Em mais um encontro de realizadores do cinema brasileiro, promovido pela 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, o diálogo entre os profissionais, o público e a mídia especializada, foi valoroso para promover a difusão de toda a cadeia produtiva no Brasil. O debate valeu para promover a discussão sobre as percepções de diferentes tribos e gerações nos filmes das mostras competitivas.
A mediação do debate, realizado no Hotel Senac Ilha do Boi, foi feita por Viviane Pistache. Os realizadores que estavam na mesa, tiveram suas produções exibidas na noite de terça-feira (23), no Teatro Sesc Glória. Da 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, foram Giulia Butler, Jocimar Dias Jr, Eri Sarmet, Edileuza Penha de Souza, Saskia Sá, Amanda Pontes e Di Ferreira.
Foram exibidos na noite de terça-feira, no Teatro Sesc Glória, os curtas Como Chorar Sem Derreter (Giulia Butler, FIC, RJ, 15’), Vollúpya (Jocimar Dias Jr e Eri Sarmet, DOC, RJ, 22’), Vão das Almas (Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape, FIC, DF, 15’) e Dias de Pouco Pão e Zero Sonho (Saskia Sá, FIC, ES, 17’). O longa apresentado na tela do Sesc Glória foi Quando Eu Me Encontrar (Amanda Pontes e Michelline Helena, FIC, CE, 77′).
Neta de Betty Faria, Giulia Butler falou sobre seu primeiro filme, Como Chorar Sem Derreter. “O filme é poético, é narrativo. Essa casa de bonecas nesse campo verde seria esse lugar que uma versão dessa pessoa está aprisionada, junto com essa outra versão dela, que seria ela enquanto criança, que pode lhe dar essa libertação. Mas sou aberta à outras interpretações, muitas pessoas me veem na criança (que aparece no curta com a personagem da Betty Faria), mas é isso, sobre a mente do ator. A mão de obra do ator são as emoções e como ele organiza isso dentro de si”, disse Giulia, que completou: “Dirigir ela foi a coisa mais fácil que eu imaginava. Ela fica tão feliz trabalhando”.
Edileuza Penha de Souza, que tem sua primeira ficção depois de dirigir documentários, falou dessa experiência, que quer continuar exercendo. “Venho do documentário, comecei a fazer cinema depois dos 50 anos. Foi um filme de baixíssimo orçamento, a equipe teve que se doar muito. Fizemos preparação de atores, cumprimos o roteiro e é isso. No documentário, você tem várias surpresas, até pela reação das pessoas que você já tinha conversado previamente, mas na hora falava que estava com febre, ou outras justificativas. Eu e Santiago trabalhávamos 15 horas por dia e gostei de fazer ficção”.
O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like, do Sesc Glória, da Carla Buaiz Jóias e da TVE Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).