Cinco filmes compõem a programação da 13ª Mostra Corsária, que integra as atividades do 31º Festival de Cinema de Vitória. Compõem a janela de exibição os curtas A Última Valsa, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet, Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta, guarda vieja 3458 timbre 3/6, de Karen Akerman e Miguel Seabra Jr, Prólogo, de Natália Dornelas, e Yãmî Yah-Pá | Fim da Noite, de Vladimir Seixas.

A mostra foi inspirada no filme “Alma Corsária”, de Carlos Reichenbach (1945-2012), e se dedica à experimentação de linguagens e estéticas. Produções do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo estão na lista dos filmes que vão ser exibidos no dia 23 de julho, a partir das 16 horas, na Sala Cariê Lindenberg, localizada no 2º andar do Sesc Glória.

“Outros ritmos, outras pontuações, outras formas de se relacionar com as imagens: eis o espírito da Mostra Corsária. Nesta 14ª edição, ela se renova com cinco títulos, sempre nos surpreendendo com novas e poderosas possibilidades de investigação e produção de novas camadas de sentidos e sensações”, afirmam os curadores Flavia Candida e Waldir Segundo.

A produção capixaba Prólogo, de Natália Dornelas, “propõe um jogo de velar e desvelar que tensiona as usuais representações dos corpos de mulheres negras nas telas, muitas vezes relegados à penumbra, por um lado questionando os apagamentos cotidianos sob os quais são lidos, mas também explorando o direito à opacidade, à imprevisibilidade, de não se permitir elucidar nas leituras reducionistas da branquitude”, explica a dupla. 

De Minas Gerais, o filme Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta, “constrói-se num espaço-tempo bastante peculiar, mais afeito à tradição Bakongo e fabulado a partir das possibilidades do cinema de animação, para reler a trajetória da heroína congolesa a partir de seu seu intenso diálogo entre as dimensões concreta e espiritual da existência”, avaliam os curadores.  

Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes apresentam em Guarda Vieja 3458 Timbre 3/6 um filme ao mesmo tempo experimental, documental e ficcional,. “O curta investiga o ato de resistir e de se erguer a partir da primeira infância, aqui também visto como um gesto de suspensão e encantamento a partir da autodescoberta”. 

Já o documentário paulista A Última Valsa, “é um desdobramento poético, porém não menos contundente, de questões colocadas pela dupla Fábio Rogério e Jean-Claude Bernadet em sua obra anterior, ‘Cama Vazia’, acerca da resistência à mercantilização da finitude existencial”.

Por fim, Yamy-Yah-Pá: Fim da Noite é uma obra do Rio de Janeiro. “É a primeira experiência ficcional do documentarista Vladimir Seixas, e parte do sentimento de luto de uma indígena à procura dos demais de sua etnia num mundo pós-apocalíptico para nos fazer compreender que os escombros que aqui se multiplicam são as do próprio mundo branco, movido pela sanha dessa máquina de criar ruínas que convencionou-se chamar de antropoceno”. 

31º FCV

De 20 a 25 de julho, acontece a 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará com lançamentos de filmes, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. Toda programação é gratuita.

O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com opatrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Conta com a parceria do Sesc Glória. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like e da Carla Buaiz Jóias, da TVE Espírito Santo e do Canal Like. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

SERVIÇO
13ª MOSTRA CORSÁRIA
Quando: 23 de julho, terça-feira, às 16 horas
Local: Sesc Glória – Sala Cariê Lindenberg, 2º andar
Aberto ao público 
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