A história de quatro mulheres criadas na região de Porto Grande, em Guarapari, uma comunidade de pescadores que há décadas têm observado de perto as mudanças no lugar onde, por tantos anos, viram os moradores tirarem o sustento. Esse é um breve resumo do que conta o documentário Mulheres Maratimbas, de Thais Helena Leite, que será exibido no dia 20 de julho, na 13ª Mostra Foco Capixaba. A mostra faz parte da programação do 31º Festival Cinema de Vitória, que acontece de 20 a 25 de julho, na cidade de Vitória.

A diretora, que é professora de História, conta que a ideia do filme veio da convivência por mais de 30 anos com as matriarcas da comunidade de pescadores artesanais. “Percebi nesses anos uma mudança de valores na vila e por isso comecei a pensar o quão importante era falar de coisas simples como tomar banho, lavar roupa na Lagoa Maembá, coisa que não é mais possível por causa da poluição”, relata.

Entre os assuntos abordados no filme, a maior preocupação tanto de alguns moradores, quanto da produção, é com a questão ambiental. Thaís Helena ressalta que uma questão importante no debate sobre o que aconteceu ao longo das décadas na região, é que “a pesca é uma definição social dessa comunidade e muitas ainda resistem em pescar, mesmo sendo quase impossível encontrar um peixe”, pontua a diretora, que observou que muitos moradores não sabem a história da sua própria vila, que foi fundada por Emília Ana de Lyrio.

O processo de produção envolveu equipe formada majoritariamente por mulheres com vasta experiência no audiovisual: Ursula Dart, Natalia Dornellas, Ana Pagani, Luiza Grillo e Carol Covre. Além delas, o cineasta Anderson Bardot e Kaiki Marques. “Ficamos todo o tempo hospedadas na vila, fazendo nossas refeições no local e convivendo com as mulheres maratimbas em suas casas”, conta a realizadora.

Para Thais Helena, exibir o filme no Festival, é uma oportunidade única. “Um filme capixaba só é lançado para valer (na minha concepção) depois que é apresentado no Festival de Cinema de Vitória, nossa vitrine. E a possibilidade de levar essas quatro matriarcas e suas famílias para assistir o filme sobre elas, sobre a comunidade onde vivem é de um ineditismo estupendo! As quatro só estiveram em Vitória uma vez para ir ao médico e são todas da terceira idade! Porto Grande é assim: tão perto e tão longe da capital. Para elas, é outro mundo”. 

31º FCV

De 20 a 25 de julho, acontece a 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará com lançamentos de filmes, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. Toda programação é gratuita.

31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura CapixabaSecretaria da Cultura do Espírito Santo. Conta com a parceria do Sesc Glória. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like, da TVE Espírito Santo e da Carla Buaiz Jóias. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

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