A sétima edição da Mostra Nacional de Cinema Ambiental na programação do 31º Festival de Cinema de Vitória, traz quatro curtas-metragens que apontam questionamentos importantes dentro da temática abordada na janela de exibição. A sessão acontece na segunda (22), na sala Marien Calixte, terceiro andar do Sesc Glória, e conta com a curadoria de da cineclubista, roteirista, produtora e realizadora de audiovisual, Margarete Taqueti, e do cineasta, ambientalista, produtor audiovisual e roteirista, Jefferson de Albuquerque Junior.
A sessão vai exibir os filmes A Fumaça e o Diamante, de Bruno Villela, Fábio Bardella e Juliana Almeida; Elizabeth, de Alceu Luís Castilho, Luís Indriunas e Vanessa Nicolav; Bauxita, de Thamara Pereira; e Antes que o Porto Venha, de Isabela Narde. “Todas as produções estão ligadas à questão da terra, dos meios de produção sustentável, acesso e gestão da vida no ambiente em que vivem”, destacam os curadores Margarete Taqueti e Jefferson Albuquerque Júnior.
O documentário A Fumaça e o Diamante (foto) foi produzido no Distrito Federal, em 2023. O curta conta sobre um acontecimento no dia da VIII Assembleia da Associação Hutukara, em outubro de 2016, na aldeia Catrimani. O local é uma Terra Indígena Yanomami, que ocupa a área entre Amazonas e Roraima. “No início da noite, uma intensa fumaça toma a aldeia enquanto acompanhamos o reencontro de uma família Yanomami no pátio central”, diz a sinopse.
Esse, que é o primeiro curta na programação, coloca em debate o que cerca os povos indígenas e toda a dificuldade que têm no dia a dia. “Desde o primeiro filme, imersos em um estranhamento mágico trazido pelo vaticínio do grande xamã e porta-voz dos Yanomami, Davi Kopenawa, somos conduzidos para problemáticas diversas com enfrentamento individual e coletivo”, afirmam os curadores.
Já o documentário paraibano Elizabeth conta a história de Elizabeth Teixeira, de 98 anos. Ela foi Líder das Ligas Camponesas, na Paraíba, foi a clandestina Marta (perseguida pela ditadura de 1964), protagonizou o clássico “Cabra Marcado pra Morrer”, de Eduardo Coutinho, e gravou seu nome na história da luta pela reforma agrária no Brasil.
Bauxita foi produzido em Minas Gerais, e mostra a comunidade rural de Belisário, que abriga a segunda maior reserva de bauxita brasileira, em uma das áreas de maior biodiversidade do mundo: a Mata Atlântica. O desenvolvimento do filme se passa pela ameaça de morte a um frei do local, que é um vilarejo, mas fica evidente o perigo para quem se manifestar de alguma forma sobre a mineração.
Representando o Espírito Santo, o documentário Antes Que O Porto Venha coloca em evidência a discussão socioambiental por conta do projeto do Porto Central, em Presidente Kennedy e São Francisco do Itabapoana (RJ). A preocupação destacada pela realizadora é a ameaça de devastação da restinga nativa em Praia das Neves, na cidade capixaba, além da pesca e construções históricas.
31º FCV
De 20 a 25 de julho, acontece a 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará com lançamentos de filmes, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. Toda programação é gratuita.
O 31º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o patrocínio da ArcelorMittal através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Conta com a parceria do Sesc Glória. Tem apoio da Rede Gazeta, do Canal Brasil, do Canal Like e da Carla Buaiz Jóias, da TVE Espírito Santo e do Canal Like. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).