Consolidando seu compromisso de fomentar a circulação de filmes autorais, o 28° Festival de Cinema de Vitória – Reencontro exibiu três longas-metragens dentro da programação do evento na janela Sessões Especiais, sempre às 15 horas, no Teatro Glória – Centro Cultural Sesc Glória. O público conferiu a ficção A Matéria Noturna, de Bernard Lessa; e os documentários Limiar, de Coraci Ruiz; e Espero que Esta te Encontre e que Estejas Bem, de Natara Ney. Os longas foram originalmente exibidos fora de competição na versão on-line do festival  em 2021. 

O longa-metragem A Matéria Noturna, de Bernard Lessa, abriu a programação na quinta-feira (23). Na sessão, apresentada pela atriz Letícia Persiles, o diretor subiu ao palco e compartilhou com o público o prestígio de exibir seu filme no FCV.

Bernard Lessa na exibição de A Matéria Noturna no Teatro Glória. Foto: Thaís Carletti/ Acervo Galpão IBCA

“É um prazer enorme apresentar o filme no Festival de Cinema de Vitória. É a primeira sessão pública do filme. Esse reencontro é bastante emocionante”, pontuou o diretor, que na sequência falou da importância do coletivo para a produção audiovisual. “O cinema traz pra gente essa coisa do coletivo. A gente não consegue colocar um filme na tela, sem muitas mãos trabalhando junto com a gente”.

Na sexta-feira, 24 de junho, foi a vez da exibição de Limiar, de Coraci Ruiz, em sessão apresentada pela atriz e cantora Letícia Persiles. O documentário autobiográfico acompanha o processo de transição de gênero de seu filho adolescente. O filme percorre um caminho afetivo e sensível, ao longo de entrevistas sobre os conflitos, certezas e incertezas na busca do filho por sua identidade. 

Fechando a programação, o documentário Espero que Esta te Encontre e que Estejas Bem, de Natara Ney, foi exibido no sábado (25), em sessão que te a apresentação do jornalista Paulo Gois. O filme acompanha a busca por um casal que na década de 1950 trocou cartas por dois anos. Em 2011, um lote com 110 cartas desta dupla foi encontrado em uma Feira de Antiguidades. 

Flagra do documentário de Natara Ney durante exibição no 28º FCV – Reencontro. Foto: Thaís Carletti/ Acervo Galpão IBCA

Natara, que além de diretora, também foi roteirista e montadora do longa, compartilhou a emoção de exibir o seu primeiro filme como realizadora. “O filme foi um processo longo, do momento que peguei as cartas até a primeira projeção, foram 10 anos de trabalho. Então quando consigo projetar esse filme, levar ele pra alguém, é um fechamento de ciclo, e minha primeira assinatura como diretora. Já fiz muitos filmes, mas esse é o primeiro que tô dirigindo, então tem um peso, uma emoção, uma energia diferente. E é um filme que fala de amor, e falar de amor nesses tempos tão tristes, momentos tão duros, de um retrocesso a respeito de sentimentos. Falar de amor nesse momento é extremamente necessário”. 

A diretora também falou sobre a importância de realizar um festival e da importância desses eventos para a economia da cultura. “A experiência de estar aqui, principalmente com jovens que estão começando sua jornada no cinema, é muito emocionante. Quando um festival acontece, acontece também geração de emprego para muita gente. Então fazer parte de um festival é saber que a gente tá gerando trabalho e participando de uma cadeia gigante, que é a indústria cultural brasileira”. 

O 28º Festival de Cinema de Vitória – Reencontro conta com o patrocínio do Ministério do Turismo e da ArcelorMittal Tubarão, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Rede Gazeta e da Stella Artois, conta também com apoio institucional do Canal Like e da Universidade Federal do Espírito Santo e da TV Educativa do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).Este projeto está sendo realizado com recursos públicos do Governo do Espírito Santo viabilizados pela Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, da Secretaria de Cultura.

SESSÕES ESPECIAIS

Fotos: Thaís Carletti/ Acervo Galpão IBCA