Uma atriz versátil, performática e pulsante. Assim pode ser definida, de maneira breve, a atriz e diretora Marcélia Cartaxo, que é a Homenageada Nacional do 28º Festival de Cinema de Vitória, que acontece entre os dias 23 e 28 de novembro, em formato on-line e gratuito, na plataforma InnSaei.TV.  A atriz irá receber o Caderno da Homenageada e o Troféu Vitória, na Cerimônia de Abertura do evento, na terça-feira (23), às 19 horas.

Segundo Lucia Caus, diretora do Festival de Cinema de Vitória, é uma honra poder homenagear uma artista da importância da atriz. “Marcélia Cartaxo é uma artista que usa o seu trabalho para jogar luz sobre as inúmeras possibilidades de existência. Uma profissional versátil, extremamente talentosa e uma pessoa doce e divertida. Um ser humano especial. É uma honra para o festival poder homenageá-la”.  

Nascida em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, Marcélia Cartaxo é um dos grandes nomes da atuação no Brasil. Com mais de 40 anos de carreira, a atriz já interpretou os mais diversos tipos: de freira a prostituta, de mãe a avó, ela imprime o sonho, a força, a luta e a realidade da mulher brasileira em suas atuações. Com participações no teatro e na televisão, foi no cinema que ela construiu uma carreira sólida e com personagens que entraram para a história do audiovisual brasileiro. 

Marcélia Cartaxo ao lado de Fernanda Montenegro no premiado A Hora da Estrela, de Suzana Amaral. Foto: Divulgação

Entre os destaques estão a prostituta Laurita, de Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz; a sonhadora Pacarrete (2019), do filme homônimo de Allan Deberton; que lhe rendeu o Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Gramado e no Festival de Cinema de Vitória; a mãe do protagonista Francisco, no longa-metragem Big Jato (2016), de Cláudio Assis, em que recebeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Cinema de Brasília.  

Sua estreia no cinema aconteceu em 1985, em A Hora da Estrela, quando interpretou uma das personagens mais emblemáticas da literatura brasileira: Macabéa, do livro homônimo de Clarice Lispector. Ao dar vida a ingênua datilógrafa, que se muda do Nordeste para São Paulo, no filme de Suzana Amaral, Marcélia ganhou o mundo e recebeu, entre outros prêmios, o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Berlim

Nos últimos anos, além da interpretação, Cartaxo também vem atuando atrás das câmeras e exercendo a função de diretora. São dela os curtas-metragens Tempo de Ira (2003), De Lua (2013), Redemunho (2016) e Casa de Louvor (2020) que ampliam o seu universo de grande contadora de histórias e comprovam a sua importância para a cultura brasileira.  

Para Marcélia, atuar é a oportunidade de dar voz e ampliar a luta e os anseios femininos. “Me sinto extremamente especial pelo fato de eu ser atriz, por ter conquistado esse espaço. Conheci muitos lugares que se não fosse o trabalho eu jamais conheceria. Pude estudar, ter acesso. Eu tenho uma voz e por isso eu vou até o fim da minha vida lutando pelas questões sociais e representando essas mulheres ”.

O 28º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Rede Gazeta, da Tower Web e do Banestes. Conta também com o apoio institucional do Canal Brasil, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, da Inssaei.tv, do Centro Cultural Sesc Glória e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).