O debate com os realizadores da Segunda Sessão Competitiva Nacional de Curtas aconteceu na manhã desta quinta-feira (26). O bate-papo foi mediado pelo crítico e jornalista Filippo Pitanga e  e da doutoranda em psicologia e cinema pela USP e crítica de cinema para o portal Geledés, Viviane A. Pistache

A conversa contou com a participação de Camila Shinoda, diretora de Parte do Que Parte Fica; de Frank Kitzinger, ator do filme Manaus Hot City; de Firmino Neto, roteirista de Ser Feliz no Vão; Anderson Bardot, diretor de Inabitáveis; e Roberto Romero, produtor de Yãmĩyhex: as Mulheres-Espírito

O debate começou com Camila Shinoda falando sobre o seu curta. “É um projeto que nasce de uma história pessoal, muito parecida que eu vivi” relembra a diretora. “Eu gosto muito das linguagens híbridas que tencionam essas linguagens de documentário e ficção, então cada pessoa que entrava no projeto ia modificando esse roteiro. Eu tive mais de 11 versões do roteiro. A minha vivência deixou de ser minha e virou um filme”. 

Frank Kitzinger destacou o olhar contemporâneo que o filme joga sobre os moradores de Manaus e apresenta a vivência urbana da região. “Manaus Hot City é um filme totalmente independente. Falar do filme é falar um pouco de mim. É contar a história de Manaus, falar do seu visual, da sua estética, de uma maneira não estereotipada. É a vivência do manauara de uma forma mais urbana”. 

Roteirista e pai do diretor, Firmino Neto abordou as diferenças que existem na população negra. “Quando você trata a questão do negro, você coloca todo mundo em um bloco só, como se você fosse preto e tivesse uma só saída. O preto tem a sua forma de chegar onde ele chegou. Porque só se identificando profundamente com suas raízes que o negro vai conseguir ser feliz no vão”. 

Anderson Bardot destacou as narrativas transversais de Inabitáveis, curta que joga luz por uma série de temas. “Além de falar de negritude, de homossexualidade, o filme vai falar sobre o que é ser artista no Brasil. Ele vai falar sobre essas questões que colocam a gente na berlinda. E o quanto é difícil lidar com essa questão fantasmagórica que paira sobre nós”. 

Roberto Romero falou do processo de criação do filme Yãmĩyhex: as Mulheres-Espírito que surge a partir de oficinas para indígenas. “O filme vem de uma longa trajetória de realização especialmente desse casal, Sueli e Izael [diretores do longa], que tem uma vasta produção de curtas e médias, que eles têm realizado ao longo dessa década. O longa é um desdobramento dessas iniciativas de formação que começaram através de oficinas de realização audiovisual nas aldeias”. 

O 27º Festival de Cinema de Vitória conta com o Patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Banestes. Conta com o apoio da Unimed Vitória, da Rede Gazeta, do Canal Brasil, da Stella Artois e da Suzano. Conta também com o apoio institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), da Tower Web, da Dot, da Link Digital, da Mistika, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, do Findes, do Sesi Cultural e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

Confira na íntegra o Debate Segunda Sessão Competitiva Nacional