A diversidade foi a pauta do debate da 10ª Mostra Quatro Estações, que aconteceu na tarde de sexta-feira (27). O bate-papo foi mediado pela doutoranda em psicologia e cinema pela USP e crítica de cinema para o portal Geledés, Viviane A. Pistache. O bate-papo contou com a participação da realizadora Mariana Borges, responsável pelo documentário Babi & Elvis; do produtor e roteirista Leo Domingues, da ficção Bonde; e do diretor Caio Baú, do documentário Agachem, Segurem, Formem, Arrasem

Mariana Borges, diretora do curta Babi & Elvis abriu o debate falando da experiência de realização do filme. “Foi um filme praticamente instantâneo. Eu conhecia a Babi de longa data, porque eu sou moradora da região do Centro de Belo Horizonte. Acordei um dia e vi um evento do Facebook que a Babi ia se casar. Vi que tinha uma pessoa produzindo esse casamento e tinha o nome dela lá. Entrei em contato porque eu tinha muito interesse em filmar esse casamento” relembra.  

A diretora foi orientada a estar no local do evento para conseguir a autorização da protagonista para a realização filme. “Cheguei com meus equipamentos, na raça, sozinha, e conversei com ela que abriu aquele sorrisão e disse que ficaria muito feliz com esse registro. E assim eu acompanhei todo esse processo desde ela se preparando, se maquiando, vestindo a roupa, a expectativa e depois o casamento em si” conta a diretora. 

Caio Baú, diretor de Agachem, Segurem, Formem, Arrasem relembrou da transição entre atleta para diretor de um filme sobre rugby. “O Agachem surgiu com um evento que ia ter na semana da diversidade. Foi meio no susto. Foram poucos meses de preparação, mas deu pra fazer um curta”, conta o diretor que não pode participar como jogador em função de lesão durante os treinos. “Eu queria participar desse evento de alguma forma, eu comecei a estudar sobre o universo do esporte e da diversidade. Eu não participei do amistoso, mas participei de uma outra forma. Foi mais bacana do que ter jogado, foi fazer esse curta-metragem”. 

O curta Bonde é a terceira produção do coletivo Gleba do Pêssego, formado por 8 realizadores LGBTs vindos de periferias da Grande São Paulo, e o primeiro que trata do universo particular do grupo. “A gente queria criar um filme, que represente a gente, e que conte sobre a nossa vivência jovem, preta e LGBT aqui em são Paulo. A gente brinca que Bonde é um retrato fiel do que é o coletivo: é o nosso bonde, a nossa galera. É uma ficção, mas muito sobre quem está ao nosso redor e nós mesmos” contou Leo Domingues.

Confira na íntegra o Debate 10ª Mostra Quatro Estações