No curso dos debates e considerações acerca dos filmes concorrentes, os jurados deliberaram o seguinte resultado:
Melhor Filme : Tapajós Ameaçado de Thomaz Pedro.
Após as considerações feitas por cada participante, o Júri convergiu para “Tapajós Ameaçado” como vencedor, pela sua relevância na proteção da Amazônia, na valorização dos povos originários e seus territórios e, que naturalmente a protegem. Além de um roteiro bem delineado, a temática aborda uma problemática ambiental global em conexão com a emergência climática e com o que acontece também, aqui, no Espírito Santo com os Tupinikim e Guarani ameaçados pela tese do Marco Temporal. Relevante também é a abordagem política do filme, que dá nomes aos bois, ou melhor, aos algozes do momento”: o agronegócio, a Bunge, a Cargill e o governo Bolsonaro. Apesar da denúncia cortante do filme, há um alento final, que é confiar na força dos povos originários, que resistem há mais de 500 anos às tantas faces do agronegócio e dos governos colonialistas que se sucederam nessas terras, e que podem sim virar o jogo e construir, com a ajuda dos não-indígenas igualmente (ou quase igualmente) conectados à Mãe Terra, uma sociedade mais inteligente, saudável, amorosa e feliz.
Menção Honrosa: Dois Riachôes – Cacau e Liberdade, de Fellipe Abreu e Patrícia Moll.
Menção Honrosa: What About Our Future?, de Cláudio Cruz e Jaime Leigh Gianopoulos,
Com duas diferentes narrativas, os dois filmes abordam questões extremamente importantes do ponto de vista socioambiental. Esses dois filmes dialogam fortemente com Tapajós Ameaçado e se complementam no sentido de permitir que a Mostra Ambiental deste ano, leve ao público experiências potentes e sustentáveis de transformação da realidade, uma já bem estabelecida e com resultados concretos, no sul da Bahia abordado em Dois Riachões, tão bem identificada com o norte do Espírito Santo do ponto de vista ambiental, social e econômico; e a outra no Canadá, onde jovens brancos privilegiados e conscientes do seu poder de mobilização, convencimento e pressão política internacional, decidem se reconhecer como herdeiros de uma luta historicamente movida pelos povos originários e outras populações marginalizadas pelo sistema e potencializar essa luta histórica, com toda a criatividade e alegria tipicamente juvenis e, assim, contribuir de forma incontestável com a mobilização mundial sobre a emergência climática em What about our future? .
Claudino de Jesus
Fernanda Cozumenco
Martha Tristão
Comentários