31º Festival de Cinema de Vitória: última noite das mostras competitivas de curtas e longas no Teatro Glória

Encerrando as mostras competitivas, a noite de quarta-feira (24) apresentou as últimas sessões da 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas e da 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. Com apresentação de Kelner Macedo e Simone Zuccolotto, o público conferiu os filmes Pássaro Memória, Quebrante, Axé Meu Amor e Deusa Menina, encerraram a lista de curtas-metragens. Por fim, Sekhdese foi o quinto longa-metragem.

Leonardo Martinelli, de Pássaro Memória, na 28ª Mostra Nacional de Curtas. Foto: Vikki Dessaune/ Acervo Galpão IBCA

Escrito e dirigido por Leonardo Martinelli, Pássaro Memória é um curta-metragem onde a poesia e a música andam juntas na tela. Uma mulher à procura por uma ave chamada Memória é o enredo do filme exibido nesta quarta. “Obrigado por todo mundo que está aqui. É muito especial exibir no Festival de Vitória, que trata os realizadores com tanto carinho. O filme faz reflexões na forma como se habita a cidade”, disse Martinelli ao público.

Rodovia Transamazônica, fantasmagoria, Lua e muitas outras histórias reunidas no filme Quebrante, da realizadora Janaína Wagner. A realizadora começou a trabalhar na região da Transamazônica em 2019 ou 2020, fazendo a pesquisa para seu primeiro curta-metragem com estrutura de cinema. Foi a partir daí que começou a entrar nesse território. Ela fez roteiro, produção, montagem e direção de arte. “Obrigado pela presença. É um documentário experimental sobre uma cidade pequena chamada Rurópolis (PA), primeira cidade construída para servir de base dos trabalhadores que construíram a rodovia Transamazônica, e lá vive uma professora já aposentada, que e é uma lenda urbana da região”, contou Janaína.

Axé Meu Amor, de Thiago Costa, é um filme baseado na história de Mãe Renilda, que é paraibana. A ficção contou histórias da vida dela, onde a personagem do curta é Mãe Bené, interpretada pela própria Mãe Renilda. A produção também fala sobre o candomblé. “É meu terceiro curta-metragem. Ficção baseada em fatos reais, e é um filme que se propõe a pensar outras formas de família e outras formas de cuidado, sobretudo cuidado com a saúde, cuidado espiritual, e foi todo feito na Paraíba. Quero agradecer a toda equipe do Festival”.

Juane Vaillant e a equipe de Deusa Menina. Foto: Vikki Dessaune/ Acervo Galpão IBCA

Uma parte do universo ficcional de Juane Vaillant foi apresentado no filme Deusa Menina, onde a diretora conta a história de Catharina, uma menina encantadora entre deuses e criaturas. As falas da personagem entregam reflexões em meio a esse mundo de contos da realizadora capixaba. “Convidei minha equipe maravilhosa. Foram muitas diárias na praia e todo mundo abraçou esse filme, adiado diversas vezes por causa de pandemia, chuva e tudo mais. Quero agradecer à minha família pela presença. Deusa Menina fala sobre nossa relação com o tempo”, frisou Juane.

14ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

A produtora de Sekhdese, Carla Francine, na 14ª Mostra Competitiva de Longas. Foto: Vikki Dessaune/ Acervo Galpão IBCA

Baseado na história de povos indígenas do sertão pernambucano, o documentário Sekhdese, de Graciela Guarani e Alice Gouveia, foi exibido na 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. As duas tiveram a ideia quando participaram de oficinas de um projeto de cinema indígena em Pernambuco. “O filme teve início em 2019, durante um projeto para indígenas. Vimos a necessidade de mulheres terem o desejo de contar suas histórias. É um filme que percorre, acompanha a luta delas. O nome do filme significa “sabedoria”. Temos que, cada vez mais, dar voz à essas mulheres”, afirmou a produtora do longa, Carla Francine.

A sinopse do documentário explica o nome: “Sekhdese significa sabedoria, em yathê, língua do povo fulni-ô, do Nordeste do Brasil. Sabedoria das mulheres indígenas que expõe a luta pela terra, cultura, meio ambiente e o etnocídio do qual são vítimas, pelas investidas das igrejas neopentecostais”.

O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like, do Sesc Glória, da Carla Buaiz Jóias e da TVE Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

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