Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória: quatro dia de evento promove reexibição de longas e curtas-metragens

Os apaixonados por cinema fizeram um mergulho na programação do penúltimo dia da Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória. As sessões, que aconteceram no dia 17 de junho, apresentam um recorte da produção contemporânea do cinema brasileiro a partir dos filmes que foram exibidos no FCV, são uma oportunidade de conferir na tela grande trabalhos importantes para a produção cultural brasileira. 

As exibições começaram às 14 horas, na Sala Marien Calixte, no Sesc Glória, com a Sessão Retrospectiva de Curtas-Metragens, com uma seleção plural do formato cinematográfico que deu origem ao Festival de Cinema de Vitória.  Na programação, quatro curtas: Quinze, de Maurílio Martins (2014, MG); Virgindade, de Chico Lacerda (2014, PE); A Festa e os Cães, de Leonardo Mouramateus (2016, CE); Perifericu, de Rosa Caldeira, Vita Pereira, Sthefanny Fernanda e Nay Mendl (2020, SP). A sessão contou com a apresentação da gestora Thaís Souto Amorim.

Diretor Chico Lacerda na Sessão Retrospectiva de Curtas-Metragens. Foto: Gustavo Louzada/ Acervo Galpão IBCA

Chico Lacerda, diretor de Virgindade, falou sobre o processo de construção do curta-metragem. “É um documentário em primeira pessoa em que eu investigo minha infância e minha adolescência a partir da sexualidade. Era uma época pré-internet e a ideia foi revisitar vários lugares da minha cidade natal, Recife, onde eu conseguia ter vislumbres daqueles corpos masculinos que eu de alguma forma desejava”. 

Sthefanny Fernanda falou sobre Perifericu na Retrospectiva de Curtas. Foto: Gustavo Louzada/ Acervo Galpão IBCA

Sthefanny Fernanda, uma das diretoras de Perifericu, pontuou sobre a experiência de abordar questões territoriais e que ao mesmo tempo são de muitos. “A gente conseguiu trazer uma síntese das histórias que a gente via sobre o que é ser periférico e o que é ser LGBT na quebrada. E por mais que fale muito territorialista  na região, na Ilha do Bororé, da zona sul de São Paulo. Acredito que ele fala muito e várias outras marginalidades e também toca para outros lugares além do território. Espero que vocês gostem, para mim é um prazer”. 

A atriz Geane Albuquerque representando o filme de A Festa e os Cães. Foto: Gustavo Louzada/ Acervo Galpão IBCA

Geane Albuquerque, atriz de A Festa e os Cães, falou sobre a possibilidade de reencontrar a obra anos depois. “O filme trata de memória em primeira pessoa. Em 2013, Leo comprou uma câmera analógica descartável, e ele foi registrando as memórias dele. Tempos depois ele junta essas fotos e cria uma camada ficcional para o trabalho. É um lugar muito bonito para mim, ver essa Geane de dez anos atrás e é muito gostoso também poder ver todos esses filmes”.

SESSÕES NOTURNAS 

A noite, no Teatro Glória, a partir das 19 horas, o público conferiu a terceira noite da Sessão Espírito Santo em Retrospectiva, que exibiu o curta-metragem A Cor do Fogo e a Cor da Cinza, de André Félix (2014, ES), que conta a história de Wagner, que desde o 7 anos de idade, é proprietário da Rede Metror, um canal de televisão feito de papel e lápis de cor. Na sequência, o público conferiu a quarta noite da Sessão Retrospectiva de Longas-Metragens que irá exibir Ela Volta na Quinta, André Novais Oliveira (2014, MG). O filme nos apresenta Maria José e Norberto, um casal de idosos, que está em crise no casamento que já dura 38 anos. 

André Felix, na sessão de A Cor do Fogo e a Cor da Cinza, no Teatro Glória. Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpão IBCA

A sessão contou com apresentação da jornalista Renata Rasseli e com a presença do realizador André Félix. “Esse filme estreou aqui em 2014. É um filme muito simples. Eu sempre falava que esse filme é uma carta de amor. Eu fico muito feliz de estar exibindo ele aqui com outro filme que estreou no mesmo ano que o meu, que é Ela Volta na Quinta, e nós fizemos sessões duplas em muitos festivais. E nós temos os mesmo nome: André Novais e André Félix. Fico muito feliz que o Festival está fazendo essa retrospectiva. Filmes que param de ser exibidos, eles são esquecidos e isso é muito triste. E quando eles são exibidos de novo eu acho muito legal. Espero que vocês gostem”.

A Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o apoio do Canal Brasil, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias, do Sesc Glória e da Prefeitura Municipal de Vitória. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).