Com histórias diversas sobre o cotidiano, que transitam entre o passado, presente e futuro, a 28ª Mostra Nacional de Curtas apresenta vários recortes de todos os cantos do Brasil, durante a programação do 31º Festival de Cinema de Vitória, que acontece de 20 a 25 de julho, no Sesc Glória. E tem filmes de diversos gêneros, demonstrando a potência do audiovisual no País.
Os curadores Waldir Segundo e Flavia Candida destacam que “a experiência de se viver no Brasil de hoje é transfigurada de inúmeras formas, com direito a uma farta dose de ousadia temática e estética a surpreenderem as plateias de muitas maneiras”.
As produções selecionadas para exibição na 28ª Mostra Nacional de Curtas são de Espírito Santo, São Paulo, Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Goiás, Pará, São Paulo e Paraíba. “Lidar com a dureza do mundo nunca foi fácil, mas é no cinema que encontramos novas respostas (e questões) para entender o que nos cerca e assim renovar energias a cada jornada”, disse a dupla de curadores.
Serão quatro sessões, de 21 a 24 de julho, de domingo a quarta-feira. “Da assimilação do luto (Saudades em Cor, de Arthur Felipe Fiel [foto]) à precarização crescente do trabalho contemporâneo (Samuel Foi Trabalhar, de Janderson Felipe e Lucas Litrento), passando pelos diversos assédios e silenciamentos diariamente vividos pelas adolescentes (Quinze Quase Dezesseis, de Thais Fujinaga) e por novos discursos e desejos em torno de um possível futuro que empodere pessoas trans (Se Eu Tô Aqui É Por Mistério, de Clari Ribeiro), os filmes do primeiro programa buscam apontar soluções diversas, sempre com imenso potencial de instigar”, contam os curadores.
No dia 22, a sessão “atravessa diversas fissuras do real, desde a certeira problematização do arquivo pessoal e do próprio fazer documentarista em Eu Fui Assistente de Eduardo Coutinho, de Allan Ribeiro, ao livre trânsito entre planos distintos da existência no diálogo com a ancestralidade em Viventes, de Fabrício Basílio”, contam os curadores. Travessia, de Karol Felício, e Zagêro, de Victor di Marco e Márcio Picoli, completam a programação do segundo dia.
O público vai conferir, no terceiro dia, o programa dedicado “ao poder da fábula em seu grau máximo, lançando mão do surrealismo para criar um mundo imagético inédito, capaz de traduzir a subjetividade da protagonista (Como Chorar Sem Derreter, de Giulia Butler)”. Vollúpya, de Jocimar Dias Jr e Éri Sarmet, Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape, e Dias de Pouco Pão e Zero Sonho, de Saskia Sá (foto), também estão na lista do dia.
Fechando o último dia da mostra, a curadoria fala sobre um convite que o quarto e último programa nos faz para “testemunhar as diversas revelações de seus mistérios, tanto nos encontros delicados, encenados a partir da musicalidade e da coreografia (Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli), ou do confronto entre a monumental riqueza (em diversos sentidos) das cavernas e as fantasmagorias de uma urbanização violenta surgida com a criação da Transamazônica (Quebrante, de Janaina Wagner).
Axé Meu Amor, de Thiago Costa, discute a dedicação nas práticas do Candomblé e Deusa Menina, da capixaba Juane Vaillant, traz questionamentos sagazes da protagonista, em um rico universo literário de ficção científica. “Entre sussurros, estrondos, silêncios e melodias, a 28ª da Mostra Competitiva Nacional de Curtas nos convida mais uma vez a reimaginar essas diversas camadas de Brasil, das mais familiares às menos conhecidas”, garantem os curadores.
O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Conta com a parceria do Sesc Glória. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like e da Carla Buaiz Jóias, da TVE Espírito Santo e do Canal Like. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).