Dias de troca e conhecimento. Assim foi a segunda semana de oficinas do 27º FCV – Cultura Solidária, que aconteceu no município de Cariacica. As atividades de formação aconteceram  entre os dias 06 e 11 de setembro, na Instituição de Ensino Preparatec. O projeto tem a realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA) e patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo

Os alunos selecionados por ordem de inscrição, via formulário Google, participaram de quatro oficinas. Três formações foram presenciais: Oficina de Fotografia: Retratos Cotidianos, em duas turmas divididas entre as instrutoras Luara Monteiro e Thaís Gobbo; Oficina de Elaboração e Gestão de Projetos Culturais Periféricos, com Ursula Dart. Já a Oficina de Transmissão Ao Vivo, com Leonardo Almenara, foi realizada em formato on-line. 

Fotografia  

27 FCV Cultura Solidária
Estevão Garcia Leopoldino [de máscara azul], na Oficina de Fotografia. Foto: Levi Mori/ Acervo IBCA

Para os alunos do 27º FCV – Cultura Solidária as oficinas foram uma oportunidade de aprendizado e crescimento profissional. O estudante de publicidade Estevão Garcia Leopoldino, integrante do Puta Bloco e que participou da turma coordenada por Thaís Gobbo, afirmou que pretende usar o que aprendeu nas aulas para a divulgação do bloco carnavalesco 

“A gente tem uma demanda muito grande de produzir fotos que mostrem a realidade das pessoas na festa, aquela energia. E eu não tenho essa prática. A faculdade não passou essa parte mais técnica. Quando eu vi essa oficina entendi que era uma oportunidade. E foram seis dias de curso voltados para prática”. 

27 FCV Cultura Solidária
Ramon Oliveira Gomes (de laranja), durante a aula da Oficina de Fotografia. Foto: Levi Mori/ Acervo Galpão IBCA

Ramon Oliveira Gomes, que já atua como fotógrafo, optou participar da formação por enxergar uma oportunidade de ampliar o conhecimento, além de ampliar a troca. “Eu decidi fazer parte das oficinas do Cultura Solidária para diversificar nas questões do diálogo da fotografia. Ter outra ponte para entender e aprender e compartilhar também o que a gente sabe”.

Ramon também destacou o trabalho realizado por sua instrutora. “A Luara [Monteiro] foi uma professora completa. Ela sempre nos ajudou, trouxe novidades e referências”, pontuou ele. “A gente está compartilhando os elementos básicos de fotografia, da montagem das composições, da imagem, esses elementos”. 

Estevão também elogiou o trabalho realizado por Thaís Gobbo na condução das oficinas. “Quando ela começou a oficina de fato, eu vi que ela estava fazendo um review da faculdade só que de uma forma tão maravilhosa que ela desconstruiu as dificuldades. Foi tudo muito simples mesmo não sendo um conteúdo simples”, afirmou ele que complementou: “Ela trouxe referências incríveis, um conteúdo muito significativo. A oficina está sendo um divisor de águas real. Em seis dias ela transformou toda a questão da fotografia na minha vida”. 

Projetos 

Samarony da Silva Santos, fotógrafo e videomaker, participou da Oficina de Elaboração e Gestão de Projetos Culturais Periféricos, afirmou que a oficina atendeu às suas expectativas. “Gostei muito da oficina. Muitas coisas que a Ursula falou, os detalhes que ela passou pra gente foram muito importantes. Até em sites que eu tinha entrado, eu tinha deixado passar coisas muito importantes, que eram pequenos detalhes, e ela sanou algumas dúvidas que eu tinha. Além de criar essa relação direta com o produtor local, o que é muito importante”. 

O interesse dele pela atividade veio após realizar um trabalho voltado para a produção. “Eu tive uma experiência prática, eu realizei um projeto no ano passado, e desde então eu venho buscando aprimorar. Quando eu ouvi o nome Ursula Dart, tem muita experiência, e também uma pessoa legal, humilde, que está aberta a ensinar a passar a experiência dela, eu não pensei duas vezes em fazer essa oficina”. 

Samarony também gostou da possibilidade de participar de uma oficina presencial depois de mais de um ano de atividades pelo mundo virtual. “Sair também um pouquinho do on-line foi muito bom. Eu já não lembrava o quanto é gostosa essa interação pessoal. É basicamente a presença física, mas já muda muita coisa”. 

Ele aproveitou a oportunidade para agradecer iniciativas itinerantes como o 27º FCV – Cultura Solidária. “Eu queria agradecer vocês pela iniciativa. É esse tipo de projeto que me anima e me dá vontade de continuar estudando e de trazer pessoas que estão mais longe e fora destes grupos menores que estão sempre no mercado”.

Live 

Em formato on-line, a Oficina de Transmissão Ao Vivo apresentou novos mecanismos para que os alunos possam realizar e transmitir eventos pela internet, modalidade que ganhou evidência durante a pandemia. Ministrada pelo publicitário Leonardo Almenara, a atividade de formação encerrou com com a live Arte na Pandemia, com uma série de atrações artísticas. 

Apresentada por Sandy Vasconcelos e Gil Bernadina. a transmissão exibiu uma programação especial que teve início com Sara Germano e a apresentação da Palhaça Muriçoca e a Boneca Elástica. Na sequência, foi a vez de Hecthor Murilo e a banda Gastação Infinita; Lorena Vieira com Equilíbrio e Malabares; Naiara Martins com Educação e a Arte na Perspectiva Geográfica. Fechando a noite,  Thays Ferreira com uma apresentação sobre a Arte na Pandemia.  

Sandy Vasconcelos disse que participar da oficina foi uma oportunidade de aprimorar os conhecimentos no universo do audiovisual. “Quando aconteceu a pandemia e veio as lives, eu brequei. Para mim o investimento teria que ser alto para as transmissões e optei por gravar. Quando veio a Oficina de Transmissão Ao Vivo eu fiquei paranóica. Porque era uma oportunidade de começar a ter noção de como agir. A oficina com o Leo me trouxe isso: a possibilidade de dar um primeiro passo”.

Formação

As formações do 27º FCV – Cultura Solidária têm como principais objetivos a difusão cultural, o fomento e a formação de profissionais nas áreas da Cultura e da Comunicação. Cada oficina terá 10 participantes, totalizando 40 alunos por cidade. 

Os selecionados têm direito a uma bolsa de estudos no valor de R$400,00 (quatrocentos reais), que será paga em duas etapas: a primeira parcela no primeiro dia de aula e a segunda ao encerramento da oficina. Totalizam R$48.000,00 (quarenta e oito mil reais), distribuídos em recursos voltados para a educação.

As atividades do projeto, por conta da pandemia da Covid-19, cumprem todas as medidas de segurança necessárias, como uso de máscaras, álcool gel e promoção do distanciamento social, observando, ainda, o Mapa de Risco vigente em cada um dos Municípios.
O 27º Festival de Cinema de Vitória – Cultura Solidária conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Instituto Cultural Vale. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).