Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória: abertura celebra três décadas de história do evento

Uma noite de celebração. Assim foi a Cerimônia de Abertura da Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória, que aconteceu na quarta-feira (14), no Sesc Glória. Com teatro lotado, o público conferiu a Sessão Espírito Santo em Retrospectiva, que exibiu Inabitáveis, de Anderson Bardot; e a Sessão Retrospectiva de Longas-Metragens, com o filme Quase Dois Irmãos, de Lucia Murat. 

As apresentadoras da noite foram as atrizes Carla Cristina Cardoso, que interpreta a personagem Bruna na novela Vai na Fé, e a estrela Zezé Motta. Homenageada na 24ª edição do evento, Zezé falou sobre o carinho que tem pelo FCV. “É a minha terceira vez no Festival de Cinema de Vitória. Aproveito a oportunidade para agradecer pelo privilégio de estar aqui. realmente é uma honra especialmente em um ano tão importante para a história do festival, comemorando seu trigésimo ano. Muito axé para o nosso festival”. 

A produtora Larissa Delbone na abertura da Mostra Comemorativa 30 Anos FCV. Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpão IBCA

A produtora Executiva da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), Larissa Delbone, falou sobre a importância da economia da cultura para a sustentabilidade de um evento como o Festival de Cinema de Vitória. “Quando eu comecei a escrever projetos, uma coisa que todos os formulários me perguntavam sobre sustentabilidade. Hoje eu consigo dizer isso para vocês com muita tranquilidade porque o Festival de Cinema de Vitória é sustentável. O Festival é sustentável quando ele forma plateia. O Festival é sustentável quando ele gera empregos. O Festival é sustentável quando a logomarca do meu patrocinador dialoga com a sociedade que a gente vive, com os filmes que a gente exibe. É com muito orgulho que eu digo que o nosso festival é capixaba, que nós somos daqui e que temos muito orgulho da nossa terra”. 

Delbone também destacou sobre a importância de parcerias para a difusão e o fomento cultural. “É muito bom estar em um estado onde as políticas públicas para a cultura são levadas muito a sério. Quando a gente vê o investimento importante de empresas do cenário nacional que reconhecem o Espírito Santo como um celeiro produtor de filmes, de recursos, e que geram renda a partir disso”. 

A produtora finalizou seu discurso agradecendo a todos os profissionais que fazem o Festival de Cinema ganhar as plateias e a idealizadora de toda essa máquina de sonhos: a diretora do FCV, Lucia Caus. “Eu queria agradecer a minha equipe, sempre muito motivada em realizar o festival. Agradecer a Lucia Caus, que é uma força da natureza. Ela leva a gente e nos move”. 

CERIMÔNIA 

Quem deu início a Cerimônia de Abertura foi o Gerente de Relações Institucionais da Rede Gazeta, Eduardo Fachetti. “Sem sombra de dúvidas o Festival de Cinema de Vitória é nosso reencontro anual com a arte democrática. Com a arte que é aberta para todos, para todas e para todes. Para quem quer enxergar um mundo real, um mundo que às vezes é distante, mas que fica sempre mais bonito quando a gente para pra pensar no quanto podemos avançar”, pontuou ele, que complementou. “Toda vez que a gente vai ao cinema, ou respira arte verdadeiramente a gente sai transformado. E que a gente continue acreditando que é possível vencer todos os males e que nós podemos ser pessoas melhores. Vida longa ao Festival, vamos para mais uma edição e para mais dias felizes porque nós estamos merecendo”. 

Logo após, o Gerente de Comunicação e Relações Institucionais da ArcelorMittal, Bernardo Enne deu as boas vindas ao público. “É muita emoção, para a ArcelorMittal, estar aqui nesse palco, e também para mim, Bernardo, um capixaba ver uma ação dessas. É uma enorme satisfação ver um festival que existe há três décadas levando cultura, o audiovisual nacional e capixaba para nossa população, promovendo transformação. Eu desejo que esses dias sejam produtivos para a cultura, para as conexões entre as pessoas. Porque tudo isso aqui é formado por pessoas, desde a produção até essas maravilhosas atrizes (Carla Cristina Cardoso e Zezé Motta, apresentadoras) que estão aqui com a gente, brindando esse festival. Desde as empresas que conseguem apoiar a realização do evento, como a ArcelorMittal, o Governo do Estado que através de uma política pública permite que isso tudo aconteça. É uma enorme satisfação estar aqui e ajudar a dar esse pontapé em todas essas atividades culturais”. 

Na sequência, a Coordenadora Regional de Comunicação da Petrobras no Espírito Santo, Patrícia Azoline, falou sobre a parceria entre o Festival de Cinema de Vitória com a empresa, que já patrocinou a realização de mais de 500 filmes brasileiros. “Vocês não têm noção do orgulho, para nós, da Petrobras, estarmos aqui, de novo com a nossa marca. A gente acredita que com criatividade, inspiração e, principalmente, diversidade a gente promove o crescimento e as mudanças que nosso mundo precisa, como as que foram promovidas nesses  30 anos de Festival de Cinema de Vitória e retratadas aqui nessa mostra. A gente está aqui com muito orgulho, muita alegria. É uma parceria que impulsiona, ao longo desses anos, não só o setor nacional audiovisual, mas também a economia do estado do Espírito Santo para além das nossas operações e produtos. E a gente quer estar onde o brasileiro está. Por isso estamos de volta, para alcançar o melhor da nossa gente, promover encontros e histórias inspiradoras que a gente vai ver nesta mostra e em outras ações do festival para um mundo melhor. E o cinema é um eixo fundamental da cultura de um povo. E que ele conte também as histórias do povo capixaba. Vida longa ao cinema brasileiro!”.  

Depois subiu ao palco do Teatro Glória, o representante do Instituto Cultural Vale, o diretor Luiz Gustavo de Oliveira. “Em nome do Instituto Cultural Vale, nós estamos muito felizes de estar aqui hoje comemorando os 30 anos do Festival de Cinema de Vitória, é uma satisfação e um orgulho muito grande para todos nós. Estamos muito felizes em estarmos aqui hoje. Acreditamos e investimos muito no estado. Em 2023, aqui no estado Espírito Santo, foram 25 projetos culturais. Por isso estamos aqui, juntos nessa magnífica mostra comemorativa. Espero que os momentos neste evento sejam de alegria, amor, e que transborde toda essa transformação social e cultural que a gente quer. E o cinema brasileiro é parte disso”. 

Encerrando a noite, o Secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha. “A gente está aqui para celebrar esses 30 anos de um trabalho sério, de um trabalho de respeito a cultura brasileira, a diversidade, a produção cultural e a produção do audiovisual capixaba. Esse festival que eu acompanho desde a sexta edição, tanto aqui no Glória quanto em todos os lugares por onde ele passou, é mais do que um evento, ele promove esse encontro da produção do Espírito Santo com a produção do Brasil. A partir das oficinas ele trabalha com a formação. Muitos profissionais do audiovisual do Espírito Santo começaram aqui nesse espaço.  Vida longa ao Festival de Cinema de Vitória e ao audiovisual capixaba”. 

 

SESSÕES 

A programação audiovisual teve início com a Sessão Espírito Santo em Retrospectiva, janela que exibirá cinco curtas-metragens que jogam luz sobre a produção de realizadores capixabas. O filme da estreia foi Inabitáveis (ES, 2020), de Anderson Bardot (foto), exibido originalmente o 27º Festival de Cinema de Vitória. Com uma carreira de sucesso em diversos festivais do mundo, o curta joga luz sobre uma companhia contemporânea de dança que está prestes a estrear o espetáculo Inabitáveis, o seu mais novo espetáculo que aborda como tema a homoafetividade negra. Paralelamente aos ensaios, o coreógrafo constrói uma amizade com Pedro, um jovem menino negro que não se identifica como menino.

Na sequência, na Sessão Retrospectiva de Longas-Metragens, o público conferiu o filme Quase Dois Irmãos (RJ, 2004), de Lucia Murat. O longa-metragem se passa nos anos de 1970, quando o país vivia sob a ditadura militar, muitos presos políticos foram levados para a Penitenciária da Ilha Grande, na costa do Rio de Janeiro, e conviviam com assaltantes de bancos que também estavam submetidos à Lei de Segurança Nacional. Ambos cumpriam pena na mesma galeria. O encontro entre esses dois mundos é parte importante da história da violência que o País enfrenta hoje. A produção mostra como essa relação se desenvolveu e o conflito estabelecido entre eles. Entre o conflito e o aprendizado, nasceu o Comando Vermelho, que mais tarde passou a dominar o tráfico de drogas.

A CINEMATECA É BRASILEIRA

Também no Sesc Glória, às 14 horas, na Sala Marien Calixte, aconteceu a estreia da mostra itinerante A Cinemateca é Brasileira, que reúne títulos de diferentes momentos históricos, propostas estéticas e abordagens temáticas,  demonstrando a riqueza do cinema brasileiro ao longo de mais de um século de história. O filme exibido foi o mitológico e vanguardista Limite (PB, 1931), de Mário Peixoto, uma das produções iniciais do cinema brasileiro. A sessão é uma parceria do Festival de Cinema de Vitória com a Sociedade Amigos da Cinemateca, idealizadora do projeto, e conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale.

A Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta também com o apoio do Canal Brasil, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias, do Sesc Glória e da Prefeitura Municipal de Vitória. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

CERIMÔNIA DE ABERTURA [COBERTURA FOTOGRÁFICA]
Fotos: Andie Freitas, Gustavo Louzada e Sérgio Cardoso