Uma experiência pessoal após a morte do pai fez com que Thiago Moulin transformasse as lembranças em filme. Depois de encontrar uma mala com cartas guardadas, cadernos postais e objetos pessoais, o acervo serviu para a construção do longa-metragem Meu Pai e Eu, que será exibido na Sessão Especial Longas Capixabas. A mostra não-competitiva acontece nos dias 19, 21, 22 e 24 de julho, às 14 horas, na Sala Cariê Lindenberg, no 2º andar do Sesc Glória.
O 32º FCV conta com patrocínio da Petrobras e patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.
“‘Meu Pai e Eu’ nasce do desejo de escutar aquilo que ele deixou sem dizer, e de transformar essa escuta em linguagem cinematográfica. A proposta foi costurar o passado e o presente por meio de uma narrativa sensível, que percorre tanto a história dele quanto a minha, entrelaçadas por documentos, lembranças e lacunas”, disse Thiago Moulin.
O diretor conta que, no intuito de dar destaque à emoção dos primeiros contatos com os materiais, gravou suas reações. “A montagem também seguiu esse tom de escuta e cuidado: optei por não alterar digitalmente os arquivos (fotos rasgadas aparecem rasgadas, fitas VHS mantêm seus ‘chuviscos’), pois queria preservar a materialidade das memórias. O processo foi longo, com pausas para assimilação emocional, e se transformou, para mim, em um gesto de reconciliação e escuta intergeracional”.
Nesse resgate de memórias do pai, Thiago Moulin foi encontrando até mesmo textos escritos em guardanapos de bar, com anotações e poemas, deixados em livros ou até envelopes antigos.
“Alguns deles, aqueles que possuíam destinatário definido, eu assumi o papel de entregar em mãos – e isso acabou virando um recurso narrativo do filme. Parte desse material está disponível em www.graunadigital.com/meupaieeu e se transformará em livro, que será lançado no primeiro semestre de 2026 junto com diversos outros textos que não entraram no filme”.
E a afetividade do diretor de Meu Pai e Eu também está envolvida com a seleção para o 32º Festival de Cinema de Vitória. “Como realizador capixaba, o Festival faz parte da minha formação. Assisti a muitas sessões que me marcaram profundamente, participei de oficinas, conheci pessoas com quem sigo trabalhando até hoje. Poder retornar agora com um longa-metragem, ocupando a tela de um festival dessa importância e com essa carga afetiva, é algo muito especial. É como escrever um novo capítulo na minha história com o Festival – e isso me deixa profundamente feliz”.
O 32° Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio da Petrobras e com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da TV Gazeta, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias, do Canal Brasil e do Hotel Senac Ilha do Boi, da TVE e do Fórum dos Festivais. Conta também com parceria do Sesc Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.