A abertura do 28° Festival de Cinema de Vitória – Reencontro foi celebrada pela saudade e emoção de realizadores e todo público, em torno da alegria de estar de volta ao festival que representa a cultura capixaba há quase 30 anos. A noite, que aconteceu no Centro Cultural Sesc Glória,  contou com a apresentação do ator Babu Santana e da empreendedora Bryce Caniçali.

Babu Santana e Bryce apresentando a 1ª noite do 28º FVC – Reencontro. Foto: Thaís Gobbo/ Acervo Galpão IBCA

Entre aplausos calorosos do público, a dupla conduziu a Cerimônia de Abertura do evento. “O Festival de Cinema de Vitória tem quase três décadas de história. E se confirma enquanto um dos maiores eventos culturais do Espírito Santo. Ao longo desses anos, o Festival tem trazido para o público capixaba o melhor da cinematografia nacional e as mais recentes produções do cinema capixaba”, apresentou Bryce.

Larissa Delbone dando as boas vindas ao público na abertura do Festival Reencontro. Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpão IBCA

Em seguida, a produtora executiva do Festival, Larissa Delbone, celebrou o retorno à sala de cinema, no dia que marcava mil dias da última exibição presencial do FCV. Ela também destacou a exibição de Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira. “Nenhuma experiência digital pode suprir todos os corações batendo numa sala de cinema, para assistir um filme. É muito emocionante poder revê-los, e exibir um filme de um diretor e de uma produtora que diz tanto sobre nosso estado”.  

Larissa também destacou a importância do apoio de profissionais que acreditam e investem na cultura. “Nosso encontro só é possível porque existem patrocinadores que acreditam que o cinema, a cultura e o desenvolvimento social são a identidade de um povo. O meu muito obrigada à ArcelorMittal Tubarão, que faz esse festival acontecer. E o meu muito obrigada ao Governo do Estado do Espírito Santo. Eu agradeço nominalmente à vice-governadora Jaqueline Moraes e ao secretário de cultura Fabrício Noronha. E pra agradecer esses patrocinadores, a gente preparou uma semana de programação vasta, intensa e plural”. 

O reitor da Universidade Federal do Espírito Santo, Paulo Vargas, falou sobre a importância do Festival e do fomento à cultura capixaba: “Nós da Universidade temos muito orgulho de, desde o início da história do Festival, estarmos apoiando sua realização”, pontuou ele.

O secretário Fabrício Noronha na abertura do 28º FCV – Reencontro. Foto: Andie freitas/ Acervo Galpão IBCA

Em seguida, o secretário de Estado da Cultura do ES, Fabricio Noronha, destacou a importância do Festival de Cinema de Vitória para o fomento do audiovisual. “Prazer enorme estar novamente nesse palco, desse teatro cheio de reencontro, desse Festival tão importante, que tem uma trajetória com uma janela de exibição do cinema brasileiro, do cinema capixaba, e também uma característica de formação de gerações nessas três décadas e resistindo”. 

A vice-governadora Jacqueline Moraes celebrou a importância do evento na abertura. Foto: Thaís Gobbo/ Acervo Galpão IBCA

A vice-governadora, Jacqueline Moraes, também expressou sua homenagem ao desenvolvimento e atuação dos agentes culturais. “Hoje estamos no reencontro, depois de uma pandemia. É maravilhoso estar aqui, a gente gosta de gente, a gente precisa desse contato. Mas essas mulheres lutaram para que, mesmo com a pandemia, o nosso festival acontecesse de forma cultural, para que os empreendedores da cultura continuassem produzindo, se sustentando e se alimentando e vivendo, e passando juntos esse tempo tão difícil da humanidade” afirmou a gestora, que complementou sua fala citando o diretor italiano Federico Fellini. “O cinema é um modo divino de contar a vida”. Que bom que a gente pode contar a vida, mas também viver essa vida, sem medo de ser feliz. 

Após a cerimônia, o palco deu lugar à grande estreia em solo capixaba do longa-metragem Os Primeiros Soldados, que percorreu diversos festivais pelo mundo e que foi exibido pela primeira vez no Espírito Santo dentro da programação do 28º Festival de Cinema de Vitória-Reencontro. O longa conta com uma equipe formada, em sua maioria, por profissionais locais que marcaram presença na exibição, assim como o público que lotou a sala do Teatro Glória e recebeu calorosamente a produção. 

O diretor, Rodrigo de Oliveira, celebrou a primeira exibição no lugar onde o filme foi produzido, no lugar que é cenário da história. “Esse filme está rodando pelo mundo desde novembro e essa é a primeira sessão no lugar onde ele nasceu”, disse ele para o público durante a abertura. 

Vitor Graize, produtor do longa, lembrou do início da sua parceria com Rodrigo de Oliveira. “Há 20 anos, talvez eu estava sentado aqui desse lado, no primeiro Festival de Vitória que eu vim, e o Rodrigo também. A gente se conheceu há 20 anos aqui. É muito importante e, apesar de ter outros filmes exibidos no festival, é a primeira vez que a gente exibe um filme aqui no Glória, onde a gente começou a ver os filmes. Então é importante mesmo, assim, bem intenso”.

MOSTRA DE CURTAS PREMIADOS  

Debate com os realizadores na 1ª sessão da Mostra de Curtas Premiados. Fotos: Thaís Gobbo/ Acervo Galpão IBCA

A programação teve início no tarde de terça-feira (21), às 15 horas, no primeiro dia da Mostra de Curtas Premiados, que exibe os curtas premiados com o Troféu Vitória nas mostras competitivas do 28º Festival de Cinema de Vitória, que aconteceu on-line em novembro de 2021. A sessão, apresentada pela gestora cultural Thaís Souto Amorim, teve como destaque a presença de curtas capixabas e o intercâmbio cultural com produções do Rio de Janeiro e da Bahia. As produções exibidas foram os curtas Praia dos Tempos, de Luan Santos; Nostalgia, de Raphael Araújo; Portugal Pequeno, de Victor Quintanilha; e Quimera, de Luísa Costa Miranda. 

Na sequência, os realizadores participaram do debate comandado pelo jornalista e crítico Filippo Pitanga. O debatedor destacou que os filmes da sessão tiveram em comum as histórias de personagens refletindo sobre si mesmos, em torno de seus sonhos e desafios para ser quem são. 

O público também contou com um grupo de atendidos pelo Centro Pop da Serra. Anderson de Paula estava entre eles e expressou a importância de participar do evento. “Muito interessante os curtas. Eles tiveram contextos históricos muito interessantes. É muito bom o incentivo à cultura, bastante importante pras pessoas poderem se aproximar mais do teatro e do cinema, principalmente hoje em dia com a internet”. 

OFICINAS

A primeira manhã do 28° Festival de Cinema de Vitória – Reencontro contou com as oficinas Descolonizando o Roteiro, de Clementino Junior; O Personagem como Centro de um Universo no Cinema de Não-Ficção, de Gustavo Vinagre; A Internet como Caminho, de Emy Lobo; A Construção do Roteiro a partir da Desconstrução das Personagens, com Julia Katherine; A Vertigem do Subtexto, de Gilda Nomacce; e Escrita de Curta-Metragem de Horror,  de Carissa Vieira. Além do segundo dia da oficina de Realização em Cinema e Vídeo, de Luiz Carlos Lacerda e Alisson Prodilk.

O 28º Festival de Cinema de Vitória – Reencontro conta com o patrocínio do Ministério do Turismo e da ArcelorMittal Tubarão, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Rede Gazeta e da Stella Artois, conta também com apoio institucional do Canal Like, da Universidade Federal do Espírito Santo e da TV Educativa do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

Este projeto está sendo realizado com recursos públicos do Governo do Espírito Santo viabilizados pela Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, da Secretaria de Cultura.