Com espaço dedicado ao empoderamento feminino no comando de produções audiovisuais, a nona edição da Mostra Mulheres no Cinema, que integra a programação do 31º Festival de Cinema de Vitória, traz quatro curtas-metragens brasileiros, que serão exibidos no dia 21 de julho, na sala Cariê Lindenberg, no segundo andar do Teatro Glória. O público vai poder conferir, a partir das 14 horas, os filmes A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia, Aquela Mulher, de Cristina Lago e Marina Erlanger, Maré Braba, de Pâmela Peregrino, e Uma Mulher Comum, de Debora Diniz.
As produções que compõem a mostra, que conta com a curadoria de Bárbara Maia Cerqueira, pontuam os muitos olhares que as mulheres nos apresentam no audiovisual. “Quais histórias as mulheres nos contam? Essa foi uma pergunta que nos fizemos após a experiência de encontro com os tantos filmes inscritos para seleção para Mostra de Mulheres”, revela a curadora. “Para 2024, foram selecionados quatro curtas-metragens, de diretoras de diferentes regiões do país com temas que nos tocam a todas as mulheres: mudanças climáticas, experiência do amor e parceria, aborto, liberdade e velhice”.
Maré Braba é um filme produzido no Ceará e na Bahia, em 2023. Pâmela Peregrino assina, além da direção, a fotografia, direção de arte e animação, e também contribuiu na construção do roteiro. “O filme dela nos convida a refletir sobre um problema urgente e atual. Comunidades tradicionais, ribeirinhas, indígenas, quilombolas, ou seja, comunidades mais conectadas à Terra são as primeiras a sentirem os impactos das mudanças climáticas em curso e cada vez mais intensas”, pontua a curadora.
A ficção Aquela Mulher foi produzida no Rio de Janeiro. “Se somos impactadas pelos problemas cotidianos, juntas podemos superá-los. Podemos ver em Aquela mulher, Cristina Lago e Marina Erlanger, a celebração do amor entre mulheres para dar conta dos desafios da vida”, afirma Bárbara.
Na seleção, o espectador também vai assistir a um documentário produzido entre São Paulo e Buenos Aires. “A diretora Débora Diniz conta a história de Uma Mulher Comum (título do filme) que busca o aborto legal ao cruzar a fronteira que demarca territórios e direitos. As imagens de mulheres argentinas organizadas fazendo história no passado e no presente nos indicam que a articulação entre mulheres é um caminho para avançarmos em nossas pautas”.
Em A Velhice Ilumina o Vento, Bárbara analisa o que o filme do Mato Grosso, realizado por Juliana Segóvia, “rasura o que o capitalismo patriarcal determina às mulheres mais velhas”. A curadora complementa: “Dalva nos inspira enquanto celebra a liberdade conquistada. As protagonistas dos curtas-metragens selecionados são mulheres comuns que apresentam histórias extraordinárias que merecem ser contadas”.
Bárbara Maia Cerqueira convida o público para prestigiar a Mostra Mulheres no Cinema, que em sua nona edição, apresenta questões necessárias para a sociedade. “As diretoras de cinema fazem uma escolha política de ampliar vozes de mulheres comuns, contudo, além de mulheres (gênero), somos atravessadas por raça, classe, orientação sexual e localização geográfica num país continental. Esses atravessamentos qualificam o nosso modo de contar histórias”.
31º FCV
De 20 a 25 de julho, acontece a 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará com lançamentos de filmes, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. Toda programação é gratuita.
O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Conta com a parceria do Sesc Glória. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like e da Carla Buaiz Jóias, da TVE Espírito Santo e do Canal Like. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).