Um urso panda viveu na região Sul do Espírito Santo, na propriedade de Joaquim Marcelino da Silva Lima, o Barão de Itapemirim. É sobre esse fato curioso de 1833 que trata o curta-metragem capixaba O Panda e o Barão, de Melina Galante. O filme será exibido na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, que acontece de 20 a 23 de julho, às 19 horas, no Teatro Glória.
A mostra faz parte da programação do 32º Festival Cinema de Vitória, que acontece de 19 a 24 de julho, e conta com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura.
O filme de Melina Galante surgiu após o fato curioso do panda que viveu na cidade de Itapemirim ter sido publicado no site de A Gazeta. “Sou nascida em Itapemirim, toda a minha família é de lá e achei tudo muito absurdo: um panda em Itapemirim. Fiquei com aquilo na cabeça e comecei a desenvolver esse incômodo até chegar no formato de curta. Daí contei essa história para duas amigas, a Yasmin Nolasco e a Luiza Grillo, e pra minha esposa, a Larissa Nobre, e elas embarcaram nessa viagem comigo, conversando, trocando, lendo as versões do roteiro e o projeto”, conta a diretora do curta.
Melina conta que o filme teve muitas alterações ao longo do processo. Ela chegou a cogitar uma recriação da cidade de Itapemirim no século XIX, com o urso panda aparecendo: “Algo que logo se tornou inviável por questões orçamentárias”, pontua. “Foi justamente a partir das limitações orçamentárias que se chegou no formato de mocumentário para contar essa história. E acredito que o modo como a história estava sendo contada, digo pela estrutura do roteiro, contribuiu para uma boa organização do plano de produção”.
Mocumentário nada mais é do que um falso documentário, um filme que apresenta eventos fictícios para divertir o espectador sobre algum tema. “A partir daí o processo se construiu com muita troca entre a equipe, com conversas e reuniões, trocas de referências, alinhamentos, sugestões, além de adaptações que sempre acontecem nessa virada do roteiro pro filme de fato. Como já tínhamos mapeado as locações quando ainda estava escrevendo o roteiro e o projeto, isso também contribui bastante para a fluidez do processo”, afirma Galante.
Com ótimo elenco e equipe de profissionais do audiovisual capixaba empenhados para a execução do roteiro, O Panda e o Barão foi finalizado e, agora, selecionado para o 32º Festival de Cinema de Vitória. “O circuito de festivais, a fase de distribuição é sempre muito difícil. Todas as fases da produção são, mas, particularmente, sinto que a fase da distribuição é mais dura. Então, ter o filme selecionado foi incrível, maravilhoso! Ainda mais para um festival que faz parte da minha formação como realizadora, um festival que é tão importante para cinematografia brasileira. E apresentar o filme para um público do tamanho do público do festival, ver que o filme está se expandindo, é o desejo de realizadores.”
32º FCV
O 32° Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da TV Gazeta, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Canal Brasil. Conta também com parceria do Sesc Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.