Debate Terceira Sessão Competitiva Nacional aponta pluralidade da produção

A programação do quarto dia do 27º Festival de Cinema de Vitória começou com o Debate Terceira Sessão Competitiva Nacional, na manhã desta sexta-feira (27). O bate-papo girou em torno dos curtas apresentados na 24ª Mostra Competitiva Nacional de Longas e ds 10ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. 

Estavam presentes no debate Cíntia Domit Bittar, diretora do curta Baile; Claudiana Braga, realizadora do documentário O Tempo e a Falta; Rosa Caldeira, co-diretor de Perifericu; Isis Caroline, realizadora da ficção da Quinze;  Viviane Ferreira, diretora de Um Dia de Jerusa; e o trio do longa O Livro dos Prazeres, a diretora Marcela Lordy, e as produtoras Josefina Trotta e Deborah Osborn.

A conversa começou com Cintia falando sobre o ponto de partida para o filme Baile. “Eu queria fazer uma história femininsta infanto-juvenil. Não necessariamente ficou um filme infanto juvenil, voltado para esse público. Mas acho que a gente conseguiu transformar em cinema essa narrativa”. 

Na sequência, Claudiana Braga falou sobre o processo de construção de O Tempo e a Falta. “A solidão do idoso não é uma coisa que as pessoas percebem muito.É como se os sentimentos de solidão fossem algo invisibilizado, não só pelos idosos, mas a nossa própria solidão. Eu fiz esse filme sozinha: filmei, editei, colorização, tudo. Durante o curso eu me sentia muito insegura em dirigir qualquer coisa”.  

Isis Caroline, de Quinze, abordou as questões dos problemas da adolescência.  “A ideia do filme veio entre conversas com as minhas amigas, a gente sempre voltando a época da adolescência e conversando como a gente se sentia, o que a gente passava. E fomos percebendo que sempre tinha algo em comum, inseguranças para serem compartilhadas, coisas que na época incomodavam a gente e que trouxemos até o dia de hoje, algumas a gente não conseguiu superar. Coisas que não foram levadas a sério e que foram colocadas em uma caixinha de coisas de adolescente ‘vai passar’” . 

Rosa Caldeira, de  Perifericu, falou sobre a importância de estar na frente e atrás das telas. “É um filme que fala sobre as possibilidades de existência para além da simples sobrevivência. Acho que quando a gente está falando sobre esses grupos marginais, sobre ser trans, sobre ser periférico, sobre ser preto na sociedade que a gente vive hoje, é muito difícil falar sobre essa existência para além desse simples sobreviver. Então é um filme que carrega muito da sua história nesse processo, que qualquer pessoa que assiste consegue ver esse processo e dessa tentativa de construir um cinema menos colonial, desde o que a gente mostra na câmera mas também o que acontece atrás da câmera”.  

Viviane Ferreira falou sobre o processo de Um Dia de Jerusa. “Objetivamente, a narrativa do longa, deriva do curta O Dia de Jerusa, e a provocação para mergulhar e pra conviver tantos anos com essa história veio exatamente de uma auto reflexão sobre a minha inabilidade para me dispor para uma outra pessoa. Em um momento de necessidade dela e de um momento não previsto por mim”.

O 27º Festival de Cinema de Vitória conta com o Patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Banestes. Conta com o apoio da Unimed Vitória, da Rede Gazeta, do Canal Brasil, da Stella Artois e da Suzano. Conta também com o apoio institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), da Tower Web, da Dot, da Link Digital, da Mistika, da ABD Capixaba, da Carla Buaiz Jóias, do Findes, do Sesi Cultural e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).

Confira na íntegra o Debate Terceira Sessão Competitiva Nacional