Fantasias, brilho, samba e Carnaval. Uma cena comum em volta da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, anualmente. Em meio a polvorosa folia, um lobisomem gay chamado Saulo. Essa é a história de Carne Fresca, filme de Giovani Barros, que fará sua estreia nas telonas capixabas na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, que acontece de 20 a 23 de julho, às 19 horas, no Teatro Glória.

A mostra faz parte da programação do 32º Festival Cinema de Vitória, que acontece de 19 a 24 de julho, e conta com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura.

“Saulo, o protagonista do filme, é um lobisomem: metade besta-fera, metade homem, puro apetite sexual. É no Carnaval que tipos como Saulo só conhecem a plenitude para seus anseios, na festa que abriga as formas mais dionisíacas de interação entre os homens”, disse o diretor do curta-metragem carioca: “Para construir o lobisomem, foram necessárias mais de cinco horas de preparação”.

Giovani destaca que, nos filmes que tem lobisomens como personagens, o espectador está habituado a assistir o monstro. “Carne Fresca inverte essa chave e mostra um lobisomem sujeito de si, que convive com sua condição há muitos anos e por isso o filme dá acesso a desdobramentos de como sua subjetividade é construída a partir dessa ideia de monstruosidade”.

Pensando na euforia do entorno do sambódromo carioca, Giovani Barros revela que a equipe de Carne Fresca teve de montar uma estratégia assertiva para documentar as cenas de quem pula e se alegra nas redondezas da Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2023. “O filme acompanha a jornada de um lobisomem que gosta de se perder do meio daquela gente toda, e inserir essa fabulação dentro de um registro documental nos permitiu inclusive reforçar que ele era apenas mais um corpo escondido no meio daquela confusão toda. Essa vontade nos exigiu um certo planejamento de produção”. 

Giovani Barros já conhece o Festival de Cinema de Vitória e espera uma estreia de gala para Carne Fresca. “Ver um filme na tela grande é sempre uma emoção. E exibir pela primeira vez o filme no Espírito Santo a ansiedade vai a mil. Todos os meus curtas passaram nesse festival, inclusive foi onde eu tive a felicidade de estrear um deles (A Hora Azul, de 2014). É um festival com uma trajetória importante na valorização do cinema brasileiro e capixaba, e fazer parte dessa edição reforça o reconhecimento do nosso trabalho”.

32º FCV

O 32° Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da TV Gazeta, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Canal Brasil. Conta também com parceria do Sesc Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.

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