Com imagens e depoimentos históricos de uma companhia de espetáculo cênico importante na difusão da cultura brasileira, o filme Brasiliana: o musical negro que apresentou o Brasil ao mundo será exibido em Vitória. A direção é de Joel Zito Araújo, responsável por filmes como Filhas do Vento (2004), Meu Amigo Fela (2019) e O Pai da Rita (2022). O longa-metragem estará em cartaz na 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, que acontece de 19 a 23 de julho, às 19 horas, no Teatro Glória.

A mostra faz parte da programação do 32º Festival Cinema de Vitória, que acontece de 19 a 24 de julho, e conta com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura.

“A ideia de Brasiliana surgiu em 2014. Na época, o pesquisador e jornalista musical Itamar Dantas havia acabado de escrever uma matéria sobre a história esquecida de José Prates. Prates foi maestro da Brasiliana, músico autodidata e responsável pela parte musical da companhia. Seu nome voltou à tona com a redescoberta do disco da Brasiliana Tam Tam Tam pelo DJ inglês Gilles Peterson. Por se tratar de um disco raro, com tiragem limitada, ele logo se tornou uma febre entre DJs e colecionadores”, conta o produtor e montador do longa, Daniel Couto.

Couto ressalta que além da redescoberta do disco, a ausência da história de Brasiliana no País chamou mais a atenção, por tantos feitos do grupo na década de 1950, por exemplo. “A Brasiliana viajou por mais de 90 países, dividiu o palco com nomes como Sophia Loren e Marlon Brando, apresentou-se em eventos com a presença dos Beatles — e nada disso estava, até então, devidamente registrado e, por que não dizer, celebrado”.

O longa dirigido por Joel Zito Araújo teve início em 2014, quando foi feita a pesquisa sobre o tema, até 2016. O nome do diretor foi o primeiro a ser pensado, segundo Daniel Couto. “Ainda nessa etapa de investigação, ele se mostrou super empolgado com a proposta e disposto a colaborar”.

As filmagens de Brasiliana: o musical negro que apresentou o Brasil ao mundo foram feitas entre 2022 e 2023, no Rio de Janeiro, em São Paulo, e também nas cidades de Munique, Düsseldorf e Berlim, na Alemanha. “Concluído o processo de gravação, o filme ficou em montagem ao longo de 2023, acompanhado por um longo e complexo processo de negociação e licenciamento das imagens de arquivo, que estavam espalhadas por diversos países, como Inglaterra, França, Grécia, Alemanha, entre outros. Por fim, em novembro de 2024, o filme teve sua estreia e, desde então, vem construindo uma carreira bem bacana”.

Entre os entrevistados do longa, está o ator e escritor Haroldo Costa, artista negro histórico para a cultura brasileira. Durante as gravações, curiosidades inesperadas surgiram. “A cada nova entrevista, surgiram pistas inéditas e descobrimos coisas que não sabíamos, como artistas consagrados que passaram pela companhia e que desconhecíamos, como Tony Tornado, por exemplo”.

Agora, chegou a vez de Brasiliana estrear no Espírito Santo, dentro da programação do 32º Festival de Cinema de Vitória. “Por ser um festival longevo e muito criterioso na seleção para a mostra principal, ser selecionado representa um grande reconhecimento ao trabalho de todos os envolvidos e à própria história da Brasiliana. Esta será nossa primeira exibição no estado do Espírito Santo. Estamos felizes em poder dividir a tela com tantos outros filmes importantes e ansiosos para ver de perto a reação do público, trocar ideias e debater esse fenômeno lindo”.

32º FCV

O 32° Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da TV Gazeta, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Canal Brasil. Conta também com parceria do Sesc Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.

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