13ª Mostra Corsária exibe cinco curtas-metragens em sessão lotada no Sesc Glória

O quarto dia do 31º Festival de Cinema de Vitória teve a realização da 13ª Mostra Corsária, com cinco filmes exibidos: A Última Valsa, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet; Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta; guarda vieja 3458 timbre 3/6, de Karen Akerman e Miguel Seabra Jr; Prólogo, de Natália Dornelas; e Yãmî Yah-Pá | Fim da Noite, de Vladimir Seixas.

A produção capixaba Prólogo, de Natália Dornelas, “propõe um jogo de velar e desvelar que tensiona as usuais representações dos corpos de mulheres negras nas telas, muitas vezes relegados à penumbra, por um lado questionando os apagamentos cotidianos sob os quais são lidos, mas também explorando o direito à opacidade, à imprevisibilidade, de não se permitir elucidar nas leituras reducionistas da branquitude”, explicam os curadores da mostra, Flavia Candida e Waldir Segundo.

A diretora capixaba Natália Dornelas esteve na sessão e celebrou a exibição do seu curta no 31º FCV. “Fiquei muito honrada de ser selecionada para o Festival. Essa é uma mostra que eu admiro muito, venho todos os anos. Eu gosto dos filmes, acho que é um espaço para a gente poder experimentar, para a gente testar novas narrativas, linguagens, formas de se comunicar e foi muito bom ter visto a sala cheia”.

A mostra foi inspirada no filme “Alma Corsária”, de Carlos Reichenbach (1945-2012), e se dedica à experimentação de linguagens e estéticas. Produções do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo estão na lista dos filmes que o público assistiu na Sala Cariê Lindenberg, localizada no 2º andar do Sesc Glória.

O público lotou a sessão da 13ª Mostra Corsária. Foto: Vikki Dessaune/ Acervo Galpão IBCA

De Minas Gerais, o filme Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta, “constrói-se num espaço-tempo bastante peculiar, mais afeito à tradição Bakongo e fabulado a partir das possibilidades do cinema de animação, para reler a trajetória da heroína congolesa a partir de seu seu intenso diálogo entre as dimensões concreta e espiritual da existência”.  

Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes apresentaram em Guarda Vieja 3458 Timbre 3/6 um filme ao mesmo tempo experimental, documental e ficcional,. “O curta investiga o ato de resistir e de se erguer a partir da primeira infância, aqui também visto como um gesto de suspensão e encantamento a partir da autodescoberta”. 

Já o documentário paulista A Última Valsa, “é um desdobramento poético, porém não menos contundente, de questões colocadas pela dupla Fábio Rogério e Jean-Claude Bernadet em sua obra anterior, ‘Cama Vazia’, acerca da resistência à mercantilização da finitude existencial”.

Por fim, Yamy-Yah-Pá: Fim da Noite é uma obra do Rio de Janeiro. “É a primeira experiência ficcional do documentarista Vladimir Seixas, e parte do sentimento de luto de uma indígena à procura dos demais de sua etnia num mundo pós-apocalíptico para nos fazer compreender que os escombros que aqui se multiplicam são as do próprio mundo branco, movido pela sanha dessa máquina de criar ruínas que convencionou-se chamar de antropoceno”.

31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like, do Sesc Glória, da Carla Buaiz Jóias e da TVE Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

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