29º Festival de Cinema de Vitória: emoção tomou conta da noite de abertura do evento

Com teatro lotado, muita emoção e uma seleção de filmes capixabas, teve início o 29º Festival de Cinema de Vitória. A Cerimônia de Abertura aconteceu na última segunda-feira (19), às 19 horas, no Teatro Glória, no Centro Cultural Sesc Glória. Na programação, os cinco curtas-metragens da 11ª Mostra Foco Capixaba e o primeiro filme da 12ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. Os apresentadores da noite foram a influencer e empreendedora Bryce Caniçali e o ator Johnny Massaro.  

Quem deu as boas vindas ao público foi a produtora executiva da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte, Larissa Delbone. “Sejam todos muito bem-vindos à 29ª edição do Festival de Cinema de Vitória. Eu sigo emocionada por retornar com as nossas edições presenciáveis. Somos um festival com quase trinta anos de existência e nossa maior vocação é encantar. Encantar os nossos corações recebendo esses filmes, e encantar a plateia. Então, muito obrigado a plateia que deposita a sua confiança na nossa edição e que vem prestigiar o cinema brasileiro. Esse é o nosso primeiro encontro com filmes inéditos. Esse é o nosso primeiro encontro com o patrocínio da LICC, que pra nós foi um grande divisor de águas no incentivo a cultura no Espírito Santo. Eu queria agradecer imensamente aos nossos patrocinadores. O Festival só é possível porque eles continuam  acreditando na força da cultura. Meu muito obrigado a EDP, a Rede Gazeta, e meu muito obrigado as pessoas que acreditam que investir em cultura é investir em mercado. É investir em economia, é investir em transformação”. 

Na sequência, o gerente de relações institucionais da Rede Gazeta, Eduardo Fachetti falou sobre a importância da informação e da cultura. “É emocionante ver esse teatro lotado depois de dois anos da gente se desdobrando entre máscaras, gravando vídeo, continuando a acreditar no poder da arte, do cinema, mas a gente separado, porque o calor da plateia faz uma falta absurda. A gente se deu conta disso, e do quão profundo, quando a gente se viu podado de tudo isso. Para nós da Rede Gazeta,  fazer parte da história do Festival de Cinema de Vitória desde a primeira edição é acreditar sobretudo no papel da comunicação. Porque arte é comunicação, cinema é comunicação”. 

Logo após, o Secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha, falou com o público do 29º FCV. “Boa noite a todos e todas. É muito bom ter esse teatro novamente cheio para o Festival de Cinema de Vitória. Parabenizar a Larissa e a Lucia, além de toda a equipe do Festival por mais essa edição. Dar as boas vindas aos nossos convidados de todo o país que estão vindo para Vitória. Aos homenageados Tião Xará e Bete Mendes”. 

11ª MOSTRA FOCO CAPIXABA

Quem abriu a programação de exibições do evento, foi a 11ª Mostra Foco Capixaba. A janela, exclusiva para produções desenvolvidas por realizadores e realizadoras capixabas, oportuniza o contato do público com curtas que abordam de forma direta e não-convencional os discursos particulares da produção audiovisual do Espírito Santo.

A diretora Thaís Helena Leite apresentando o curta Marés na 11ª Mostra Foco Capixaba. Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpão IBCA

Quem abriu a programação foi o documentário Marés, de Thaís Helena Leite, que aborda as vivências e memórias de três pescadores. “É uma delícia estar aqui no palco  apresentando o filme. Eu que sempre estive do lado como professora, eu tenho um enorme prazer de trazer meu primeiro documentário pra cá. Eu entrei na Universidade Federal para fazer cinema aos 50 anos, fiz o meu primeiro filme aos 60. E estou muito feliz aqui. O Marés fala sobre os pescadores da Enseada do Suá, os pescadores dessa ilha. Espero que vocês gostem, se divirtam, e aproveitem um pouquinho mais da nossa cultura capixaba”, disse a diretora.

Matheus Cabral falando sobre Kikazaru na abertura do 29º Festival de Cinema de Vitória. Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpao IBCA

Depois o público conferiu o curta experimental Kikazaru, de Matheus Cabral. “Queria agradecer a minha mãe, que é deficiente auditiva, eu fiz meu filme pra ela, por tudo que ela fez na vida dela por mim. Meu filme trata sobre acessibilidade e inclusão do deficiente auditivo no audiovisual e a rotina matinal de uma mãe colocando os espectadores como uma pessoa não ouvinte”. 

O diretor Alex Buck no palco do Teatro Glória falando sobre o curta-metragem Latasha. Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpão IBCA

Logo após, a plateia conferiu a delicadeza de Latasha, de Alex Buck. “Depois de 10 anos fazendo cinema subversivo, sem concessão, eu estou aqui para apresentar para vocês Latasha. Um trabalho leve, que busca acalentar o coração de vocês, fazerem vocês rirem. Gostaria muito de agradecer a Secretaria de Estado da Cultura. porque o Latasha só existe graças à Lei Aldir Blanc. É importante frisar isso. Gostaria de agradecer à minha equipe, que sempre está comigo produzindo meus filmes. Ao elenco maravilhoso. Espero de coração que vocês gostem e se divirtam com Latasha”. 

O diretor Ricardo Sá ao lado da equipe do filme Noites de Pandemia. Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpão IBCA

Fazendo um retrato dos fatos recentes, Noites em Pandemia, de Ricardo Sá, que subiu ao palco com a atriz Letícia Braga. “Espero que vocês gostem do nosso filme. Esse filme nasceu durante a pandemia, a partir das mensagens que a Letícia passou a me mandar, dos sentimentos que ela estava tendo, durante os piores momentos da pandemia. Eu fui transcrevendo aquilo e falei com ela que daria um filme. A gente gravou naquele momento que a gente não podia sair de casa. O filme foi feito de maneira independente. A minha carreira é de documentarista, mas embora seja uma ficção, na verdade é um documento histórico de um período da pandemia”. 

Equipe do filme Makumba, ao lado do diretor Emerson Evêncio, na abertura do 29º FCV. Foto: Andie Freitas/ Acervo Galpão IBCA

Encerrando a sessão, Makumba, de Emerson Evêncio. “O projeto Makumba foi um intercâmbio entre a Cia de dança IN pares, do Centro de Vitória, e com a região norte do Espírito Santo (Conceição da Barra, Dunas de Itaúnas, São Mateus e Patrimônio Histórico). Foi uma experiência incrível pra mim, de muito valor. Espero que vocês gostem”. 

12ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

Cristiano Furlan e Marcélia Cartaxo, diretor e atriz do filme A Mãe exibido na abertura do 29º FCV. Foto: Thais Carletti/ Acervo Galpão IBCA

Fechando a noite com chave de ouro, A Mãe, de Cristiano Burlan, foi o primeiro filme exibido na 12ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. O longa conta a história de uma mãe, diante do desaparecimento repentino do seu filho, levando à descoberta de que ele foi assassinado pela polícia e à busca pela verdade sobre o caso. 

Ao lado diretor, a atriz Marcélia Cartaxo, esteve na estreia para prestigiar a exibição. “Estou muito feliz de estar aqui neste festival e de todo ano estar fazendo filmes para mostrar a vocês.  Estou muito contente pelo fato da gente estar nessa luta, nessa resistência, e principalmente fazendo aquilo que a gente gosta: cinema, teatro, a arte. É tudo que a gente ama. Também gostaria de agradecer a essa plateia linda e a oportunidade de estar aqui, de trocar ideias. E hoje estamos trazendo A Mãe, estreia de Cristiano Burlan, na direção de longa-metragem. Eu estou muito feliz, de ser representante das mulheres nesse grande manifesto. E a única coisa que eu vou pedir para vocês é que nunca abandonem a arte. A gente tem que sonhar pra poder vencer  e ser feliz na vida”.   

O 29º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura e também com o patrocínio da EDP, através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba. Conta com o apoio da Rede Gazeta e da TV Educativa ES. E conta com o apoio institucional do Canal Like, da Carla Buaiz Jóias e do Cine Metrópolis. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA). 

CERIMÔNIA DE ABERTURA DO 29º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA [Registro Fotográfico]

Fotos: Andie Freitas, Thais Carletti e Thais Gobbo