Com Teatro Glória lotado, emoção dominou a terceira noite do 30º Festival de Cinema de Vitória

A emoção tomou conta da terceira noite do 30º Festival de Cinema de Vitória. Com o Teatro Glória lotado, o terceiro dia de evento marcou a primeira exibição do premiado documentário Toda Noite Estarei Lá, de Suellen Vasconcelos e Tati Franklin, exibido na 13ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. A sessão também promoveu o Programa Dois da 27ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas

Na programação vespertina, aconteceu a 10ª Mostra Outros Olhares, a 7ª Mostra Nacional de Videoclipes e a segunda sessão da mostra A Cinemateca é Brasileira. No Hotel Senac Ilha do Boi, foi realizado o primeiro dia do Workshop Experimental de Fotografia – Museu Vale Extramuros, com Jordana Caetano e Weverson Tertuliano e os debates com os realizadores, além das sessões do 23º Festivalzinho de Cinema de Vitória, no Cine Metrópolis, na Ufes. 

Com apresentação da jornalista Renata Rasseli e do ator Alexandre Barillari,  a programação da 27ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas exibiu os curtas Big Bang, de Carlos Segundo; Lugar de Ladson, de Rogério Borges; o capixaba De Onde Nasce o Sol, de Gabriele Stein; Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernadet; e A Última Vez que Ouvi Deus Chorar, de Marco Antonio Pereira.

O diretor Carlos Segundo subiu ao palco para apresentar o filme Big Bang. “É o segundo filme de uma trilogia, que teve início com Sideral, que esteve no festival no ano passado, e para mim foi muito especial. Queria parabenizar o festival, porque 30 anos não são 30 dias, e só quem trabalha com arte e cultura neste país sabe como é. Obrigado pelo convite. Eu amo estar aqui”.

Logo após, o realizador Rogério Borges falou sobre a produção Lugar de Ladson. “Eu sou um professor de geografia , que atua na periferia de Rio Claro, e comecei a fazer oficinas e me tornei cineasta. O filme que vocês vão ver hoje, começa a partir de um encontro com um aluno que tem deficiência visual. Foi feita uma pesquisa, uma observação, ao longo de três anos sobre percepções e histórias de vida e foi criada essa história, a partir deste personagem que é real”, disse o diretor, que também é roteirista e montador do filme, e estava acompanhado do contrarregra e assistente de produção, Cesar Carvalho. 

Equipe do curta-metragem De Onde Nasce o Sol, de Gabriele Stein. Foto: Sérgio Cardoso/ Acervo Galpão IBCA

Na sequência, a realizadora capixaba Gabriele Stein apresentou De Onde Nasce o Sol e também falou sobre a emoção de apresentar seu trabalho no 30º FCV. “Muito obrigada ao festival, onde eu nasci, cresci e me formei. É muito bom estar aqui. Eu estou muito feliz de estar aqui, nessa mostra com tantos filmes incríveis, premiados no mundo inteiro. É muito bom a gente estar aqui celebrando a arte e a cultura. Que a gente siga celebrando o cinema, contando histórias, fazendo rir e chorar”.

Fábio Rogério, co-diretor de Cama Vazia, falou sobre as reflexões que sua obra propõe. “É um filme que reflete sobre longevidade, envelhecimento. Acho que é isso. Muito obrigado que vocês estão aqui. E a gente segue cada vez mais precisando assistir e fazer filmes”.  Fechando as apresentações da Mostra Competitiva de Curtas, a atriz Cibele Zeôdi. “O filme é difícil de falar porque acho que ele tira da zona de conforto as pessoas que estão assistindo. A dramaturgia é feita de uma forma poética então cada um vai sentir de uma forma diferente”. 

Equipe do longa-metragem Toda Noite Estarei Lá, no palco do Teatro Glória. Foto: Sérgio Cardoso/ Acervo Galpão IBCA

Depois o público soube um pouco mais sobre o terceiro longa-metragem, Toda Noite Estarei Lá, de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos, que foi exibido na 13ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. A produção capixaba acompanha Mel Rosário,  cabeleireira transexual, nas ruas do Centro de Vitória na luta por fazer valer o seu direito constitucional à liberdade religiosa. “Estar aqui para mim não é um sonho, porque eu estou aqui vendo vocês, e meu coração treme, não só meu corpo. Mas estar vivendo esse momento na frente de vocês, para mim, é surreal porque nós somos vida. E eu estou vivendo esse momento no mesmo lugar em que tudo aconteceu. Eu queria agradecer muito a direção deste filme. Eu estou muito emocionada. E pela fé eu estou aqui e toda noite eu estarei lá”, disse Mel. 

Tati Franklin fez inúmeros agradecimentos, entre eles à equipe que ajudou na realização do filme. “Eu queria agradecer a essa equipe generosa, que todos doaram seus talentos. Fazer filme é uma arte muito gostosa porque a gente faz coletivamente. A gente só conseguiu porque tem vocês. É muito gostoso e um privilégio trabalhar com quem a gente ama”, pontuou a diretora que estendeu os agradecimentos a sua parceira de trabalho e vida, Suellen Vasconcelos. “Eu queria agradecer a você meu amor, agradecer por ter feito esse filme comigo. Eu queria te agradecer pelo acolhimento de sempre, pelo olhar carinhoso e sensível, por esse talento maravilhoso e por dividir a vida comigo”. 

Ao lado de parte da equipe do longa, Suellen Vasconcellos também agradeceu a oportunidade de realizar seus sonhos ao lado da parceira. “Tem nove anos que estamos juntas e cinco nós estamos fazendo esse filme.  Queria agradecer a Tati por dividir a vida, os sonhos, as dores e delícias, e compartilhar tudo que a gente construiu juntas. Que venham os próximos filmes para a gente viver”. 

O 30⁰ Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta com o apoio do Canal Brasil, do Canal Like, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Sesc Glória. Conta também com o patrocínio institucional do Banestes. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).