazedores de cultura do Brasil”.
On-line
O Festival de Cinema de Vitória é o maior e mais importante evento de cinema do Espírito Santo. Entre os dias 23 e 28 de novembro, o evento será realizado em formato on-line e gratuito, com as mostras exibidas na plataforma Innsaei.tv. Os filmes estarão disponíveis para o público por 24 horas após a estreia.
O 28º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Rede Gazeta, da Tower Web e do Banestes. Conta também com o apoio institucional do Canal Brasil, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, da Inssaei.tv, do Centro Cultural Sesc Glória e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
28º Festival de Cinema de Vitória
11ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS
23 a 27 de novembro
terça a sábado, às 19 horas
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