Ampliar a visibilidade de diretores autodidatas que realizam produções periféricas e de baixo orçamento em pequenas cidades ou arredores das grandes capitais. Essa é a proposta da Mostra Cinema de Bordas, que chega a sua quinta edição, e acontece no dia 05 de setembro, às 19 horas, no Cine Metrópolis, na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), como pré-evento do 29º Festival de Cinema de Vitória. A entrada é gratuita.
A Curadoria da Mostra não competitiva é da escritora e pesquisadora Bernadette Lyra, criadora do termo “cinema de bordas” e pesquisadora da área. O trabalho contou com a parceria da jornalista, e também escritora, Lívia Corbellari, que atuou como assistente de curadoria. “Cinema de bordas é um modo de realização periférica e ao mesmo tempo inclusiva de filmes”, explica a dupla. “As razões de nomear como ‘bordas’ um cinema se devem à necessidade de conceituar um espaço aberto para abrigar filmes que surgem nas fronteiras existentes entre as produções aceitas pelo status cinematográfico e aquelas chamadas de independentes”.
Segundo as curadoras, as produções do gênero podem ser vistas como “um modelo de resistência audiovisual. Oscilam na condição ora de margem, ora de centro, bordejando características do popular e do midiático, do artesanal e do mercadológico. Afinal, são essas as marcas da posição da América Latina, frente à indústria hegemônica do cinema hollywoodiano”.
FILMES
Nesta quinta edição, o público vai conferir duas produções: o curta-metragem A Lenda do Folha Seca, de Milton Santos Jr, e o longa-metragem O Monstro Legume do Espaço, de Petter Baiestorf. “Ambos são reconhecidos pela ousadia, atrevimento e constância na profissão de cineastas. Ambos atuando pelas bordas nos subterrâneos da indústria de filmes. Ambos capazes de quebrar todas as regras que escravizam e dão tom bem-comportado ao cinema em nosso país”.
Os filmes produzidos dentro do gênero “cinema de bordas” possuem características muito peculiares que, ao mesmo tempo, reverenciam e reinventam o audiovisual. “As produções dessa variante quase sempre são feitas com orçamentos que beiram o zero e adotam o estatuto do improviso e da precariedade, além de serem adeptas de uma estética mais ou menos ‘tosca’, ‘impura’, ‘mista’ ou ‘trash, que reutiliza – com bom humor e sem constrangimento – aspectos ligados aos gêneros canônicos: horror, ficção científica, faroeste, policial, musical, entre outros”.
O 29º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura e também com o patrocínio da EDP, através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba. Conta com o apoio da Rede Gazeta e da TV Educativa ES. E conta com o apoio institucional do Canal Like, da Carla Buaiz Jóias e do Cine Metrópolis. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
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