Janela que destaca o protagonismo feminino atrás das câmeras e também nas telas, a Mostra Mulheres no Cinema chega a sua 3ª edição com uma reunião de cinco curtas-metragens. A sessão acontece no dia 7 de setembro, a partir das 14h, no Teatro Carlos Gomes e tem entrada gratuita.

Neste ano, cinco filmes de três Estados compõem a mostra – São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, além do Distrito Federal. A curadoria ficou a cargo de três especialistas: a realizadora Gisele Bernardes, a pesquisadora de Cinema Hegli Lotério e a professora universitária e realizadora Gabriela Santos Alves.

A 3ª edição da mostra teve mais de 140 filmes inscritos, refletindo uma presença importante das mulheres na direção das obras. No entanto, os números continuam insuficientes em um contexto mais amplo: “também somos minoria em tantas outras funções, como roteiro, direção de fotografia, montagem, captação e desenho de som”, questionam as curadoras, no texto de apresentação da mostra.

“E além da ausência nesses cargos, outras faltas são perceptíveis nas narrativas a que temos assistido. Afinal, que mulheres são representadas nas telas? Quais delas possuem a oportunidade de realizar uma obra audiovisual? Que ideias, vozes, olhares e perspectivas são invisibilizadas por uma cadeia produtiva que ainda reproduz desigualdades históricas em sua constituição?”, completam.

Segundo a curadoria, todas essas questões foram levadas em conta no processo de seleção dos filmes. “O resultado é uma mostra assumidamente política e plural em termos de experimentação da linguagem e de temáticas abordadas”, afirma a equipe.

As obras selecionadas concorrem ao Troféu Vitória na categoria Melhor Filme. Os vencedores do festival serão conhecidos na noite de encerramento – 8 de setembro -, no palco do Teatro Carlos Gomes.

Uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), o 25º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, da Petrobras, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE), do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), da Ancine, e do Governo Federal, com Apoio da Rede Gazeta, da Prefeitura Municipal de Vitória, e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. O Festival conta também com Apoio Institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), do Canal Brasil, da Arcelor Mittal, da Link Digital, da Mistika, da Cia Rio, da UVV e da Marlim Azul Turismo. O lounge do Festival é co-realizado pela Galpão Produções e pela molaa.

 

25º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Quando: 3 a 8 de setembro.

Onde: Teatro Carlos Gomes, Centro de Vitória.

Entrada gratuita.

 

3ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA

Quando: sexta-feira, dia 7 de setembro, às 14h.

 

Confira os filmes selecionados:

(Ex)posta (Ana Júlia Carvalheiro, DOC, 10’42’’, SP). Após terem suas imagens íntimas expostas na internet sem o seu consentimento, quatro mulheres contam as suas histórias: como conheceram seus agressores, como ocorreu a exposição da sua intimidade e como lidaram com esta violência. Os relatos se entrelaçam, levando-nos a refletir sobre questões de gênero, sexualidade, privacidade, a objetificação dos corpos femininos e sobre os supostos limites diante das novas formas de se relacionar, agora também no espaço virtual.

 

Mc Jess (Carla Villa-Lobos, FIC, 20’, RJ). Jéssica tem que enfrentar o preconceito cotidiano. Encontra na arte uma forma de se expressar e superar suas inseguranças.

 

Fechadura (Caroline Lucena e Ana Carolina Resende, FIC, 6’, DF). Filha tomou uma decisão muito importante sobre sua vida e precisa contar à Mãe.

Fofa (Flora Pappalardo, FIC, 13’30’’, SP). Maria Clara, uma jovem de 16 anos, morre sem explicação aparente durante uma aula de educação física. Durante a noite, ela reaparece ressignificando o espaço do colégio.

 

Em Busca de Lélia (Beatriz Vieirah, DOC, 15’, BA). Lélia Gonzalez. Seguindo os passos desse nome, começo a busca pela minha ancestralidade e por retratá-la. Professora e antropóloga, mulher à frente do seu tempo, protagonista na militância junto ao Movimento Negro nos anos 1970 e 1980, período no qual percorreu diversas cidades e países, sempre afirmando sua identidade e denunciando o mito da democracia racial. Um símbolo de resistência e da luta pelos direitos de indígenas, negros e mulheres. Os afetos de Lélia me guiam por toda caminhada.