Na Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória a história do cinema brasileiro marcou presença. A mostra itinerante A Cinemateca é Brasileira fez sua estreia dentro da programação do evento, na Sala Marien Calixte, no Sesc Glória. O filme exibido foi o mitológico e vanguardista Limite (PB, 1931), de Mário Peixoto, uma das produções iniciais do cinema brasileiro. A sessão é uma parceria do Festival de Cinema de Vitória com a Sociedade Amigos da Cinemateca, idealizadora do projeto, e conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale. A sessão contou com a apresentação da gestora Thais Souto Amorim.
O longa acompanha duas mulheres e um homem que estão à deriva num pequeno barco. Por meio de flashbacks, a história de cada um deles é contada. O longa-metragem foi realizado pouco antes da transição do cinema silencioso para o sonoro e apresenta uma história não-linear, sem o auxílio excessivo de intertítulos, com inovações fotográficas e de montagem, que renderam ao filme a alcunha de obra-prima vanguardista do cinema brasileiro. Perdido por muitos anos, tornou-se um mito, até ser recuperado nos anos 1970 e restaurado posteriormente. O filme está em 1º lugar na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
A MOSTRA

Thaís Souto Amorim apresentadora da mostra A Cinemateca é Brasileira. Fotos: Gustavo Louzada/ Acervo Galpão IBCA
Desde 2022, a Cinemateca Brasileira passa por um processo de reconstrução liderado pela Sociedade Amigos da Cinemateca. Este grupo, entendendo que dar visibilidade é tão importante quanto conservar obras audiovisuais brasileiras, idealizou a mostra itinerante A Cinemateca é Brasileira, que apresenta um olhar plural sobre a produção cinematográfica realizada no Brasil em 120 anos.
A mostra joga luz sobre 17 filmes – 16 longas e um curta-metragem – que apresentam trabalhos dos primeiros tempos do cinema brasileiro, produzidos nas décadas de 1920 e 1930; filmes dos estúdios Atlântida e Vera Cruz; produções do Cinema Novo e do Cinema Marginal; obras do universo do terror e produções influenciadas pelo tropicalismo e pelo movimento modernista; além de documentários fundamentais para pensar o Brasil.
Em setembro, dentro da programação do 30º Festival de Cinema de Vitória, que acontece de 19 a 24 de setembro, no Sesc Glória, serão exibidos outros filmes dessa seleção. São eles: São Paulo: a Sinfonia da Metrópole [1929], de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny; Deus e o Diabo na Terra do Sol [1964], de Glauber Rocha; O Bandido da Luz Vermelha [1968], de Rogério Sganzerla; e Cabra Marcado Para Morrer [1984], de Eduardo Coutinho.
A Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o apoio do Canal Brasil, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias, do Sesc Glória e da Prefeitura Municipal de Vitória. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
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