32º FCV: papel da direção, olhar coletivo e diálogos são destaques na masterclass de Esmir Filho

Com sala cheia, o último dia das formações do 32º Festival de Cinema de Vitória contou com a presença do cineasta Esmir Filho, com a masterclass A Direção como Performance, em que  o diretor do filme Homem com H busca estimular os participantes a se atentarem ao olhar coletivo. O 32º Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio da Petrobras e com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal

Esmir Filho é roteirista, diretor e produtor de cinema e audiovisual, graduado em Cinema pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo. Homem com H, seu longa-metragem mais recente, teve 650 mil espectadores no Brasil e é um dos filmes mais vistos na plataforma de streaming Netflix. 

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No encontro, que aconteceu na última quarta-feira (03), no Hub ES+, no Centro de Vitória, o diretor estimulou os participantes a olharem para sua própria obra para poderem entender sua forma de trabalhar. “Tento trazer esse estímulo de que o olhar de cada um é muito importante, porque depende de quem está contando essa história, qual é o canal para essa história. Então, essa potência do olhar de cada um, o exercício do olhar é muito importante até para construir o seu método dentro do processo criativo”, afirma Esmir Filho.

O diretor explica que, para que esses processos funcionem, é fundamental que o repertório de cada um esteja alinhado a partir do que se assiste, se produz,  e se vive. “Sempre costumo dizer que todas as soluções criativas são inerentes ao processo criativo. Para conseguir aproveitar o máximo do meu processo, preciso estar muito íntimo do meu universo. Então, exige muita pesquisa, muita entrega e cada filme que fiz foi um universo diferente do que eu mergulhei”, disse.

Participante da masterclass de Esmir Filho, a roteirista, produtora e diretora Juane Vaillant corrobora com a linha de raciocínio transmitida pelo cineasta paulista. “Concordo com o Esmir quando ele fala que o diretor tem que canalizar as outras funções, por isso que até acho importante o diretor ter feito outras funções, para conseguir enxergar isso também, as necessidades das equipes, e no meu trabalho também procuro sempre ouvir, porque cinema é coletivo”.

Em sua fala com a turma, Esmir Filho destaca esse propósito citado por Juane. “Esses diálogos com fotógrafo, com direção de arte, com som, com elenco, tem muito a ver o que você pode proporcionar ali, para que eles também, enfim, devolvam dentro de um diálogo criativo algo que construa para o filme”. 

Juane Vaillant, que teve seu filme Deusa Menina exibido na 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas no 31º Festival de Cinema de Vitória, cita uma das obras de Esmir Filho como parte de sua formação. “Ele tem um dos meus filmes favoritos da vida, que é Os Famosos e os Duendes Da Morte (2009) – o primeiro longa-metragem da carreira de Esmir Filho. É incrível, tem uma pegada independente, e acho que foi precursor de muita coisa”, aponta. 

Por fim, o Esmir Filho recorda de quando estava iniciando a carreira e esteve no Festival. “Lembro muito do Festival de Cinema de Vitória, quando vim exibir curtas. Voltar aqui para conversar com possíveis realizadores que vão apresentar seus filmes, que vão estar nesses festivais, que vão perpetuar o ritual do cinema, valorizar nesse sentido, é muito gratificante. Gosto muito e sempre tive um carinho por Vitória. Tem festivais que a gente quer ser selecionado, e Vitória sempre foi um deles”.

32º FCV

O 32° Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio da Petrobras e com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal. Conta com o apoio da TV Gazeta, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Joias, do Canal Brasil e do Hotel Senac Ilha do Boi, da TVE e do Fórum dos Festivais. Conta também com parceria do Sesc Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.

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