A primeira noite dos 25 anos do Festival de Cinema de Vitória ficou marcada pela emoção. O artista capixaba Cláudio Tovar foi o homenageado desta segunda-feira, no Teatro Carlos Gomes. A abertura foi apresentada pelo ator Zéu Britto e pela ex-chacrete Rita Cadillac.

Cláudio Tovar recebeu o Troféu Vitória das mãos da esposa Lucinha Lins. Foto: Sérgio Cardoso

Tovar recebeu o Troféu Vitória das mãos da esposa, a atriz Lucinha Lins. “Por essa eu não esperava”, brincou ela, antes de subir ao palco. “Hoje estou só de tiete. É muito bonito estar aqui”, disse a atriz.

Antes da entrega do troféu, o público assistiu a um vídeo – produzido pelo Canal Brasil – que resgata a história de Tovar, mostrando momentos de sua carreira e trechos de entrevistas. Emocionado, o capixaba dedicou o prêmio à mãe, que estava presente no teatro, junto a vários familiares – que, inclusive, trouxeram uma faixa para celebrar a ocasião.

“Que troféu lindo! Ser aplaudido pelos seus, na sua terra, é a coisa mais bonita que pode existir. Quero fazer muito mais do que já fiz”, disse Tovar.

Foco Capixaba

A realizadora Saskia Sá apresentou seu filme “Rio das lágrimas secas”, integrante da 7ª Mostra Foco Capixaba. Foto: Sérgio Cardoso

Se a noite foi marcada pela emoção da homenagem a Cláudio Tovar, por outro lado, a indignação pelo descaso com o Museu Nacional no Rio de Janeiro, destruído por um incêndio no último domingo, também foi motivo de lembrança. “Ontem queimaram 200 anos da nossa história”, disse a produtora executiva do FCV, Larissa Delbone, crítica que foi repetida por autoridades e realizadores presentes no evento.

Questões atuais se sobressaíram nas falas de algumas realizadoras, que subiram ao palco para apresentar suas obras antes das mostras. Uma delas foi Saskia Sá, diretora de “Rio das lágrimas secas”, exibido na 7ª Mostra Foco Capixaba. O filme acompanha a vida de mulheres que viviam em comunidades localizadas no caminho dos rejeitos de mineração da Samarco, frutos do rompimento da barragem que afetou o Rio Doce, matou 19 pessoas e desalojou várias famílias em 2015.

“É um filme que diz muito sobre o Brasil que a gente vive agora. As pessoas passam por cima disso como se fosse nada”, disse ela.

Beth Formaggini falou sobre o documentário “Pastor Cláudio”, que abriu a Mostra de Longas. Foto: Sérgio Cardoso

Longas

Após as realizadoras da Foco Capixaba subirem ao palco, foi a vez da diretora Beth Formaggini apresentar o documentário “Pastor Cláudio”, que abriu a 8ª Mostra Competitiva de Longas. A obra é uma longa entrevista com o bispo evangélico Cláudio Guerra, ex-chefe da Polícia Civil, responsável por assassinatos, desaparecimento e ocultação de cadáveres de opositores da ditadura civil-militar no Brasil.

O filme foi gravado em Vitória, onde mora o pastor. “É muito importante passar esse filme aqui porque faz parte da história da cidade”, disse Beth.

 

25º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Quando: até 8 de setembro.

Onde: Teatro Carlos Gomes, UVV (oficinas) e Hotel Senac Ilha do Boi (debates e coletiva de imprensa).

Confira a programação no site!