Quarta-feira marcou o início dos Debates com os realizadores da Primeira Sessão Competitiva Nacional de Curtas. Mediado pelo crítico e jornalista Filippo Pitanga, o bate-papo contou com a participação de Renato Barbieri, diretor de Pureza; Marco Antonio Pereira, realizador do curta 4 Bilhões de Infinitos; João Oliveira, co-diretor do filme 90 Rounds; e Ulisses Arthur, realizador de Ilhas do Calor

O debate começou com Renato Barbieri pontuando a importância do FCV para os realizadores brasileiros. “Fazer parte da seleção oficial do festival de Cinema de Vitória, que é um festival de resistência, que dá uma visibilidade incrível para os filmes brasileiros”. na sequência ele falou um pouco dos caminhos iniciais do projeto, que conta uma história baseada em fatos de uma mãe em busca do filho escravizado no mundo contemporâneo.  “Eu estava querendo ter uma experiência com um tipo de filme que eu pudesse atravessar fronteiras, tratando de uma temática universal” pontuou o diretor. 

O diretor também falou das locações na Amazônia, onde a história se passa. “Eu costumo dizer que o set invadiu o real. Nós fomos as locações, nós fomos aos lugares onde as coisas acontecem. Isso tem um impacto no uma dimensão de imanência que de fato impacta o elenco e que impacta na película”.

João Oliveira pontuou sobre o curta 90 Rounds que fala sobre o universo do hip hop e as batalhas de rima que estavam invadindo a internet. Ele pontuou sobre a participação da equipe na frente das câmeras. “A única forma de fazer esse filme seria assumindo a nossa participação no filme. A Juane é muito amiga do MC Noventa e, como a gente sabia que essa relação ia aparecer, a gente achou melhor aproveitar isso e fazer uma linguagem que assume isso para o espectador e mostrar tudo misturado: a vida do 90, a cena do hip hop e como é fazer um documentário”.

Ulisses Arthur, realizador de Ilhas do Calor, que trata das descobertas da adolescência no universo escolar, falou sobre o caminho transversal do curta depois de pronto. “O caminho que a gente teve depois com o filme foi muito bonito. Em todo Festival que a gente exibia o ‘Ilha’ ele era convidado para uma exibição em escolas. O filme foi pra fora do circuito do cinema. A lista de cursos de formação que o filme passou é muito maior que os festivais porque ele ganhou um espaço em várias atividades formativas”. 

Marco Antônio Pereira, de 4 Bilhões de Infinitos, falou sobre uma pergunta que dá norte ao seu filme: como seria o mundo se não existissem os filmes?. “O filme aponta para as dificuldades que nós temos hoje para fazer os filmes, sendo que o setor audiovisual é o quinto mais importante do país e que está sofrendo com o sucateamento” reflete o diretor, que complementa: “A arte cria essa memória nossa, de um povo”. 

O 27º Festival de Cinema de Vitória conta com o Patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Banestes. Conta com o apoio da Unimed Vitória, da Rede Gazeta, do Canal Brasil, da Stella Artois e da Suzano. Conta também com o apoio institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), da Tower Web, da Dot, da Link Digital, da Mistika, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, do Findes, do Sesi Cultural e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

Confira na íntegra o debate da Primeira Sessão Competitiva Nacional de Curtas