Debate da 9ª Mostra Foco Capixaba apresenta diversidade da produção audiovisual no ES

Fechando o ciclo de debates do 27º Festival de Cinema de Vitória aconteceu na tarde de domingo (29), o bate-papo em torno dos filmes exibidos na 9ª Mostra Foco Capixaba. A mostra é  uma janela exclusiva para realizadores do Espírito Santo. Esse ano, em função do formato online do evento, o público de todo o Brasil pode conferir o talento dos realizadores capixabas. 

Participaram do debate Wayner Tristão, de Redundância; Adriana Jacobsen, de Na Terra dos Papagaios; Ricardo Sá, de Amargo Rio Doce; e Tati Rabelo, co-diretora ao lado de Rod Linhales, de Zacimba Gaba – Um Raio na Escuridão.

Ricardo Sá falou de como as imagens do filme dialogavam com o momento em que o filme estava sendo construído. “Foi como revisitar a história do Brasil à luz do que estava acontecendo naquele momento. Eu tive uma preocupação muito grande com o ponto de vista que eu ia adotar com o filme. Eu tinha pesquisado muito como os indígenas tinham visto o processo de colonização. Esse pra mim era o ponto mais importante para desconstruir a história sobre esse discurso que foi colocado contra os indígenas. Porque tudo isso foi usado para ocupar o território deles”.

Tati Rabelo começou o pontuando a dificuldade de encontrar informações sobre Zacimba Gaba para a realização do filme. “Esse projeto chegou na nossa vida, minha e do Rodrigo, que somos os diretores, em uma carona que a gente estava pegando há muitos anos atrás e essa pessoa começou a contar a história dessa princesa africana que veio escravizada e contou toda a história dela. Essa história ficou marcada na nossa cabeça durante anos e a gente nunca achou nada sobre a Zacimba escrito”, pontuou a diretora que construiu o roteiro com pesquisas de arquivo, com a memória dos quilombolas e de livros lançados recentemente.

Adriana Jacobsen, realizadora de Na Terra dos Papagaios, falou sobre a relação de beleza da natureza com a destruição no mundo atual em um curta que é um poema visual. “Me deu vontade falar dessa solidão humana frente a destruição. É sobre isso: é uma junção,  uma coisa que eu fui fazendo bem devagarzinho enquanto eu estava na quarentena. Foi inspirada na carta de Pero Vaz de Caminha em contraposição ao homem enquanto ao destruidor nato”.  


O 27º Festival de Cinema de Vitória conta com o Patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Banestes. Conta com o apoio da Unimed Vitória, da Rede Gazeta, do Canal Brasil, da Stella Artois e da Suzano. Conta também com o apoio institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), da Tower Web, da Dot, da Link Digital, da Mistika, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, do Findes, do Sesi Cultural e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).