“Storytelling é contação de história. Isso é cinema!”, diz Sabrina Fidalgo em Masterclass no 31º FCV

As formações oferecidas durante o 31º Festival de Cinema de Vitória começaram na última segunda-feira (22), com a multipremiada diretora e roteirista Sabrina Fidalgo. Ela ministrou a Masterclass “Storytelling”, ensinando técnicas de criação, estrutura e análise de roteiros para o cinema, além de técnicas e habilidades para a produção de roteiros de ficção. 

Durante a Masterclass, Sabrina apresentou trechos de filmes de aclamados diretores, como Francis Ford Coppola e Stanley Kubrick, com Apocalypse Now (1979) e 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), respectivamente. Em outro trecho, apresentou a abertura do filme Jackie Brown (1997), do diretor Quentin Tarantino.  “Storytelling é contação de história. Isso é cinema! A abertura de Jackie Brown apresenta a protagonista sem diálogo, com uma música que fala sobre ela. Isso é fazer cinema”, disse.

Com conteúdos teóricos e práticos sobre linguagem e estética cinematográfica, o objetivo dela foi proporcionar a criação de novas formas narrativas. “Qualquer oportunidade que o Festival está dando, e o máximo que puder vou participar. Acho importante aprender cada vez mais, e prestigiar essas pessoas incríveis que estamos tendo as oportunidades de conhecer. A gente pega essas referências dela para fazer no nosso”, destaca Felipe Risallah, realizador do filme Fala, Vô!, exibido na 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas do 31º FCV

Maria Vitória Mourenço, que também faz a graduação de Cinema e Audiovisual na Ufes, também falou sobre a Masterclass. “É uma oportunidade muito boa participar. Muito grata por estar aqui, é importante a gente aprender além da Universidade, ter esse contato com pessoas que estão no campo há um tempo”, frisa.

SOBRE A CINEASTA

Sabrina Fidalgo foi nomeada pela publicação norte-americana Bustle, em oitavo lugar na lista das 36 mulheres cineastas de todo o mundo que estão inovando em seu próprio país, da Bustle, uma revista feminina de Nova Iorque. Estudou Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Cinema na Escola de TV e Cinema de Munique (Alemanha) e foi bolsista do curso de especialização em roteiro cinematográfico na Universidad de Córdoba, na Espanha. 

“Acima de tudo a gente tem que passar o amor pelo cinema. E eu pontuo muito a diferença do audiovisual para o cinema, estão usando muito essa nomenclatura e audiovisual não é cinema. Audiovisual é conteúdo para TV, para internet, para redes sociais, etc. Cinema é sétima arte, é poesia visual, não é sobre excesso de diálogos, não é sobre explicação de imagens. É a imagem se explicando por si só. É a imagem contando sua própria história e o resto vem depois”, afirma.

Seus curtas e médias-metragens como “Black Berlim” (2009) e “Personal Vivator” (2014) já foram exibidos em mais de 300 festivais ao redor do mundo. O média ficcional “Rainha” (2016) ganhou mais de 30 prêmios e foi selecionado no Rotterdam International Film Festival, entre outros. 

Seu curta “Alfazema” (2019) ganhou o troféu de Melhor Filme do Júri Popular no 29º Festival Internacional de Curtas-Metragens do Rio de Janeiro, foi premiado como Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora no 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e foi finalistas do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria “curta-metragem”. 

Em 2020 foi escolhida presidente do júri do 48º Festival Brasileiro de Cinema de Gramado, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar esse cargo.  Seus próximos projetos incluem duas estreias no formato longa-metragem; o documentário “Time to Change” – em co-produção com a Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil e o longa-metragem de ficção “Karnaval”, ambos produzidos pela Gullane. Desde 2021 Fidalgo colabora como colunista para a Vogue Brasil.

O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like, do Sesc Glória, da Carla Buaiz Jóias e da TVE Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

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