Visibilizar a produção de realizadores negros, com temáticas que proporcionam debates que vão além das questões étnico-raciais. Essa é a proposta da 6ª Mostra Cinema e Negritude, que acontece no dia 26 de novembro, sexta-feira, às 19 horas, e faz parte da programação do 28º Festival de Cinema de Vitória, que será realizado entre os dias 23 e 28 de novembro, em formato on-line e gratuito na plataforma na plataforma Inssaei.tv

A Comissão de Seleção da Mostra foi realizada pela curadora, cineasta e produtora Flavia Candida, e pelo cineasta, pesquisador e professor Gilberto Alexandre Sobrinho. Para os curadores, a mostra “reúne expoentes em curta-metragem do cinema negro brasileiro. Menos que um lugar definidor daquilo que diretores e diretoras negras realizam especificamente, a mostra revela, ano após ano, a potência criativa de um posicionamento político, subjetivo e estético a partir da negritude”.

Ainda, de acordo com a dupla, a produção dos realizadores negros é um potente veículo artístico com inúmeras e diferentes camadas críticas. “O cinema negro, no entendimento da curadoria, articula poder e potência estética, como um gesto político de reivindicação e estabelecimento do direito às representações, às poéticas experimentais e às infinitas possibilidades que a arte oferece, a despeito do racismo estrutural que solapa vidas e criatividade.

Filmes 

A seleção apresenta curtas-metragens, de diferentes lugares do Brasil, o que exemplifica a pluralidade da produção audiovisual brasileira. “Os quatro filmes selecionados foram realizados em diferentes cidades, de distintos estados brasileiros, o que indica uma diversidade de sotaque, de paisagem, de vivências e de contextos para reforçar a ideia na qual acreditamos em relação à diversidade inerente à experiência fílmica, a partir do recorte étnico-racial” pontual os curadores. 

A sessão começa com Olhos de Cachoeira, de Adler Paz, que aborda as memórias pessoais e afetivas vividas por um velho escritor. As Vezes Que Não Estou Lá, de Dandara de Morais, acompanha uma bailarina buscando seu lugar no mundo, entre passos de dança e rasteiras cotidianas. 25 Anos sem Asfalto, de Fabi Andrade, mostra o dia a dia de Rose e seu filho, até que algo inesperado acontece. Encerrando a programação,  Forrando a Vastidão, de Higor Gomes, volta-se para o espaço doméstico, em um experimento fabular com o cotidiano de uma dona de casa e sua rotina. 

Premiação e Júri

Os filmes exibidos na 6ª Mostra Cinema e Negritude concorrem ao Troféu Vitória em duas categorias: Melhor Filme, pelo Júri Técnico, e Melhor Filme, pelo Júri Popular.

O Júri Técnico da 6ª Mostra Cinema e Negritude é composto pela produtora audiovisual, Marina Ferreira; pelo roteirista, diretor e produtor Rogério Sagui; e pela pesquisadora e crítica de cinema Yasmine Evaristo.  O anúncio das produções premiadas será feito durante a Cerimônia de Encerramento do 28º Festival de Cinema de Vitória.

On-line

O Festival de Cinema de Vitória é o maior e mais importante evento de cinema do Espírito Santo. Sua 28ª edição se materializa de forma diferente em 2021. Entre os dias 23 e 28 de novembro, o evento será realizado em formato on-line, com as mostras exibidas na plataforma Innsaei.tv, e nas redes sociais do evento. Os filmes estarão disponíveis para o público por 24 horas.

O 28º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Rede Gazeta, da Tower Web e do Banestes. Conta também com o apoio institucional do Canal Brasil, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, da Inssaei.tv, do Centro Cultural Sesc Glória e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

28º Festival de Cinema de Vitória
6ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE
26 de novembro
quinta-feira, às 19 horas

OLHOS DE CACHOEIRA
Adler Paz
FIC, Cor, ProRes, 23’, BA, 2020
Classificação Indicativa: 14 anos
Sinopse: Carlos Eugênio é um renomado escritor brasileiro, de muito sucesso no passado. Hoje, cego, vive só, apenas com a companhia de seu fiel criado Danilo, em uma grande fazenda às margens do Rio Paraguaçu, na região do recôncavo baiano, importante berço da cultura negra no Brasil. Após anos aposentado, resolve voltar a escrever. Trata-se de um livro de memórias e reflexões chamado “Olhos de Cachoeira”. Para ajudar na digitação do livro, resolve contratar uma garota chamada Mônica, que chega para dar mais vida à sua casa, formando, assim, uma grande amizade.
AS VEZES QUE NÃO ESTOU LÁ 
Dandara de Morais
FIC, Cor, HD264, 25’, PE, 2020
Classificação Indicativa: 16 anos
Sinopse: Rossana enxerga e vive o mundo através de um vidro borderline. Entre pliés, delírios dançantes e duros golpes de realidade, ela busca seu lugar no mundo.
25 ANOS SEM ASFALTO
Fabi Andrade
FIC, Cor, H264, 15’, SP, 2021
Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: Rose se empenha para garantir a Pedro um futuro melhor do que uma vida confinada entre as ruas de terra do bairro e o asfalto da cidade, quando um acontecimento inesperado a fará se conectar ao cotidiano de pequenas aventuras do filho.
FORRANDO A VASTIDÃO
Higor Gomes
FIC, Cor, HD, 15’, MG, 2021
Classificação Indicativa: 12 anos
Sinopse: Lia se prepara para o futuro. Seja lá qual for. 
*Os filmes estarão disponíveis após 24 horas