A primeira noite do 31º Festival de Cinema de Vitória teve o brilho da produção audiovisual no Espírito Santo, apresentado na 13ª Mostra Foco Capixaba, no Teatro Glória (Sesc Glória), com quatro filmes na programação: O T-Rex E A Pedra Lascada, de Luã Ériclis, Fala, Vô!, de Felipe Risallah, Mulheres Maratimbas, de Thais Helena Leite, e O Caboclo do Sapê, de Ricardo Sá. Logo em seguida, a 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas exibiu o filme Presença, do capixaba Erly Vieira Jr.
Luã Ériclis subiu ao palco e apresentou a produção do seu O T-Rex E A Pedra Lascada. “Diretamente do interior do Espírito Santo, da cidade de João Neiva. É muito emocionante estar nesse palco. Estive ano passado como espectador e falei que estaria no palco esse ano. E cá estou eu. O filme veio num processo de imersão no rio, na mata”, disse o diretor.
Thais Helena Leite, elenco e equipe de Mulheres Maratimbas. Foto: Vikki Dessaune/ Acervo Galpão IBCA
O público também acompanhou a história de quatro mulheres criadas na região de Porto Grande, em Guarapari, no filme de Thais Helena Leite, que investiga uma herança agridoce no documentário Mulheres Maratimbas. “Tenho a oportunidade de trazer as quatro “mulheres maratimbas” do filme. É sobre um Brasil profundo que temos aqui perto de Vitória. É uma vila onde as mulheres precisam sempre se afirmarem. São elas que fizeram minha vida ter sentido a ponto de eu poder dizer que hoje eu sou capixaba”, afirmou Thais Helena Leite.
A proposta para a construção do filme Fala, Vô! aconteceu quando o diretor decidiu juntar os estudos que estava fazendo na época com homenagem a uma pessoa importante em sua vida. A ideia surgiu após o falecimento do próprio avô, Domingos Nascimento, em setembro de 2020, na pandemia. “Esse filme foi meu processo de luto na pandemia, pela perda de meu avô. Dedico a toda minha família. Sou estudante de Cinema da Ufes, e é muito importante estar aqui com meu primeiro filme.”, pontuou Felipe Risallah.
Ricardo Sá, diretor, e Antônio Rodrigues protagonista de O Cabloco do Sapê. Foto: Gustavo Louzada/ Acervo Galpão IBCA
Por fim, O Caboclo do Sapê, do diretor Ricardo Sá, mostra a luta pela preservação ambiental e os quilombolas na região Norte do estado. O protagonista da história é o Caboclo Sapezeiro, um dos líderes do quilombo, que se dedica incansavelmente à defesa da área, sempre com muita rima e melodia. “Essa história se passa no Sapê do Norte. Pouca gente conhece a história de lá e esse filme vai mostrar de forma bem diferente o que essa população quilombola vive lá desde os anos 1960. O povo quilombola tem força!”
14ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS
Cineasta, escritor, pesquisador e pós-doutor em Cinema, Erly Vieira Jr estreou seu filme Presença, no Espírito Santo, na abertura da 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. O longa-metragem acompanha o trabalho de três artistas visuais capixabas de destaque no Brasil e no mundo: Castiel Vitorino Brasileiro, Marcus Vinícius e Rubiane Maia.
Erly Vieira Jr e a equipe de Presença, que abriu a 14ª Mostra Competitiva de Longas. Foto: Vikki Dessaune/ Acervo Galpão IBCA
“Acompanho este festival desde a primeira edição, desde que era estudante. E me perguntava como eu poderia fazer parte disso. Ganhei um concurso de roteiro, onde o prêmio era recurso para fazer um filme. Já trabalhei como jurado, debatedor, fui curador, enfim. Presença é um filme que fala de artistas, que é com eles, não que fala sobre ele.”, afirmou o diretor que fechou a programação do primeiro dia do 31º FCV.
O filme capixaba foi produzido pela Ladart Filmes, com produção executiva e direção de fotografia da cineasta Ursula Dart, parceira do Erly Vieira Jr. desde o seu primeiro e premiado curta-metragem, Macabéa (2000). Presença foi realizado com recursos públicos e começou a ser filmado em 2020.
O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Conta com a parceria do Sesc Glória. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like, da TVE Espírito Santo e da Carla Buaiz Joias. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).