Importante espaço para a produção de obras audiovisuais LGBTQIAPN+, a 15ª Mostra Quatro Estações apresenta diversas facetas de produções selecionadas para exibição no 32º Festival de Cinema de Vitória. A sessão acontece no domingo (20) na Sala Marien Calixte, 3º andar do Sesc Glória. O Festival, que transforma a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro, conta com patrocínio da Petrobras e patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.

Os filmes em exibição da Mostra são Kings (Juliana Pamplona, DOC, RJ, 15’), Lacraia Vai Tremer (Lá Baiano e Jadson Titanium, DOC, ES, 12’), Raposa (João Fontenele e Margot Leitão, FIC, CE, 15’),  2 de Copas (Ana Squilanti, FIC, SP, 18’), Queimando por Dentro (Matheus Farias e Enock Carvalho, FIC, PE, 16’) e  Kabuki (Tiago Minamisawa, ANI, SP, 14’). 

A curadoria da 15ª Mostra Quatro Estações é formada por Flavia Candida, Waldir Segundo e Viviane Pistache. “Neste ano a Mostra Quatro Estações continua fiel à sua vocação, mas curiosamente, apresenta um outro subtexto tão pulsante quanto impossível de ignorar: Um conjunto de filmes queer regidos por trilhas sonoras ou quiçá leitmotivs insuspeitos”,  diz o texto curatorial da Mostra.

Filmes

O filme de abertura é Kings, de Juliana Pamplona, que “já na sequência de abertura subverte a ideia de beat boys, com uma noção de Beat Boycetas que ocupam o bairro de Santa Teresa do Rio de Janeiro nos assanhando com um novo desfile nos trilhos e trilhas da história”, disse a curadoria. 

Depois temos Lacraia Vai Tremer, de Lá Baiano e Jadson Titanium. “Um filme que está na pista, mas de algum modo também num divã-cinema, pois acessar uma casa/família ballroom encontra uma noção cotidiana do coming of age,  que supera mas também re-afirma o drama queer. Sem condescendências, o filme lança uma questão desafiadora: a família ballroom é pra todes mesmo?” 

Na sequência, temos Raposa, de João Fontenele e Margot. No curta temos “a empregada não binarie, que veste figurino com as cores da bandeira trans, com a frase  Menina aos Olhos de Deus, que vai trabalhar na casa de uma irmã evangélica, completamente indiferente ao lamento da vizinha Raposa, vítima de violência doméstica, que encontra  no brega Menino sem Juízo, da Mastruz com Leite, a senha para a redenção.”

2 de Copas de Ana Squilanti, é “um melodrama sobre a (im)possibilidade de uma mulher negra idosa amar outra mulher branca concomitante ou depois de construir uma sofrida família heteronormativa.” 

Logo após, o público confere Queimando por Dentro, de Enock Carvalho e Matheus Farias. “O filme convoca a fé da audiência para que o protagonista encontre a força de um  baile de libertação (…), para entender com exatidão qual é a sua vocação, como profetiza a canção gospel Renovo de Sarah Farias que embala o curta.” 

Fechando a sessão, Kabuki, de Tiago Minamisawa, que é “uma animação que consegue ser uma ópera de 15 minutos, com uma síntese muito eficiente das quatro estações sobre nascer, crescer, adultecer e morrer sendo uma pessoa queer que precisa apresentar muitas máscaras visando a sobrevivência, tendo a morte como horizonte imperativo.” 

Para o trio de curadores a música é o elo de ligação entre as narrativas e as diferentes visões de mundo que a mostra propõe. “Esta edição da Mostra Quatro Estações baila entre o rap, trap, brega, o gospel e a ópera, passando pelo funk des Kings, transitando num país conhecido, mas desconcertante, porque encarnado por quem raramente teve a  permissão de estar no salão principal.”

32° Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio da Petrobras e com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal. Conta com o apoio da TV Gazeta, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Joias, do Canal Brasil e do Hotel Senac Ilha do Boi, da TVE e do Fórum dos Festivais. Conta também com parceria do Sesc Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.

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