A programação do quinto dia do 27º Festival de Cinema de Vitória começou com o Debate Quarta Sessão Competitiva Nacional, na manhã deste sábado (28). O bate-papo girou em torno dos curtas apresentados na 24ª Mostra Competitiva Nacional de Longas e ds 10ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. O encontro foi mediado pela doutoranda em psicologia e cinema pela USP e crítica de cinema para o portal Geledés, Viviane A. Pistache. 

Estavam presentes no debate a diretora Gabriela Lourenzato, de O Conforto das Ruínas; o realizador Jéferson Vasconcelos, de Jorge; e a dupla de diretores Matheus Farias e Enock Carvalho; de Inabitável. O bate-papo tratou de escolhas estilísticas e como as obras refletem o tempo em que vivemos.

Inicialmente pensado para ser um ensaio fotográfico, o curta Jorge apresenta o olhar do realizador Jéferson Vasconcelos sobre a região em que ele mora, na Maré no Rio de Janeiro, e relação dos jovens com a criação de cavalos. “Não só aqui na Maré, mas nas favelas aqui do Rio, os meninos criam os cavalos. Isso é uma coisa que existe e eu sempre observei meio de longe”, relembra o diretor. “Eu estudei fotografia documental durante muito tempo e eu tinha ideia de ensaio fotográfico para um concurso com tema de rural urbano que me deu esse start“, relembra. 

Na sequência, Gabriela Lourenzato falou sobre o processo de criação para o seu filme. “Ele nasce do contexto da necessidade de se indignar. Olhando tudo ao me redor e tentando organizar todas as minhas indignações. Ele foi gravado na Vila Maria, bairro em que eu vivo e vivi a vida toda, em uma quebrada aqui de São Paulo, e na ocupação Douglas Rodrigues. Eu pensei em como com um filme eu posso democratizar o acesso ao cinema e ao fazer o cinema”, conta a diretora que escolheu como protagonistas duas moradoras da ocupação.  

Matheus Farias falou sobre as inspirações de Inabitável. “Na verdade o material do filme é o Brasil. O Brasil, há muito tempo, infelizmente, vem trazendo material pra gente discutir coisas muito tristes e muito absurdas que estamos vivenciando todos os dias. O filme conta histórias de pessoas que a gente conhece. Alguns desses personagens tem nomes de pessoas que a gente conhece, que estão muito dentro do nosso dia a dia, do nosso cotidiano. O filme tenta imaginar o presente, mas também o futuro imaginado para todas as pessoas que lutam apenas para terem suas vidas preservadas.

O 27º Festival de Cinema de Vitória conta com o Patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Banestes. Conta com o apoio da Unimed Vitória, da Rede Gazeta, do Canal Brasil, da Stella Artois e da Suzano. Conta também com o apoio institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), da Tower Web, da Dot, da Link Digital, da Mistika, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, do Findes, do Sesi Cultural e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

Confira na íntegra o Debate Quarta Sessão Competitiva Nacional