Com Teatro Glória lotado, a quarta noite do 30º Festival de Cinema de Vitória movimentou o Centro da capital capixaba com a exibição do Programa Três da 27ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas e quarta exibição da 13ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. Na programação vespertina, aconteceu a 10ª Mostra Outros Olhares – Programa Juventude, a 5ª Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico e 6ª Mostra Cinema de Bordas, além da terceira sessão da mostra A Cinemateca é Brasileira

No Hotel Senac Ilha do Boi, foi realizado o segundo dia do Workshop Experimental de Fotografia – Museu Vale Extramuros, com Jordana Caetano e Weverson Tertuliano e os debates com os realizadores. E as sessões do 23º Festivalzinho de Cinema de Vitória, no Cine Metrópolis, na Ufes, chegaram ao penúltimo dia. 

Com apresentação dos atores Ana Flavia Cavalcanti e Fabrício Boliveira, quem abriu a programação de exibições da noite foi o curta-metragem Remendo, de Roger Ghil. A diretora subiu ao palco do Teatro Glória ao lado da equipe do filme. “Vocês me ensinam sobre o amor. Oxum é a manifestação do amor.  Eu estou me sentindo tão apaixonada aqui, hoje, junto com vocês. Quero agradecer aos exus e pombagiras, minha família, as nossas famílias que estão aqui. Eu sempre falava no set que este é um filme sagrado porque eu estou trabalhando com divindades. É isso que faz esse filme sagrado. O Remendo é um convite para sacralizar nossas divindades. Eu sou livre para escolher ser feliz, eu sou livre para trabalhar com vocês, sorrir e amar vocês. Obrigado por me ajudarem a falar de amor”, disse a diretora. 

CONFIRA A COBERTURA FOTOGRÁFICA DA QUARTA NOITE DO 30º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Na sequência, representando o diretor Morzaniel Iramari, a produtora Marília Senle, da Aruaque Filmes, e o coprodutor Maurício Ye’kwana subiram ao palco do Teatro Glória para falar sobre o documentário Mãri Hi – A Árvore do Sonho. “É um filme sobre sonhos, dentro da Cosmologia Yanomami, é também um filme e um projeto sobre futuro, sobre novos horizontes,  sobre a potência do povo Yanomami, sobre os povos indígenas, depois de anos muito duros e muito dificeis,  na terra indigena yanomami que fica entre os estados de roraima e amazonas, na fronteira com a venezuela, anos realmente de muita barbárie e que com esse projeto, com esse filme, a gente tem buscado com os jovens yanomamis, através do cinema, através da arte, construir novas possibilidades” pontuou Marília. 

Maurício Ye’kwana falou sobre a importância do cinema como ferramenta para pensar. “O filme do Morzaniel é um grande desafio. Usar uma ferramenta para mostrar algo que vai ser interessante e mostrar essa diversidade de conhecimentos cosmológicos. Uma coisa é a sociedade não indígena, outra coisa é a sociedade indígena. A gente tem que mostrar essa ferramenta, principalmente para os jovens, que estão aí engajando o mundo para tentar reconhecer essa questão de direitos conquistados”. 

Logo após, a diretora Ana Bárbara Ramos falou sobre seu curta-metragem selecionado para a 27ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas.  “O filme que eu vou apresentar se chama Cósmica,  ele é um filme-carta de uma menina que se chama Iara, para o planeta terra. É o ponto de vista dela sobre as crises, sobre tudo isso que a gente tá vivendo das mudanças climáticas”. 

Fechando as apresentações sobre dos curtas da noite, Eduardo Ades, acompanhado da diretora de arte Daniela Solon,  para falar sobre Teatro de Máscaras. Esse filme então tem muitas camadas, quando a gente fala de máscaras isso é uma necessidade, a gente tem que ter as camadas. Então tem uma camada que fala desse aspecto muito pessoal meu, da experiência que eu tive com o adoecimento da minha mãe. Essa personagem fala muito da minha mãe, mas fala muito da Vera [Holtz, protagonista do filme], dessas personagens que ela fez no teatro. É a sobreposição de muitas mulheres. É uma história bastante pessoal, que eu espero que se comunique com todos”.

Por uma questão técnica, o longa-metragem Porto Príncipe precisou ter suas sessão na 13ª Mostra Competitiva Nacional de Longas transferida para a sexta-feira (22), às 17 horas, na Sala Marien Calixte, no Sesc Glória. O produtor do filme subiu ao palco para apresentar o longa-metragem para o público. “Porto Príncipe é um filme que eu me orgulho muito, que eu sempre vou defender. Um filme corajoso que me deram a chance de produzir. É um filme feito em Santa Catarina, que conta com o Diderot Senat, um não ator, haitiano, que acreditou no filme, que ganhou um prêmio no Festival de Recife, o que dá muita alegria pra gente”. 

Antes da exibição da 27ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas o público participou da Cerimônia de Homenagem para a atriz Elisa Lucinda. A artista recebeu o Troféu Vitória por sua contribuição a cultura brasileira, além do Caderno da Homenageada – uma publicação inédita e biográfica sobre sua vida e carreira – e uma jóia exclusiva da Carla Buaiz Jóias. 

TARDE 

A programação vespertina começou às 14 horas, com a Mostra A Cinemateca é Brasileira, que exibiu o clássico Deus e Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, na Sala Marien Calixte, no Sesc Glória. No mesmo horário, mas na Sala Cariê Lindenberg, teve início a 10ª Mostra Outros Olhares, que apresentou os quatro curtas do Programa Alvorada. São eles: Sua Majestade, o Passinho, de Carol Correia e Mannu Costa; Amaná, de Antonio Fargoni; A Verdade que me Contaram, Realização Coletiva de Breno Oliveira, Camila Rodrigues Sales, Cauã Damas, Clara Vitter, Daniel Damas, Daniel Silva Gomes, João Pedro Ventura Noises, Jonas Basílio, Kauane Vitória Dias Ferreira, Letícia Abreu, Mayara Mendes, Nayra Garcia, Weverton de Oliveira Pereira, Andrey Oliveira Sampaio; e No Início do Mundo, de Gabriel Marcos. A sessão contou com a participação dos diretores Antonio Fargoni (foto/ Amaná) e Gabriel Marcos (No Início do Mundo). 

Fechando as exibições da tarde no Sesc Glória, duas mostras aconteceram às 16 horas. Na sala Cariê Lindenberg, a 5ª Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico exibiu cinco filmes que usam o cinema de gênero para discutir questões contemporâneas. Os curtas exibidos foram Luminárias, de Evandro Caixeta e João Gilberto; Água Doce, de Antonio Miano; La Pursé, de Gabriel Nobrega; Nau, de Renata de Lelis; Encruzilhadas do Caos, de Alex Buck. A sessão contou com a participação dos diretores Antonio Miano (Água Doce) e Alexander Buck (Encruzilhadas do Caos).

Na Sala Marien Calixte, aconteceu a 6ª Mostra Cinema de Bordas. As curadoras da mostra não competitiva, Bernadette Lyra e Lívia Corbellari estiveram presentes na sessão que este ano homenageia o diretor Expedycto Lyma.  O filme escolhido foi Dois Nós Cegos no Oeste, uma comédia que faz uma sátira ao ‘bangue bangue’, forma popular como são conhecidos os filmes de faroeste. 

FORMAÇÃO 

No Hotel Senac Ilha do Boi, aconteceu a segunda aula com uma nova turma do Workshop Experimental de Fotografia – Museu Vale Extramuros, com Jordana Caetano e Weverson Tertuliano. A formação apresentou um breve histórico da fotografia a partir da experimentação do corpo, tanto no olhar e criação como nos princípios da captação do tempo e luz.

23º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA 

O quarto dia de exibições do 23º Festivalzinho de Cinema de Vitória, levou a criançada para o Cine Metrópolis, na Ufes. A janela audiovisual, exclusiva para alunos das escolas estaduais e municipais da Grande Vitória, tem como foco promover o intercâmbio entre estudantes da rede pública e o universo audiovisual, além de estimular a formação de plateia e desenvolver a sensibilidade do público infantojuvenil para o universo das artes. As exibições acontecem até o dia 22 de setembro. 

O 30⁰ Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta com o apoio do Canal Brasil, do Canal Like, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Sesc Glória. Conta também com o patrocínio institucional do Banestes. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).