O segundo dia do 29º Festival de Cinema de Vitória teve uma programação intensa para os fãs do audiovisual brasileiro. A programação de terça-feira, 20 de setembro, teve diversas mostras competitivas e atividade de formação, além do início do 22º Festivalzinho de Cinema de Vitória. A gestora cultural Thaís Souto Amorim, apresentou as mostras da tarde. A noite, a atriz e cantora Letícia Persiles e o ator Kelner Macêdo.

26ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

A noite exibições teve início com o programa dois da 26ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. O primeiro curta-metragem da noite foi O Dendê do Mestre Didi, de Beth Formaggini. “Esse filme ocorreu no período em estávamos todos dentro de casa e sofrendo esse trauma que foi a pandemia, matando gente no mundo inteiro. Então, o que aconteceu, é que esse filme foi um exercício de cura. Um exercício de pensar, muita gente trancada dentro de casa, pensar na vida pessoal, na vida social, na natureza. E na minha janela tinha um dendê. Esse dendê tem umas histórias e vocês vão escutar a história deste dendê”, pontuou a diretora.

Logo após, foi a vez de Sideral, de Carlos Segundo. “É um prazer estar aqui, nesse espaço belíssimo, em um Festival que eu tenho um carinho muito grande. Meu primeiro curta eu exibi aqui há 14 anos atrás quando eu comecei a entender o que era cinema e me apaixonei por essa arte, essa forma de transgredir e transformar o mundo. É com muita alegria que eu trago Sideral, para esse festival, para essa edição tão especial. O filme fala sobre transformação, sobre a possibilidade de rupturas de estruturas, no caso desse filme patriarcais, e de como é possível romper e mudar uma vida a partir de uma oportunidade mesmo que ela seja simbólica

Fechando a mostra, o filme Infantaria, de Lais Santos Araújo, representada pela diretora de arte da obra, Liara Cavalcante. “A gente construiu esse universo que foi o Infantaria, que ele fala de uma infância rasgada por muita rigidez, muito retrocesso, que faz esse jogo de palavras com o militarismo através do olhar da Joana que é nossa personagem principal, que a criança que é apaixonada pelo mundo adulto. Ela não entende ainda o que a aguarda . E muita coisa acontece através do olhar mágico dela”.

O público também conferiu o curta-metragem Manhã de Domingo, de Bruno Ribeiro, que não pode estar presente.

12ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

Encerrando a noite de exibições, A Mãe de Todas as Lutas, de Susanna Lira. “Esse filme eu fiz durante a pandemia e é um filme muito…difícil. Porque é um filme sobre a luta da terra no Brasil, pelo olhar de duas mulheres: uma mulher indigena e uma mulher negra, que são as pessoas que estão no front da luta pela terra no Brasil. Estou muito feliz desse filme ser exibido em um festival que está homenageando a Bete Mendes, uma atriz que tem um histórico político importantíssimo. Obrigado por tudo que você fez e faz por nós. Fazer cinema com cunho político e social é muito difícil, mas a gente resiste. Espero que vocês aprendam com essas duas mulheres, porque elas me ensinaram muito”.

11ª MOSTRA CORSÁRIA

A programação da terça-feira, 20 de setembro, teve início às 15 horas, com o Programa Um da 9ª Mostra Outros Olhares, que foi exibido na Sala Marien Calixte, no Centro Cultural Sesc Glória. A janela propõe a observação da construção de novos mundos a partir de experiências particulares. Foram exibidos os curtas-metragens Angu Recheado de Senzala, de Stanley Albano; Elusão, de Taís Augusto; Casa Torácica, de Caio Curvello; e Apocalíptico Futuro Poeticamente Primitivo, de Leandro Lopes.

9ª MOSTRA OUTROS OLHARES

Logo após, às 17 horas, aconteceu a 11ª Mostra Corsária, também na Sala Marien Calixte, no Centro Cultural Sesc Glória. Inspirada no filme Alma Corsária, de Carlos Reichenbach (1945-2012), a janela de exibição é dedicada à experimentação de linguagens e estéticas e trouxe cinco filmes nesta edição: Sonhos de Pedra, de Thabata Ewara e Nay Mendl; Nunca Pare na Pista, de Thamires Vieira; Tekoha, de Carlos Adriano; Boa Sorte e Até Breve, de Bruna Schelb Corrêa; e Fragmentos Pandêmicos, de Aline Dias, Marcus Neves e GEXS.

22º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA

O 22º Festivalzinho de Cinema de Vitória segue a todo vapor até o dia 23 de setembro, no Cine Metrópolis, na Ufes, tem como foco promover o intercâmbio entre estudantes da rede pública e o universo audiovisual. Estão sendo exibidos oito filmes, entre curtas e longa-metragens. Na sessão matutina, o público confere uma seleção de sete curtas-metragens. São eles: Coisa de Menina, de Ester Macedo; Aurora – A Rua que Queria Ser um Rio, de Radhi Meron; Hospital de Brinquedos, de Georgina Castro; Cadim, de Luiza Pugliesi Villaça; Como Levar meu Avô Pro Céu, de Thairo Meneghetti; Hornzz, de Lena Franzz; A Aventura da Primeira Bicicleta, de Carlos Henrique da Costa. Os curtas concorrem ao Troféu Vitória de Melhor Filme, escolhido pelo Júri Popular, formado pelos alunos. Na parte da tarde, fora de competição, será exibido o longa-metragem Pluft, o Fantasminha, de Rosane Svartman, adaptado do clássico homônimo de Maria Clara Machado.

FORMAÇÃO

Com o objetivo de instrumentalizar artistas e produtores culturais, está acontecendo até o dia 23 de setembro a Oficina de Preparação de Projeto para a Licc, com o produtor e roteirista Paulo Boccato, no hotel Golden Tulip Porto Vitória. Durante a formação, a Lei de Incentivo à Cultura Capixaba – LICC está sendo analisada detalhadamente a partir de estudos de casos e questões previamente submetidas pelos participantes. As vagas estão esgotadas.

O 29º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura e também com o patrocínio da EDP, através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba. Conta com o apoio da Rede Gazeta e da TV Educativa ES. E conta com o apoio institucional do Canal Like, da Carla Buaiz Jóias e do Cine Metrópolis. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).