31º Festival de Cinema de Vitória: pluralidade de temas marcam terceira noite de exibições no Teatro Glória

A noite da última segunda-feira (22) teve mais uma sessão da 28ª Mostra Nacional de Curtas, na programação do 31º Festival de Cinema de Vitória. Com apresentação do ator Dan Ferreira e da jornalista Renata Rasseli, o público conferiu os curtas Eu Fui Assistente de Eduardo Coutinho, de Allan Ribeiro; Viventes, de Fabrício Basílio; Zagêro, de Victor Di Marco e Márcio Picoli; e Travessia, de Karol Felício. A 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas exibiu seu terceiro filme: Café, Pepi e Limão, de Adkler Kibe Paz e Pedro Léo. 

Abrindo a sessão, a produção carioca Eu Fui Assistente de Eduardo Coutinho celebrou o saudoso documentarista, que inspirou uma geração de realizadores. Obras como Cabra Marcado Para Morrer (1984), Edifício Master (2002) e Jogo de Cena (2007), são exemplos de filmes que estão na galeria da genialidade audiovisual que o paulistano deixou em vida. “É um filme que começou há mais de 20 anos, quando realizei o sonho de trabalhar com Eduardo Coutinho”, disse Allan Ribeiro.

Na sequência, o diretor Fabrício Basílio define seu filme Viventes como “um curta-metragem de ficção que parte do realismo maravilhoso para historicizar relações de trabalho precarizadas”. O filme carioca mistura metáforas com cenas do cotidiano dessa interlocução entre empregado e funcionário. “É um filme que trata das relações de trabalho. Encaro muito o Viventes como currículo, valorizo muito a equipe que fez o filme. Agradeço muito pela oportunidade de estar aqui”.

A terceira produção da noite foi Zagêro. O filme aponta novos olhares ao espectador sobre o tratamento que o audiovisual pode entregar sobre as vivências de pessoas com deficiência. O objetivo da dupla de realizadores é repensar, no imaginário social, os lugares que corpos com deficiência ocupam e desordenar a lógica sobre isso.  “Estou muito feliz de estar aqui, principalmente por chegar aqui depois do que aconteceu no estado. Agradeço muito à curadoria. O filme nasceu muito da vontade de atores e atrizes com deficiência terem oportunidade. O filme tem todas as pessoas da equipe com deficiência. Profissionais se juntaram para deslumbrar o futuro em que pessoas com deficiência estejam no cinema”, destacou o diretor Victor Di Marco.

Fechando a sessão de curtas, a plateia teve a oportunidade de acompanhar o documentário Travessia, da capixaba Karol Felicio, que estava acompanhada de Daniela Barreto, e Yohanna Amorim, produtora e editora do curta. Ela fala sobre a tradição ligada ao nascimento em uma aldeia indígena na cidade de Aracruz, que concentra a maior população indígena do estado, com 7.425 habitantes. A diretora, que é aracruzense, sempre esteve presente nas comunidades indígenas da cidade. “Sou de Aracruz e frequento as comunidades indígenas. Percebi que as indígenas buscavam espaços hospitalares. Onde quer que os indígenas estejam, devem ser bem tratados. Nossa premissa sempre foi a mensagem deles ser ouvida”, contou a capixaba.

14ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

Com temática sobre moradores em situação de rua, o filme Café, Pepi e Limão. Um dos diretores, Pedro Léo, acompanhava pessoas em situação de rua há alguns anos e a esposa dele trabalhava em casas de acolhimento na cidade de Salvador. Isso o motivou a falar sobre o assunto, transformando o tema em longa-metragem ficcional. Essa foi a terceira noite de exibição na 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas

O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like, do Sesc Glória, da Carla Buaiz Jóias e da TVE Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

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