O último dia do Festival teve início com um debate que reuniu os realizadores da Mostra de Longas Premiados, que foram exibidos ao longo da semana e, no debate, reuniu as reflexões dos cineastas em torno da exibição de seus filmes e dos encontros com o público. O bate-papo, que aconteceu no Hotel Senac Ilha do Boi, foi mediado pelo crítico e jornalista Filippo Pitanga, e contou com a participação de Fran Camilo, produtora do filme Mirador, de Bruno Costa; Djin Sganzerla, diretora de Mulher Oceano; Victor Furtado, diretor de Última Cidade; e Zeca Ferreira, realizador de Noites de Alface.
A realizadora Djin Sganzerla partilhou sua emoção em ver sua obra retornar à experiência da grande tela, para a qual ela foi idealizada, e pelos momentos especiais de trocas entre realizadores e público possibilitados no Festival. “Pra mim foi uma enorme honra participar com Mulher Oceano, tive a alegria gigantesca de trazer ele pra tela grande, é inenarrável ver a sala lotada. E essa obra foi pensada desde o início para ser exibida no cinema, teve uma longa trajetória nos festivais online, mas foi pensada para ser vista no cinema, para que o público tivesse uma experiência sensorial, visual. Ver no cinema é uma outra experiência.
Victor Furtado também ficou satisfeito com a oportunidade de exibir o filme na sala de cinema neste período de retomada após dois anos de isolamento social. “A sessão foi boa também, porque o público chega, se envolve e ocupa a sala então ali você não fica no espaço pequeno e individual da sua casa. Você está no espaço coletivo e grande da tela de cinema. A gente faz filmes pensando principalmente na tela de cinema. Então ver o filme lá e de alguma maneira experienciar, uma plenitude momentânea que o cinema oferece”.
Sganzerla também destacou a importância de estar na capital capixaba para exibir um trabalho extremamente pessoal, além da importância deste reencontro com os colegas de audiovisual. “Estar aqui em Vitória com esses realizadores, ter esse encontro com o público, é um presente e uma emoção gigantesca. É uma obra muito particular, em que escrevi, atuei como protagonista, e sou diretora, foi dessa vontade de me expressar por inteira como artista que essa obra nasceu. É uma obra em que sou uma mulher polvo, e é sobre dar total voz à mulher, ao espaço que a mulher merece. Esse retorno do público, pra mim, é uma enorme satisfação. É a primeira vez que estou no Festival de Cinema de Vitória, fiquei banhada pelo carinho que recebi, pela qualidade técnica, saí encantada e quero voltar todos os anos. Espero ter muitas obras para voltar como diretora, como atriz”.
Victor destacou a originalidade do evento ao propor uma reexibição dos trabalhos premiados na versão on-line do evento. “Pra mim é uma surpresa que um festival proponha um resgate de uma edição que aconteceu de forma remota e esse resgate proponha um reencontro presencial”, pontuou o diretor, que complementou: “O reencontro é isso: voltar-se para si mesmo, voltar-se para o outro, porque quando eu encontro com o outro eu me renovo.Então eu acho que o festival está me proporcionando muito essa força. Eu quero que o festival se renove para que ele siga forte também”.
O 28º Festival de Cinema de Vitória – Reencontro conta com o patrocínio do Ministério do Turismo e da ArcelorMittal Tubarão, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Rede Gazeta e da Stella Artois, conta também com apoio institucional do Canal Like e da Universidade Federal do Espírito Santo e da TV Educativa do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
Este projeto está sendo realizado com recursos públicos do Governo do Espírito Santo viabilizados pela Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, da Secretaria de Cultura.
