Fomentar a produção de realizadores negros em filmes que abordam a pluralidade de narrativas da população negra e que proporcionam reflexões que vão além das questões étnico-raciais. Essa é a proposta da 8ª Mostra Cinema e Negritude, que acontece no dia 23 de setembro, sábado, às 15 horas, na Sala Cariê Lindenberg, no Sesc Glória.
Os filmes que serão exibidos nesta edição da mostra são Mergulho, de Marton Olympio e Anderson Jesus; Espelho, de Laynara Rafaela; Firmina, de Izah Neiva, Insígnia, de Beatriz Barreto, Caminhos Afrodiaspóricos pelo Recôncavo da Guanabara, de Wagner Novais, Espaço Dentro, de Natasha Rodrigues, Avôa, de Lucas Mendes. As produções concorrem ao Troféu Vitória nas categorias de Melhor Filme (Júri Técnico) e Melhor Filme (Júri Popular).
Para a Comissão de Seleção desta edição, que é formada por Flavia Candida, curadora, cineasta e produtora audiovisual; e Gilberto Alexandre Sobrinho, pesquisador em cinema e professor no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, a produção do cinema negro brasileiro está em constante reinvenção. “À medida que antigos e novos realizadores incrementam o repertório de filmes, em diferentes formatos e gêneros, o cinema negro se reelabora. Trata-se de um campo que se afirma política e esteticamente e, ao mesmo tempo, se reinventa continuamente. Dessa maneira, temos tradição e experimentação caminhando juntos, no desenvolvimento de olhares poéticos sobre experiências afro-diaspóricas”.
A 8ª Mostra Cinema e Negritude exibe curtas-metragens que apresentam um recorte potente sobre a criatividade de seus realizadores, em produções que cruzam a diversidade da população negra. “Nos filmes, destacamos um conjunto de operações narrativas e estéticas que podem ser nomeadas pelos vieses da ancestralidade, das investigações sociais e da memória testemunhal. Três eixos que, somados a outras possibilidades, dão corpo à diversidade das relações entre cinema e negritude”, pontua a dupla.
A entrada para a 8ª Mostra Cinema e Negritude é gratuita. Os ingressos para a sessão estarão disponíveis na bilheteria do teatro, uma hora antes de cada sessão, sujeitos à lotação do espaço.
O 30⁰ Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta com o apoio do Canal Brasil, do Canal Like, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Sesc Glória. Conta também com o patrocínio institucional do Banestes. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
30º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA
18 a 23 de setembro
8ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE
23 de setembro, sábado, 15 horas
Sala Cariê Lindenberg, Sesc Glória
Mergulho
Marton Olympio e Anderson Jesus
[FIC, 15’, SP, 2022]
Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: Durante os preparativos para um final de semana na praia, os sentimentos de uma família são confrontados a partir do retorno do filho mais velho, longe há dez anos. Mesmo sem querer, todos vão mergulhar nas próprias emoções.
Espelho
Laynara Rafaela
[FIC, 5’, SP, 2023]
Classificação Indicativa: 16 anos
Sinopse: Certo dia no metrô, Ramona ouve um relato que a inspira a fazer as pazes consigo mesma.
Firmina
Izah Neiva
[FIC, 15’, SP, 2023]
Classificação Indicativa: 12 anos
Sinopse: O curta conta a história de Firmina, uma senhora que vive sozinha em seu apartamento e presencia um pedido de socorro vindo do apartamento de baixo. O roteiro discute a violência contra a mulher e amplifica a análise quanto à apropriação da autonomia da mulher acerca de seu próprio corpo.
Insígnia
Beatriz Barreto
[FIC, 14’, DF, 2022]
Classificação Indicativa: 10 anos
Sinopse: “Insígnia” é um curta-metragem que conta a história de Ana Luz, adolescente negra de 17 anos que nunca se sentiu próxima da avó materna, mas, após sua morte, começa a presenciar uma série de eventos místicos e sobrenaturais que a fazem conectar com a matriarca e sua ancestralidade. “Insígnia” é sobre não querer mais ouvir o sino da igreja, e sim o batuque do tambor.
Caminhos Afrodiaspóricos pelo Recôncavo da Guanabara
Wagner Novais
[DOC, 20’, RJ, 2022]
Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: Centro do Rio de Janeiro deserto. Não é possível determinarmos o ano. Uma jovem viajante do tempo reúne dados para a criação de uma mitologia afrodiaspórica. Ela busca construir uma narrativa afrocentrada a partir de uma linguagem decolonial e uma experiência sinestésica de entender o mundo.
Espaço Dentro
Natasha Rodrigues
[EXP, , 15’, SP, 2023]
Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: O que caminha por dentro do tempo? Arrastadamente acelerado, o espaço-dentro altera a compreensão dos dias, onde o tempo finge dormir. Mais desperto do que nunca, tensiona a vida confinada e a relação com o mundo, enquadrando em 3X4 retratos do momento interior.
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