Tendo o experimentalismo como fio condutor, 12ª Mostra Corsária reúne curtas que trazem a transgressão na forma
Inspirada no filme “Alma Corsária”, de Carlos Reichenbach (1945-2012), a Mostra Corsária chega em sua 12ª edição. A janela, dedicada à experimentação de linguagens e estéticas, acontece dentro da programação do 30º Festival de Cinema de Vitória e será realizada no dia 19 de setembro, às 16 horas, na Sala Marien Calixte, no Sesc Glória.
A Comissão de Seleção é formada pela cineasta e produtora, Flavia Candida; pelo cineasta, curador, escritor e pesquisador Erly Vieira Jr; e pelo mestrando em cinema e artes, Waldir Segundo. “Muito além da experimentação pela experimentação, a afeição ao risco e à liberdade da forma que caracteriza a Corsária tem muito a ver com entender o risco também como uma forma de rasurar os discursos hegemônicos, com usar o cinema como uma potente flecha a desvelar tantas certezas instituídas”, pontou Erly Vieira Jr.
A seleção desta edição escolheu oito filmes. São eles: Pelas Ondas Lambem-se às Margens, de Hyndra; Nossos Passos Seguirão os Seus…, de Uilton Oliveira; Patuá, de Renaya Dorea; Capuchinhos, de Victor Laet; Desmonte, de Clara Pignaton e Hugo Reis; The Patriarchal Period, de Patrícia Froes; Um Céu Partido ao Meio, de Danielle Fonseca; Nada Haver, de Juliano Gomes.
As produções da 12ª Mostra Corsária concorrem ao Troféu Vitória nas categorias de Melhor Filme (Júri Técnico) e Melhor Filme (Júri Popular). A entrada para a exibição é gratuita e os ingressos para a sessão estarão disponíveis na bilheteria do teatro, uma hora antes de cada sessão, sujeitos à lotação do espaço.
O 30⁰ Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta com o apoio do Canal Brasil, do Canal Like, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Sesc Glória. Conta também com o patrocínio institucional do Banestes. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
30º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA 18 a 23 de setembro
12ª Mostra Corsária 19 de setembro, terça-feira, 16 horas Sala Marien Calixte, Sesc Glória
Pelas Ondas Lambem-se às Margens Hyndra [DOC,, 8’, BA, 2022] Classificação Indicativa: 14 anos
Sinopse: Cartazes de filmes são criações voltadas para a divulgação de peças audiovisuais. Quando apreciadas em conjunto, podem ser compreendidas a partir de outros elementos. Este filme se propõe a explorar narrativas sobre o feminino, contadas por cartazes ao longo do cinema brasileiro moderno e contemporâneo.
Sinopse: “A exploração é a lei, a greve eis o crime.” No contexto da forte greve da classe trabalhadora e da repressão policial que se seguiu no Brasil na década de 1920, o curta-metragem resgata a figura do sindicalista Domingos Passos e o faz, ainda por cima, a partir de recriações, dado que o governo Bolsonaro limitou, como política, o acesso e uso do acervo cinematográfico do país.
Sinopse: Para quebrar um feitiço, Maya invoca o espírito de Ayo: um antigo amor que está se transformando em um egum, para ajudá-la a criar um Patuá, amuleto de proteção espiritual yorubá. Juntas invocam suas ancestrais, permitindo – desta maneira – que Maya continue com sua vida, enquanto Ayo conclua sua jornada para o mundo dos mortos.
Capuchinhos Victor Laet EXP, Cor, Digital, 17’, PE, 2022 Classificação Indicativa: 10 anos
Sinopse: A vida nos trópicos é um glitch.
Desmonte Clara Pignaton e Hugo Reis [EXP, 10’, ES, 2022] Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: A videoperformance “Desmonte” é um poema visual e sonoro sobre a passagem do tempo percebido pela ação provocada de um desmanche. Os objetos compõem um conjunto de formas primárias onde a ação da água leva à perda da forma e ao retorno à matéria de modo a expor a condição singular de cada objeto.
The Patriarchal Period Patricia Fróes [EXP, 6’, RJ, 2023] Classificação Indicativa: 14 anos
Sinopse: Há uma história dos indígenas anterior à colonização. Há uma história dos negros anterior à escravidão. Há uma história das mulheres anterior ao patriarcado. Há, sim.
Um Céu Partido ao Meio Danielle Fonseca [DOC, 17’, PA, 2022] Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: Filme inspirado nas casas de estilo arquitetônico intitulado Raio-que-o-parta, encontradas em Belém do Pará (BR). O filme, além de apresentar um breve recorte de diversas casas com essa arquitetura, traz uma licença poética com a participação especial do ator Pascoal da Conceição interpretando o escritor Mário de Andrade, que bayla feito um malandro modernista no terreyro do lendário Teatro Oficina Usyna Uzona ao som do toque do ponto de Oyá Matamba, para celebrar, questionar, e, por que não, reaprender nesse ano em que se completam os 100 anos da Semana de Arte Moderna. O filme entrevista, ainda, moradores das casas que ainda resistem, convivem e fazem com que esses raios contem suas próprias histórias de vida. E revela, entre os raios, tradições de religiões de matriz africana.
Sinopse: Belo Horizonte. Ela desceu pro parque, mas não havia nada. Havia um funk que nunca começava. E cotovelos que quase se encostaram. O olho já não servia pra muita coisa ali.