Um dos maiores eventos de audiovisual do Brasil, o 32º Festival de Cinema de Vitória (FCV) promoveu, na capital do Espírito Santo, uma intensa programação durante seis dias, se transformando na capital do cinema brasileiro.  O evento conta com patrocínio da Petrobras e com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura.

De 19 a 24 de julho de 2025, cerca de 22 mil pessoas assistiram a com 106 obras distribuídas em 11 mostras competitivas, sete sessões especiais não-competitivas, cinco debates com realizadores, cinco bate-papos com equipes de filmes capixabas, duas homenagens e duas coletivas de imprensa com homenageados. Além da expressiva participação presencial, a interação online foi pujante. De 29 de junho a 28 de julho, às mídias sociais do Festival de Cinema de Vitória tiveram 1.353.917 visualizações e 34.740 interações. Durante os seis dias de evento, foram 715.048 visualizações e 12.753 interações, o que comprova o interesse do público pelo cinema brasileiro. 

“Vitória foi a casa do cinema brasileiro no mês de julho. A intensa produção audiovisual do País passou pelo Festival, com 106 obras ao todo, oferecendo ao público olhares diversos do que tem sido feito em todas as regiões brasileiras, com destaque às 39 obras capixabas exibidas na programação. Tivemos ainda o privilégio de homenagear Ney Matogrosso e Verônica Gomes, dois artistas múltiplos que brilham em diversas áreas e são referenciais para a cultura brasileira”, afirma a diretora do Festival de Cinema de Vitória, Lucia Caus.

Exibições e Debates

Exibição de Luz nas Trevas, na Sessão Especial de Encerramento. Foto: Sérgio Cardoso – Melina Furlan/ Acervo Galpão IBCA

A 32ª edição do Festival de Cinema de Vitória trouxe 90 filmes selecionados para as 11 mostras competitivas – 85 curtas-metragens e cinco longas-metragens – dos mais variados gêneros, temáticas e das cinco regiões brasileiras, apresentando um panorama atual da produção no País, e tendo o audiovisual como um instrumento social, inclusivo e de geração e renda.

Nas mostras competitivas, os realizadores dos filmes escolhidos por Júri Popular e pelo Júri Técnico foram premiados, em 33 categorias, com o Troféu Vitória. As premiações ocorreram na última noite do festival, no dia 24 de julho, na Cerimônia de Encerramento, que aconteceu no Teatro Glória (Sesc Glória), e que também entregou dois prêmios extras: o Prêmio Canal Brasil de Curtas e o Prêmio Sesc Glória

Os filmes que disputaram o Troféu Vitória foram exibidos na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, na 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, na 15ª Mostra Quatro Estações, na 14ª Mostra Foco Capixaba, na 14ª Mostra Corsária, na 12ª Mostra Outros Olhares, na 10ª Mostra Mulheres no Cinema, na 10ª Mostra Cinema e Negritude, na 9ª Mostra Nacional de Videoclipes, na 8ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental, e na 7ª Mostra do Outro Lado – Cinema Fantástico. Também foram entregues dois prêmios extras: o Júri do Prêmio Canal Brasil de Curtas elegeu A Invenção do Orum, de Paulo Sena, como o Melhor Filme da 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. Confira a lista completa com os vencedores AQUI.

Margeado, de Diego Zon, abriu a Sessão Especial de Longas Capixabas. Foto: Melina Furlan/ Acervo Galpão IBCA

Além das produções exibidas nas mostras competitivas, a programação teve, fora de competição, quatro filmes produzidos no Espírito Santo na Sessão Especial Longas Capixabas: Margeado, de Diego Zon, Prédio Vazio, de Rodrigo Aragão, Game Girls, de Saskia Sá, e Meu Pai e Eu, de Thiago Moulin. Outro filme exibido em mostra não-competitiva foi a estreia de Mercúrio Cromo: a Vida e a Obra de Aprígio Lyrio, de Tati Rabelo e Rodrigo Linhales, na Sessão Especial que aconteceu no penúltimo dia do 32º FCV.  A sessão Irmão do Jorel – 10 Anos e Além teve exibição de seis episódios marcantes da trajetória do seriado. Fechando a programação fora de competição aconteceu a Sessão Especial de Encerramento, o público conferiu Luz nas Trevas: a Volta do Bandido da Luz Vermelha (2010), de Helena Ignez. 

A pesquisadora, crítica, curadora e roteirista Viviane Pistache, e o crítico, curador e criador do projeto Cine Vitor, Vitor Búrigo, comandaram os debates com os realizadores da 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas e 14ª Mostra Foco Capixaba. De domingo a quinta-feira, sempre às 10 horas, no Hotel Senac Ilha do Boi, os encontros tiveram conversas importantes para apresentações de diferentes pontos de vista sobre as produções exibidas na programação.

Produção Capixaba

Dos 100 filmes que estavam na programação do 32º Festival de Cinema de Vitória, 33 foram produzidos no Espírito Santo, sendo 28 em mostras competitivas e cinco em sessões especiais. De 19 a 24 de julho, o público poderá conferir, em diferentes mostras, as obras da nova safra do audiovisual capixaba. Curtas-metragens, longa-metragem e videoclipes foram distribuídos em 10 mostras competitivas, além de quatro produções na Sessão Especial Longas Capixabas e um média-metragem na Sessão Especial, o que comprova o talento e a criatividade dos realizadores que produzem no Espírito Santo. 

Exibição de Sola, de Natália Dornelas, no 32º FCV. Foto: Sérgio Cardoso – Melina Furlan/ Acervo Galpão IBCA

Na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, o filme Sola, de Natália Dornelas (FIC, ES, 15’), ganhou o Troféu Vitória na categoria Melhor Filme (Júri Popular). Na mesma Mostra, Menção Honrosa para a produção O Panda e o Barão, de Melina Galante (FIC, ES, 16’). O filme O Deserto de Akin, de Bernard Lessa (FIC, ES, 78’) foi destaque na premiação da 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas com o Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Popular, e de Melhor Fotografia, feita por Heloísa Machado.

O icônico curta-metragem Lacraia Vai Tremer, de Lá Baiano e Jadson Titanium (DOC, ES, 12’) ganhou dois Troféus Vitória de Melhor Filme, pelo Júri Técnico e Júri Popular, na 15ª Mostra Quatro Estações. Na 14ª Mostra Foco Capixaba, dedicada exclusivamente às produções realizadas no Espírito Santo, o Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Técnico foi Castelos de Areia, de Giuliana Zamprogno (EXP, ES, 14’). Pelo Júri Popular, o prêmio ficou com A Última Sala, de Gabriela Busato e Júlio Cesar (DOC, ES, 20’). O Som do Trovão no Deserto, de Diego Zon (FIC, ES, 22’) recebeu Menção Honrosa.

Adriana Jacobsen apresentando Guarapari Revisitada. Foto: Sérgio Cardoso – Melina Furlan/ Acervo Galpão IBCA

A 12ª Mostra Outros Olhares teve premiação para dois curtas capixabas. O Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Técnico foi para Guarapari Revisitada, de Adriana Jacobsen (DOC, ES, 13’). Pelo Júri Popular, a premiação foi da obra Manoel Loreno: Improviso e Paixão, de Enzo Rodrigues (DOC, ES, 23’). Duas produções levaram o Troféu Vitória de Melhor Filme na 9ª Mostra Nacional de Videoclipes. Pelo Júri Técnico, humanurbano – Nóis é eternidade, de Fredone Fone (ES), diretor e intérprete. Pelo Júri Popular, Santo Orixá Guerreiro, de Camila Calmon, Sabrina Repollez e Jeffão (ES), com a cantora Monique Rocha.

Na 8ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental, o Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Popular foi para Por que Morrem os Rios?, de Dandara Rust Raposo, Luiza Piroli, Maíra Fortuna, Maria Cecília Oliveira e Vanessa Baptista Simões (DOC, ES, 8’). O filme Encontros Sobrenaturais (Lucas Carvalho, DOC, ES, 17’) levou Menção Honrosa na 7ª Mostra Do Outro Lado – Cinema Fantástico. Por fim, o Prêmio Canal Brasil de Curtas, com troféu e valor de R$ 15 mil, foi para A Invenção do Orum (Paulo Sena, FIC, ES, 18’).

Homenagens

O Homenageado Nacional do 32º Festival de Cinema de Vitória foi Ney Matogrosso. O célebre artista, que tem uma carreira singular na música, também tem uma participação ativa no audiovisual com um currículo de quase vinte filmes, entre curtas e longas-metragens, em que se destacam trabalhos experimentais e associados ao cinema autoral brasileiro. 

Ney Matogrosso durante homenagem no 32º FCV. Foto: Melina Furlan – Vikki Dessaune/ Acervo Galpão IBCA

A Coletiva de Imprensa e o lançamento do Caderno do Homenageado aconteceram na tarde do último dia de Festival, com a presença de jornalistas, realizadores e fãs. À noite, foi realizada a Cerimônia de Homenagem,  no Teatro Glória (Sesc Glória). Ele recebeu o Troféu Vitória (símbolo do FCV) das mãos de Miguel Delbone Vieira, neto da diretora do FCV, Lucia Caus, além de uma jóia exclusiva da Carla Buaiz Joias, entregue pela irmã da designer, Letícia Buaiz. 

No sábado (20), foi a vez de render aplausos a Homenageada Capixaba Verônica Gomes. Atriz, diretora e produtora, a artista é uma das figuras mais emblemáticas da produção cultural no Espírito Santo, e tem uma trajetória expressiva nos palcos e uma presença de destaque na militância cultural capixaba. Verônica participou da Coletiva da Homenageada, que aconteceu no Hub ES+, em que falou sobre sua carreira e lançou o Caderno da Homenageada, publicação impressa assinada pelos jornalistas Paulo Gois Bastos e Leonardo Vais. Logo após, no Teatro Glória, participou da Cerimônia de Homenagem, em que recebeu das mãos de seus filhos, o Troféu Vitória, e uma jóia exclusiva da Carla Buaiz Joias, além do carinho do público que ovacionou a artista.

Geração de Emprego e Renda

Equipe do 32º Festival de Cinema de Vitória em ação. Fotos: Melina Furlan – Vikki Dessaune -Sérgio Cardoso/ Acervo Galpão IBCA

Outro importante braço do Festival de Cinema de Vitória, além da difusão e formação audiovisual, está ligada à geração de emprego e renda em diversos segmentos que envolvem a cadeia de produção e exibição audiovisual. Para a realização do 32º Festival de Cinema de Vitória foram gerados 100 postos de trabalho e 300 empregos indiretos, movimentando a economia da cultura no Espírito Santo.

O 32° Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio da Petrobras e com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da TV Gazeta, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias, do Canal Brasil e do Hotel Senac Ilha do Boi, da TVE e do Fórum dos Festivais. Conta também com parceria do Sesc Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.

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