O segundo dia de programação do Festival de Cinema de Vitória movimentou a cidade de Vitória. Na terça-feira (19), o público conferiu no Teatro Glória, a primeira sessão da 27ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas e a segunda noite da 13ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. As Mostras Competitivas ocuparam o horário da tarde com a 10ª Mostra Outros Olhares e a 12ª Mostra Corsária, além da primeira sessão da mostra A Cinemateca é Brasileira. As atividades de formação também começaram com o Workshop Narrativas Audiovisuais, com Leandro Soares, no Centro Universitário Faesa. O 23º Festivalzinho de Cinema de Vitória recebeu o público infantojuvenil, no Cine Metrópolis, na Ufes. Confira como foram as atividades do dia.

A primeira exibição da 27ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas trouxe para o Teatro Glória três filmes potentes da nova safra do cinema brasileiro. Quem abriu a janela de exibição foi Ainda Restarão Robôs nas Ruas do Interior Profundo, de Guilherme Xavier Ribeiro. O diretor apresentou o filme ao lado do roteirista Daniel Rone. “Esse filme fala um pouco do nosso universo, das nossas invisibilidades, dos desafios de trazer o nosso universo temático e estético à tona através do cinema. Espero que vocês gostem de conhecer um pouquinho do nosso lar e do cinema que a gente tem feito”, afirmou o realizador.
Logo após, a diretora Julia Menna Barreto apresentou o documentário E Nada Mais Disse. “Esse curta é um documentário bem pessoal porque fala sobre a morte do meu pai e é uma tentativa minha de ir atrás de alguns elementos que envolvem a morte dele e de preencher algumas lacunas dessa história”.

Fechando a exibição de curtas, a produção capixaba O Último Rock, de Diego de Jesus. “A gente começou todo o processo dele na pandemia. É um curta sobre estar presente, sobre estar junto dos amigos, das pessoas que a gente gosta. De poder falar as coisas que estão no coração, que estão na mente”, pontuou o diretor, que complementou: “Queria agradecer ao festival por continuar existindo. A gente estreou esse filme em outros lugares, mas acho que hoje é a sessão mais importante, porque é em casa”.

Na sequência, a segunda noite da 13ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, apresentou Represa, de Diego Hoefel. O diretor apresentou para o público do Teatro Glória, a produção que foi realizada na cidade de Jaguaribara, no Ceará. “O filme é resultado de uma pesquisa longa, em que a gente foi coletando essas histórias e transformou isso tudo em um roteiro. É uma história de encontros e desencontros, às vezes mais desencontros que encontros. E também das camadas de opressão que existem nesses encontros tão associados às diferenças de forma de proceder, de se colocar no mundo, nas diferentes regiões do Brasil”.
TARDE
A programação da tarde começou às 14 horas, na Sala Cariê Lindenberg, no Sesc Glória, com o primeiro programa da 10ª Mostra Outros Olhares. Intitulado Outras Estórias, a seleção trouxe cinco produções Jaguanum, de Samuel Lobo; Circuito, de Alan Sousa e Leão Neto; Barra Nova, de Diego Maia; Nina e o Abismo, de Alice Name-Bomtempo; e Amigo Secreto, de Rui Calvo, que apresentam um pequeno conjunto de fabulações audiovisuais.
A diretora Alice Name-Bomtempo, de Nina e o Abismo, esteve presente na sessão. “Esse filme foi um processo de formação pra mim. A primeira versão do roteiro que eu escrevi foi em 2016, quando eu ainda estava começando a faculdade. Desde então foi todo um processo para encontrar o que era o filme que eu queria fazer e viabilizá-lo. Nesse meio tempo eu tinha certeza que o filme não seria feito, mas só foi possível por conta da equipe que foi somando no projeto”, explicou ela que também é roteirista da produção.

A assessora Maria Eugênia falando sobre a Mostra A Cinemateca é Brasileira. Foto: Gustavo Louzada/ Acervo Galpão IBCA
Também às 14 horas, aconteceu a primeira sessão da mostra A Cinemateca é Brasileira, que exibiu o clássico São Paulo: a Sinfonia da Metrópole, de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny, de 1929. “A mostra a cinemateca é brasileira é uma ação que a gente tá realizando esse ano, percorrendo 15 cidades de todo o país. A cinemateca brasileira é o maior acervo de audiovisual da América do Sul, um dos maiores do mundo. A missão da Cinemateca é preservar a história do cinema brasileiro, mas também difundir o cinema brasileiro. Então pela primeira vez a gente está percorrendo o país e percorre o início da produção cinematográfica brasileira até a produção atual”, disse a assessora de comunicação do projeto Viva Cinemateca, Maria Eugênia, na abertura da sessão.

A dupla Hugo Reis e Clara Pignaton realizadores do curta Desmonte. Foto: Gustavo Louzada/ Acervo Galpão IBCA
Fechando a programação da tarde, às 16 horas, na Sala Marien Calixte, no Sesc Glória, aconteceu a 12ª Mostra Corsária. Janela dedicada à experimentação de linguagens e estéticas e, nesta edição, apresenta sete filmes: Pelas Ondas Lambem-se às Margens, de Hyndra; Nossos Passos Seguirão os Seus, de Uilton Oliveira; Patuá, de Renaya Dorea; Capuchinhos, de Victor Laet, Desmonte, de Clara Pignaton e Hugo Reis; The Patriarchal Period, e Patrícia Froes; Um Céu Partido ao Meio, de Danielle Fonseca; Nada Haver, de Juliano Gomes. A sessão contou com a participação dos realizadores Clara Pignaton e Hugo Reis, e de Zanandré Avancini, representante do realizador Juliano Gomes.
FORMAÇÕES

Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpão IBCA
A manhã de terça-feira também trouxe o Workshop Narrativas Audiovisuais, com Leandro Soares. O bate-papo, exclusivo para os estudantes do Centro Universitário – Faesa, abordou os principais elementos para materializar uma ideia em narrativa audiovisual. A estudante de designer gráfico, Isabela Santana Abdenor, falou sobre os pontos de destaque da formação. “Ele traz muito essa visão do roteiro, da comunicação, da história dele, todo o caminho que ele percorreu. Ele também falou sobre mercado, algo que muitos de nós ainda não tem noção de como funciona. E toda a experiência dele é muito bacana”.
23º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA
O segundo dia de exibições do 23º Festivalzinho de Cinema de Vitória, levou a criançada para o Cine Metrópolis, na Ufes. A janela audiovisual, exclusiva para alunos das escolas estaduais e municipais da Grande Vitória, tem como foco promover o intercâmbio entre estudantes da rede pública e o universo audiovisual, além de estimular a formação de plateia e desenvolver a sensibilidade do público infantojuvenil para o universo das artes. As exibições acontecem até o dia 22 de setembro.
O 30⁰ Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta com o apoio do Canal Brasil, do Canal Like, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Sesc Glória. Conta também com o patrocínio institucional do Banestes. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
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