O segundo dia de formação do 27º Festival de Cinema de Vitória trouxe para o público do evento a Masterclass Processos da Montagem com diretor e montador de cinema e TV Pedro Bronz. O “master bate-papo ou um bate-papo class”, como ele definiu no começo da transmissão, propôs algumas reflexões sobre os métodos, ou a falta de métodos dentro de um processo de montagem em um filme documentário.
O bate-papo foi uma adaptação do curso Processo da Montagem, em que o diretor apresenta uma série de arquivos nos quais ele trabalhou e levanta questões relacionadas ao processo de criação e montagem.
Um dos pontos da conversa foi se o montador tem uma assinatura no processo de criação de um filme. “O montador existe uma assinatura total. Hoje mais ainda, porque os diretores estão cada dia mais distantes da ilha de edição. O montador é o cara que dialoga, é um dos únicos caras no processo todo, talvez o único que dialoga de igual pra igual com o diretor em nível criativo. E é isso que o diretor espera dele: uma assinatura”.
Pedro também falou sobre o que seria montagem. “Montagem é uma visão de mundo. Porque você vai passar mais tempo de um processo documentário vendo material do que cortando material. Vendo e selecionando. E o que é ver e selecionar, além do que você compreende como o que é interessante do mundo? O diretor que não tem esse tempo para ver todo o material, tem que escolher alguém com essa capacidade de ver, de interpretar e gerir essa visão de mundo”.
As masterclasses e workshops do 27º Festival de Cinema de Vitória são resultado da parceria e articulação da montadora e editora, Natara Ney, e da generosidade dos profissionais em cederem seu trabalho de forma gratuita ao festival.