“É um filme sobre pessoas que fazem de seus corpos o meio e objeto de sua arte, como forma de insubordinação diante dos papéis sociais que se costuma predeterminar a eles”. Assim, o cineasta, escritor, pesquisador e pós-doutor em Cinema, Erly Vieira Jr, define seu filme Presença, que será exibido na programação da 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, que acontece de 20 a 24 de julho, a partir das 19 horas, no Teatro Glória, e faz parte da programação do 31º Festival de Cinema de Vitória.

O longa-metragem acompanha o trabalho de três dos maiores artistas visuais capixabas e que são destaque na cena mundial das artes: Castiel Vitorino Brasileiro, Marcus Vinícius e Rubiane Maia. “Presença não tem pretensão de dar conta de temas tão grandes, que atravessam há anos e profundamente as obras desses artistas,  mas parte da ideia da performance como uma forma de se transmitir conhecimentos a partir do corpo, das sensações, para apresentar algumas possibilidades de se conectar com nossos corpos de espectadores”.

O filme capixaba foi produzido pela Ladart Filmes, com produção executiva e direção de fotografia da cineasta Ursula Dart, parceira do Erly Vieira Jr. desde o seu  primeiro e premiado curta-metragem, Macabéa (2000).  Presença foi realizado com recursos públicos e começou a ser filmado em 2020. “É meu primeiro longa-metragem, e um retorno meu à direção audiovisual depois de 12 anos, já que meu último curta foi lançado em 2012. A equipe foi majoritariamente formada por mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, o que também criou um outro tipo de relação no set, com a qual me senti bastante confortável. Tenho buscado dirigir filmes com esse tipo de configuração de equipe desde meu curta-metragem Saudosa, de 2005”, conta Erly Vieira Jr.

O universo das artes visuais é recorrente na obra do pesquisador, tanto em publicações como Exercícios do Olhar, Exercícios do Sentir – em que ele mergulhou nos trabalhos de, entre outros, Elisa Queiroz, Júlio Schmidt e Maruzza Valdetaro – e o documentário A Mão Tagarela, em que ele acompanha o artista Hélio Coelho.   “É o quarto documentário em que abordo o universo das artes visuais, especialmente o capixaba, algo recorrente em minha filmografia desde 2010. Antes deste, foram três curtas metragens sobre artistas visuais locais ou nacionais”.

Sobre a exibição do longa-metragem no 31º Festival de Cinema de Vitória, o realizador se diz extremamente animado. “É uma honra poder exibir meu primeiro longa num festival tão longevo e importante, que inclusive possui tantas mostras instigantes que dão uma visão renovada do audiovisual brasileiro hoje. Ficamos extremamente felizes com a seleção no Festival de Vitória”.

Essa felicidade se dá pela estreia “em casa”. “É a primeira exibição para o público capixaba, um filme feito aqui, sobre artistas daqui, com equipe daqui, o primeiro filme que realizei depois de tantos anos e também o primeiro longa que faço. Acho que já dá pra imaginar como estão minhas expectativas e de toda a equipe, né?”, finaliza Erly Vieira Jr. 

31º FCV

De 20 a 25 de julho, acontece a 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará com lançamentos de filmes, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. Toda programação é gratuita.

O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Conta com a parceria do Sesc Glória. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like e da Carla Buaiz Jóias, da TVE Espírito Santo e do Canal Like. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

*Foto: Yuri Aires/ Divulgação

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