Reconhecida janela de exibição dedicada à experimentação de linguagens e estéticas. Essa é a proposta da Mostra Corsária que, em 2020, chega a sua nona edição dentro da programação do 27º Festival de Cinema de Vitória que acontece entre os dias 24 e 29 de novembro, em formato online e gratuito. 

A Comissão de Seleção da mostra é formada por profissionais com estreita relação com o audiovisual: Flavia Candida, curadora, cineasta e produtora oriunda do curso de Cinema da UFF; Erly Vieira Jr, cineasta, escritor e pesquisador na área audiovisual, doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ, e professor do POSCOM, da Ufes; e o produtor audiovisual e curador, Waldir Segundo.

A Mostra foi inspirada no filme Alma Corsária, de Carlos Reichenbach (1945-2012) e exibe uma seleção de filmes que apostam na expansão artística do cinema de curta-metragem. Nesta edição a curadoria destacou a pluralidade apresentada na questão das linguagens. 

“Destacamos a intensa participação de cinemas produzidos por mulheres, negros, LGBTs e indígenas, bem como a diversidade de estratégias estéticas e temáticas que marcam a produção contemporânea nacional, atravessando e ressignificando questões”. 

Filmes 

A seleção apresenta sete filmes que transitam entre a ficção, o documentário e o experimental. O curta-metragem Cultural busca refletir as raízes do interior do Brasil. A ficção Temporal fala da relação entre duas mulheres. O Prazer de Matar Insetos é uma ficção que trata da crise climática. 

O documentário Pátria apresenta um recorte sobre o Brasil. Naquela Época Devoraram Meus Olhos é um curta experimental. 3 Gotas é uma metáfora sobre a água no cotidiano. Já O Jardim Fantástico é uma ficção que se passa em uma sala de aula.   

Premiação e Júri

Os filmes exibidos na Mostra Corsária concorrem ao Troféu Vitória nas categorias: Melhor Filme, pelo Júri Técnico, onde serão premiadas duas produções; e Melhor Filme, pelo Júri Popular.

O Júri Técnico da Mostra Corsária é composto pela realizadora Gabriele Stein, a professora de cinema e audiovisual Daniela Zanetti, e o diretor, fotógrafo e cineclubista Sebastião Filho – Tião Xará. O anúncio das produções premiadas será feito durante a Cerimônia de Encerramento do 27º Festival de Cinema de Vitória.

Online

O Festival de Cinema de Vitória é o maior e mais importante evento de cinema do Espírito Santo. Sua 27ª edição se materializa de forma diferente em 2020. Entre os dias 24 e 29 de novembro, o evento será realizado em formato online, com as mostras exibidas na plataforma InnSaei.TV, no Canal de Youtube e nas redes sociais do evento. Os filmes estarão disponíveis para o público por 24 horas, de acordo com a programação, que será divulgada em breve.

O 27º Festival de Cinema de Vitória conta com o Patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Banestes. Conta com o apoio da Unimed Vitória, da Rede Gazeta, do Canal Brasil, da Stella Artois e da Suzano. Conta também com o apoio institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), da Tower Web, da Dot, da Link Digital, da Mistika, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, do Findes, do Sesi Cultural e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

27º Festival de Cinema de Vitória
9ª MOSTRA CORSÁRIA

CULTURAL (EXP, 6’, SP), Armando Lima

Cultural, diálogos metafóricos que buscam refletir raízes do interior do Brasil e o atual momento do cinema brasileiro nesses locais. Classificação indicativa: 10 anos.

TEMPORAL (FIC, 8’, MG), Maíra Campos e Michel Ramos

Ser mulher é um estado de devir. Amar uma é um estado de estar. E ser uma amando outra é tornar-se potência. Classificação indicativa: Livre.

O PRAZER DE MATAR INSETOS (FIC, 10’, RJ), Leonardo Martinelli

Em um futuro próximo, a crise climática atinge um ponto irreversível. Uma freira e um padre se encontram para conversar sobre o desaparecimento dos insetos. Classificação indicativa: Livre.

PÁTRIA (DOC, 8’, CE), Lívia Costa e Sunny Maia

Em uma fita VHS, são narrados pensamentos sobre Pátria, nacionalismo e poder. Classificação indicativa: Livre. 

NAQUELA ÉPOCA DEVORARAM MEUS OLHOS (EXP, 4’, RJ), Cleissa Regina Martins

Naquela época devoraram meus olhos e eu não sei dizer o que aconteceu. Classificação indicativa: 10 anos. 

3 GOTAS (EXP, 8’, ES), Luiz Will Gama

O líquido que banha o recém-nascido é o mesmo que lava o corpo sem vida antes do velório. O excesso de água causa a morte por afogamento e a escassez faz o organismo falhar por desidratação. Existem pluralidades de religiões que fizeram e fazem o uso da água em rituais, seja para purificação do corpo pecador ou como conexão com planos espirituais superiores. A humanidade se distancia da personalidade animal, natural e se conecta com máquinas e sistemas. O vídeo mostra, de forma poética, corpos sendo lavados, purificados, desintoxicados pela água. Nesses corpos que já tiveram mais relações com a natureza, o líquido representa a herança, a ancestralidade, a origem, o lado humano que estamos esquecendo. Classificação indicativa: Livre.

O JARDIM FANTÁSTICO (FIC, 20’, SP), Fábio Baldo e Tico Dias

Uma professora usa Ayahuasca durante as aulas com o intuito de conectar seus alunos a uma outra realidade. Durante um dos rituais, uma das crianças encontra uma estranha engrenagem na floresta. Classificação indicativa: Livre. 

27º Festival de Cinema de Vitória 
Quando: 24 a 29 de novembro
Local: InnSaei.TV, Youtube e Redes Sociais do FCV
Online e Gratuito