O último debate entre realizadores na 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, na manhã desta quinta-feira (25), encerra o ciclo de conversas sobre o audiovisual brasileiro, em especial às produções exibidas na 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas e na 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. O 31º FCV conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e da Petrobras através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura.
O encontro teve a mediação de Viviane Pistache. Estiveram presentes os realizadores Leonardo Martinelli, Janaina Wagner, Thiago Costa, Juane Vaillant, e a produtora Carla Francine.
Na noite de quarta-feira (24), durante a 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, foram exibidos, no Teatro Sesc Glória, as seguintes produções: Pássaro Memória (Leonardo Martinelli, FIC, RJ, 15’), Quebrante (Janaina Wagner, SP/PA, DOC, 18’), Axé Meu Amor (Thiago Costa, FIC, PB, 18’) e Deusa Menina (Juane Vaillant, FIC, ES, 18’). Na 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, foi apresentado o filme Sekhdese (Graciela Guarani e Alice Gouveia, DOC, PE, 86′).
“Toda vez que a gente ia para as aldeias, a gente registrava as lideranças. Conseguimos 180 mil, que usamos para finalizar o filme. Foi um feito de muita guerrilha. É um filme que a gente acha que é muito importante, por todo contexto no País. Tem coisas que a gente quer denunciar, quer mostra. Mesmo com o filme pronto, a gente vai ainda registrar no local”, contou a produtora do longa-metragem Sekhdese.
Janaína Wagner, diretora de Quebrante, contou que o filme se chamaria de outro jeito anteriormente. “O título do filme durante bom tempo era Quebrando, por conta do processo histórico do Brasil. Mas, minha vontade era operar através do filme uma quebra através da imagem, que é uma maneira que compete trazer algo. Meu campo é construir imagens e como essas imagens podem ocasionar momento de quebra. E aí foi um grande acaso, por ter ouvido uma ‘oração à Lua’, que falava que parar quebrar, tinha que ter um quebrante”, revelou.
Diretor de Axé Meu Amor, Thiago Costa falou sobre como foi pensar o curta. “O candomblé na Paraíba chega nos anos 1990. Achava que era importante construir uma narrativa que pudesse registrar esse momento das duas. A gente tem feito filmes na nossa vizinhança. Pessoas que estão no nosso convívio, inserir no filme, derruba essa lógica de que não pode. Eu me pergunto muito também, às vezes a gente tem uma ideia de ficção muito ligada à fantasia, à coisas surreais, e fico pensando como a ficção pode ensaiar a realidade”.
Em Pássaro Memória, Leonardo Martinelli explica sobre suas ideias. “Quando escrevi o roteiro, eu sabia que seria um filme que ia para outro lado de trabalhos anteriores que fiz. Conseguimos o objetivo, que era magnetizar o olhar do apresentador. Pássaro Memória é desafiador, é mais preso até por conta da melancolia da personagem, e tinham imagens ali que eu queria gravar e ver na tela de cinema, assim eu fiz”.
A capixaba Juane Vaillant, do filme Deusa Menina, detalhou escolhas feitas durante a produção do curta. “Quando fui pensar na escolha do ator para fazer o tempo, busquei essa interação entre a atriz e outros atores, Queria que o ator do Tempo tivesse uma voz diferente. Vi que o sotaque dele, e o timbre dele, tinha outra forma. Fiz a seleção baseada nisso. Enquanto aos figurinos, sou fã de Star Wars e fui para esse local onde as roupas só estão ali, nada pensando em moda. Pensei os tons na pele do elenco, no que daria mais destaque”.
O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like, do Sesc Glória, da Carla Buaiz Jóias e da TVE Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).