O debate da 4ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental trouxe os realizadores para ampliar as discussões, tanto audiovisuais quanto socioambientais, que seus filmes propõem. O encontro aconteceu nesta quinta-feira (25), a partir das 16 horas, no Canal de Youtube do Festival de Cinema de Vitória. Mediado pelo jornalista e crítico de cinema, Filippo Pitanga, o encontro teve a participação de Maria Augusta Vilalba Nunes, diretora da animação Nonna; Rita Carelli , co-diretora de YAÕKWA, Imagem e Memória, ao lado de Vincent Carelli; e Fellipe Abreu, co-diretor de Dois Riachões: Cacau e Liberdade, ao lado de Patrícia Moll.

A diretora Maria Augusta destacou a mudança de gênero fílmico que seu curta Nonna sofreu em função da pandemia. “Nonna é minha primeira experiência dirigindo animação e minha segunda direção. Então foi um processo de bastante aprendizado. De aprender enquanto eu estava fazendo a parada. Ele foi concebido para ser uma live action e com a vinda da pandemia ele acabou se tornando uma animação. E eu acho que trouxe bastante potência pra história que talvez eu não conseguiria no live action”. 

Rita Carelli começou explicando o trabalho de um projeto de formação audiovisual voltado para comunidades indígenas que tem mais de três décadas de atuação. “O vídeo nas aldeias é uma espécie de escola de cinema para povos indígenas que atua há 35 anos. Então tem uma longa estrada já. Foi talvez um dos pioneiros na questão da produção do cinema indigena de formação, de dar os meios de produção para as comunidades. Produzir e co-produzir os filmes, fazê-los circular nos festivais internacionais. E tem um acervo de mais de 4 mil horas de material bruto dos povos indígenas do Brasil”.

O documentário é resultado do primeiro levantamento de imagens e do trabalho de digitalização desse material. “YAÕKWA é um filme sobre uma experiência da devolução de acervo nos moldes que a gente gostaria de fazer com um povo específico, que são os Enawenê Nawê, que é o povo que eu particularmente tenho maior contato dentro da instituição pq eu frequento a comunidade desde os cinco anos de idade, minha mãe trabalhou durante muitos anos com eles, era uma antropóloga. Então é um pouco isso. A gente brinca que é o nosso filme relatório, porque não é mais do que um registro dessa devolução, deste acervo, nestes moldes que a gente gostaria de reproduzir com os outros povos dessa constelação do nosso acervo”.   

Fellipe Abreu contou um pouco do processo embrionário que deu origem ao seu curta-metragem. “Dois Riachões foi um primeiro passo de um projeto chamado Ato de comer, nasceu da vontade da gente de falar sobre a importância da agricultura familiar, de contar histórias e questionar alguns mitos sobre essas questões. E para isso nós escolhemos essa comunidade, no Sul da Bahia, que o nome ao filme. E, basicamente, o filme tem como ideia principal falar um pouco sobre as gerações que trabalharam com cacau dentro do assentamento e o que mudou das outras gerações para a atual”.

Confira na íntegra o Debate 4ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental

On-line

O Festival de Cinema de Vitória é o maior e mais importante evento de cinema do Espírito Santo. Entre os dias 23 e 28 de novembro, o evento será realizado em formato on-line e gratuito, com as mostras exibidas na plataforma Innsaei.tv. Os filmes estarão disponíveis para o público por 24 horas após a estreia.

O 28º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Rede Gazeta, da Tower Web e do Banestes. Conta também com o apoio institucional do Canal Brasil, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, da Inssaei.tv, do Centro Cultural Sesc Glória e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).